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20 de out. de 2020

Entrevista - Abuso Infantil

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Matéria publicada originalmente em outubro no site: Polêmica Paraíba

1. O que pode ser definido por abuso ou violência sexual? 
O abuso infantil é toda forma de violência física e/ou emocional/psicológica, maus tratos, negligência, exploração comercial, sexual, resultando em dano real ou potencial à saúde, sobrevivência e desenvolvimento da criança em situação de curto, médio e longo prazo.

2. Por que as crianças se calam, após o abuso?
Porque falar dói. Porque falar sobre o assunto pode não ser acreditado pelo responsável. Porque se a criança não tem espaço de fala para outros assuntos, delicados ou não, por que seria fácil falar sobre uma situação invasiva sem a certeza de ser ouvida? Porque sentem vergonha, por acreditarem que é culpa delas (e jamais, nunca é). Porque inúmeras vezes (em sua grande maioria) o abusador é um familiar e isto gera desconforto e medo de desapontar a família. Porque a criança não compreende o que está acontecendo e pode ser manipulada a acreditar que não é um problema.

3. A maioria das ocorrências acontecem mais em meninos ou meninas?
Ainda não há uma resposta exata, mas já sabe-se que o número de meninos abusados é bastante subnotificado, e isso se deve à nossa cultura, que naturaliza o abuso feminino e, daí, os casos de meninos assediados não vem à tona por conta do constrangimento em assumir que eles passaram por isso e discretamente ser mascarado, o que também é terrível.

4. Existe um perfil específico de um abusador?
As pesquisas ainda informam que quem comete abusos, não apresenta um perfil ou comportamento específico, assim, qualquer pessoa pode ser um potencial abusador e/ou explorador. O comportamento tem origem sabidamente multifatorial e envolve a complexidade de vários fatores: alguns procuram por crianças de pais solteiros, que não estão tão disponíveis para dar muita atenção e geralmente usará vários truques e linguagens para ganhar a confiança e/ou enganar a criança.

5. Quais as consequências disso na vida adulta?
A criança pode ter problemas que envolverão pesadelos, dificuldades para dormir, mudança de hábitos alimentares; pode apresentar condutas de autolesão, depressão, ideias suicidas, ansiedade, altos níveis de desesperança e níveis mais elevados de sintomas de estresse pós-traumático. São alterações que variam em tempo e intensidade e resultam em grande sofrimento emocional.

O abuso infantil é um dos problemas de saúde pública, devido à elevada incidência epidemiológica e aos sérios prejuízos para o desenvolvimento das vítimas.
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14 de jun. de 2020

A musicalização e os efeitos psíquicos na infância

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Hora da História
(Ritmo: música Terezinha de Jesus)

E agora minha gente / Uma história vou contar / Uma história bem bonita / Todo mundo vai gostar. Nos livros encantados / Tudo pode acontecer. / Vamos ficar em silêncio / Para a história aprender.

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E agora minha gente / Que a história terminou / Batam palmas bem contentes / Comemore quem gostou.


A música se faz presente na história da humanidade e antes mesmo de nascer, o bebê entra em contato com o universo sonoro que o cerca. Sua relação com a música pode ocorrer, por exemplo, pela voz das pessoas ao redor, por sons da natureza e outros sons produzidos por objetos em seu cotidiano .

Mas, de fato, de que forma a música pode influenciar e promover efeitos psíquicos na infância?

Desenvolvimento sócio afetivo: O contato com o som e a música provoca estímulos que possibilitam que a criança se expresse por meio do corpo: demonstrando o que ela sente ao ouvir uma música, cantando, realizando movimentos mais refinados, como bater palma e mexer o corpo.

Desenvolvimento cognitivo: Ao acompanhar com gestos ou danças a criança está trabalhando a atenção e concentração; ao cantar ou imitar sons está descobrindo suas capacidades e se integrando com o ambiente. E vai armazenando palavras para utilizar mais à frente, fazendo registros musicais na sua memória.

Desenvolvimento psicomotor: Cantar, gesticular, dançar, bater palmas e pés, são experiências importantes para a criança, porque permitem que se desenvolva o senso rítmico, a coordenação motora, fatores importantes para o processo da leitura e escrita. Desenvolver e exercitar a motricidade fina – capacidade que permite usar os pequenos músculos do corpo – e a motricidade grossa, que consiste na utilização de músculos grandes do corpo – como movimentos de braços e pernas.

Contato com outras culturas: A música é universal e pode ser expressa de diferentes formas, dependendo da cultura onde está inserida. Essa proximidade possibilita que as crianças tenham contato com hábitos de outros povos. Um verdadeiro intercâmbio cultural e uma forma de criar empatia diante da diversidade.

Entre outros: Música como um efeito sedativo, tranquiliza, faz adormecer; Criatividade; Memória e Foco.

E assim, a música pode nos ajudar a criar crianças, que serão adolescentes e adultos menos resistentes e que sintam-se mais à vontade para dar vazão aos seus sentimentos.
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8 de jul. de 2019

Como e quando falar sobre a morte com crianças?

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Não existe idade certa para falar sobre a morte, porém, a criança pode demonstrar curiosidade, seja porque vivenciou uma perda, assistiu no desenho ou ouviu alguém usar a expressão e, daí, já é um sinal para manter a via aberta para falar sobre o assunto. Exemplos utilizando o ciclo da natureza, livros infantis, desenhos e filmes, são recursos importantes: o feijãozinho no algodão, a planta no jardim, o animal que nasce, cresce, reproduz e morre (a escola também faz este papel de mediação, embora, sem dizer que está fazendo).

Talvez a criança apresente medo de estar sozinha ou de perder membros da familia que ainda estão vivos; pode voltar a estágios anteriores de desenvolvimento (exigir mais atenção, falar como um bebê, etc); apresentar insônia, perda de apetite, diminuição do desempenho escolar e até vontade de estar com a pessoa que morreu. Faz parte do viver, de quem, pequeno ficou, para elaborar a morte.

Recomendações aos adultos:
1. Não use expressões como: "ele viajou para bem longe", "adormeceu", ou "virou estrelinha". As crianças costumam compreender o que é falado de forma literal e as expressões anteriores podem alimentar o medo de morrer e ser abandonado, trazendo mais ansiedade e confusão. Ainda, por verem personagens de desenhos animados que "morrem" e "renascem", tantas vezes os questionamentos vem e vão, compondo o processo de elaboração das situações do real, para além do pensamento mágico, característico da primeira infância.

2. Permita, se for a vontade da criança (desde que antecipe o que vai ver e ouvir, explicando que aquele ritual ajuda as pessoas a cuidar da saudade, pois terão um tempo para se despedir). Se a criança não quiser ver o corpo ou participar de qualquer ato, não force.

3. Incentive a participação nas tarefas de se despedir de objetos/guardar alguns, mas evite mudanças drásticas, com objetivo de esquecer rapidamente o acontecimento; incentive que a criança sinta-se bem, mesmo na ausência da pessoa que morreu, deixe-a brincar e envolver-se em novas atividades.

• Quando e como dar a notícia?
Após o primeiro tempo de maior intensidade e confusão, procure um local apropriado para explicar o que aconteceu de forma simples e sincera. Por exemplo: "Sabe o vovô, que estava no hospital? Ele morreu, então, não estará mais conosco. Estou muito triste, por isso você poderá me ver chorando em alguns momentos". Se for um acidente, podemos dizer que os médicos e os enfermeiros fizeram o seu melhor para "consertar" o corpo, mas, às vezes, o machucado é grave e os medicamentos não puderam curar. Qualquer explicação deve ser feita com poucas palavras. Mas, se ainda assim, houverem muitos questionado, escolha a verdade, sempre, pois os adultos também não entendemos tão bem tudo o que acontece. Ainda, peça ajuda de outro adulto menos envolvido com as emoções da criança para ajudar.

Dela - a morte - não podemos escapar. Mas podemos esculpir um caminho de consciência menos doloroso (ou pelo menos acreditar que pode ser assim, enquanto der).
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29 de jun. de 2019

Amamentação e Desmame Consciente

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A organização Mundial da saúde recomenda a amamentação pelo menos até completarem 2 anos de idade, quando, supostamente, a criança apresentará maturidade para envolver-se com outras atividades. Peito tem função de alimento, chupeta, carinho, amor, conforto, calma e solução para cólicas. Sim, peito é tudo isso.
Prepare-se emocionalmente para desmamar, consultando profissionais especialistas no assunto. Não faça de forma alguma o desmame por pressão do parceiro, outros familiares ou amigos palpiteiros.
Quando tiver sua decisão tomada, use a verdade para si e para seu bebê: converse, fale a verdade, permita um tempo para a criança se despedir. 
Anote os horários de mamada. Quando estiver próximo ao horário de amamentar ofereça um alimento e faça uma atividade divertida (como cantar, ler livros, brincar). A criança poderá se distrair e não solicitará o peito, aprendendo novas formas de conforto emocional. 
Evite roupas que normalmente usa para amamentar, ou de fácil acesso ao peito.
Qual a necessidade por trás do pedido de peito? Sede, fome, sono, conforto, aconchego, carinho, stress. Perceba se uma substituição - um colo, uma comidinha especial - atende a necessidade da criança. 
Por aqui, defendo a amamentação em livre demanda, desde que também esteja confortável e seja possível para a mãe, pois o bebê fica bem quando a mãe está bem.
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20 de jun. de 2019

Carta aberta à sua criança sobre o uso do celular

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Oi tudo bem? Escrevi esta cartinha pra você. Sim (nome da criança), você mesm@. Eu sou Mayara e sou psicóloga. O meu trabalho é promover e prevenir sobre cuidar da saúde mental com consciência e respeito. A saúde mental é a saúde do nosso cérebro (pensamentos, sentimentos e comportamentos). Quando eu era uma criança, assim do seu tamanho, eu não tinha celular, acredita? Pois é, isso pode ser engraçado e até parecer impossível, mas é verdade verdadeira. Então, eu brincava de amarelinha, bicicleta, bola, dominó,  desenho, pintura, bola de gude, boneca, comidinha, carrinho, barquinhos de papel e livros com histórias incríveis.

No meu trabalho, estudando a nossa saúde mental, sabe o que eu descobri? Que o celular não é brinquedo e, por isso, deve ser utilizado por tempo limitado, ou você fica esquecido, cansado, irritado e agitado. Veja só, ficar muito tempo nas telas, deixa a cabeça quadrada! Mas eu tenho certeza que você não quer que isto aconteça. Trago então uma ideia: que tal brincar todos os dias bemmm longe das telas!? Estar em família, descobrindo brincadeiras, com os amigos, conversando e imaginando histórias. Isto sim, vai te ajudar a crescer esperto e inteligente, porque o seu cérebro estará sendo bem cuidado. Combinado? Lembre-se: a sua saúde mental importa. 
Um abraço redondinho da tia May.
Aos adultos: Convido vocês - Pai, Mãe, Avós, tios - a ler esta cartinha para a sua criança. Depois, praticar tempo junto com qualidade, é a minha melhor recomendação e, um plano que todos temos a responsabilidade de incentivar. Promova experiências além das telas, combine os limites e monitore - para a cabeça não ficar quadrada, incluindo a sua. Conto com vocês!
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9 de jun. de 2019

Incríveis 2 anos

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Por aqui, discordo sobre chamar essa fase do desenvolvimento de terríveis dois anos, pois é um momento muito importante para a construção da identidade da criança, onde acontecem conquistas maravilhosas (atividades motoras se refinando, a linguagem se desenvolvendo, o controle dos esfíncteres também começando, habilidades de lidar com as emoções ainda em construção) e milhões de ligações dos neurônios, que não se repetirão mais nesta intensidade, em nenhum outro momento da vida.

Então, vamos praticar repensar sobre os incríveis dois anos, onde o comportamento do bebê começa a mudar quando percebe que ele e a mãe não são a mesma pessoa: pode ficar mais agitado, aumentar ou diminuir o apetite, bruscamente, despertar à noite e ficar mais irritado. Está ocorrendo uma enorme mudança psíquica somada ao desenvolvimento da linguagem e desenvolvimento físico. No percurso de saúde, uma natural crise de ambivalência, pois o bebê busca a independência, mas ainda precisa dos cuidados de um adulto.

Muitas vezes, quando a criança se joga no chão, chora, se agride ou agride outros, é uma resposta a própria falta de habilidade para se comunicar e expressar  frustração - a razão perde feio para a emoção. Daí que a nossa intervenção é essencial para direcionar a criança diante do mundo a sua volta. Se utilizar a força física, o bebê ensinará que, com agressão, pode resolver conflitos. Se acolher, ensinará que a melhor forma para resolver problemas é com empatia e respeito.

Para atravessar esta fase sem ser terrível, o enorme bebê de dois anos precisa de norte, precisa de colo, precisa de sustentação sem rótulos. E nós, os adultos, precisamos de informações sobre desenvolvimento infantil para lembrar que toda fase de mudança, tem seus pontos desafiadores, não é?
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25 de mar. de 2019

Terror noturno infantil

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O Terror noturno é uma atividade anormal do sono e faz parte de uma categoria de manifestações noturnas conhecida por parassonia. A hipótese mais aceita para explicar o terror noturno é que está relacionado com o desenvolvimento do sistema nervoso central, considerando que o cérebro ainda não esteja suficientemente maduro para realizar a transição entre o sono e o despertar.

• O terror noturno é bastante frequente em crianças, principalmente entre os 2 e os 5 anos de idade. Bebês de colo podem acordar chorando no meio da madrugada e crianças mais velhas costumam gritar ou emitir sons sem entendimento claro.

• Pesadelos acontecem durante o chamado sono R.E.M., ou rapid eye movement (movimento rápido dos olhos), que se dá no fim da madrugada. Já o terror noturno ocorre na primeira metade da noite, quando a criança ainda não atingiu o sono R.E.M. Muitas crianças acordam depois de um pesadelo. No caso do terror noturno, a criança dificilmente acorda por conta própria. Além disso, as pessoas se lembram dos sonhos ou pesadelos que tiveram, enquanto os que apresentam terror noturno não fazem ideia do que se passou durante a noite.

• Diante da situação, não acorde a criança, ela pode despertar assustada e demorar mais tento para restabelecer a calma. É necessário acompanhar o momento, oferecendo proteção, caso apresente sonambulismo ou irritação e corra o risco de causar danos físicos a si mesma ou aos pares. Acompanhe até que a criança se acalme e volte a dormir ou, caso acorde, ofereça proteção e carinho até que se acalme novamente.

• É muito importante manter uma rotina adequada de sono para crianças com terror noturno. Isso significa dormir cedo e reduzir a agitação antes do sono. Quando a criança chega agitada de passeios e festas, o risco de apresentar eventos de terror noturno aumenta.

• Existem crianças que passam a apresentar sintomas de privação de sono. Durante o dia, podem apresentar sonolência e irritação. Também ficam mais vulneráveis a doenças. Quando a criança apresentar prejuízos físicos, emocionais ou em suas atividades diárias é importante buscar ajuda médica e psicológica. Desta forma, diminuirá significamente os sintomas e seus efeitos nocivos.
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26 de jul. de 2018

Aplicativos para controle dos pais - uso do celular

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| Olha quem trouxe novidades: a Shirra! | Personagem fofa do meu livro infantil #pelospoderesdeshirra. ❤️

Existem mais de 1 bilhão de usuários de Android em todo o mundo, entre eles, crianças e adolescentes. Seja para fins pessoais ou acadêmicos, os dispositivos se tornaram parte integrante da vida. No entanto, há momentos em que há exposição de conteúdo impróprio e, para esta atenção e cuidado, existem alguns aplicativos de controle de pais gratuitos (todos os que cito aqui, são para Android). Vem ver e colocar em prática, combinado!

1.Kids Place
Possui modos personalizados (como bloqueio Toddler) e oferece suporte a vários perfis de usuários. Com isso, você pode bloquear determinados sites, aplicativos ou qualquer outro tipo de conteúdo inapropriado. Você também pode monitorar chamadas e mensagens.

2.Screen Time Parental Control
Você pode controlar o tempo que seus filhos gastam no dispositivo e também bloquear aplicativos, restringindo o tipo de conteúdo acessível.

3. Kids Zone
Se você está compartilhando seu dispositivo com seus filhos, então este é um dos melhores aplicativos para você.

4. KuuKla Parental Control
Você pode facilmente manusear os aplicativos que você deseja que seus filhos usem durante o período de tempo fornecido.

5. Parental Control Board
Recursos como configuração de limites de tempo, restrição de aplicativos, bloqueio de conteúdo, monitoramento de chamadas e mensagens, etc.

6. Famil Time
O aplicativo é particularmente útil para pais que têm adolescentes, com um recurso de delimitação geográfica e rastreamento, garantindo que os membros da sua família não sejam expostos a bullying cibernético ou a qualquer outro tipo de conteúdo inapropriado.

7. Kid's Shell
Você pode alternar entre diferentes modos e proteger seu conteúdo ou aplicativos, criando uma inicialização separada para seus filhos, permitindo que eles usem seu dispositivo para fins educacionais e recreativos.

8. Pumpic
Possui uma ampla gama de recursos, como monitoramento de registros de chamadas, mensagens, histórico de navegação, acesso a aplicativos, rastreamento de localização, filtragem de conteúdo, etc.
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| Fonte: www.spyzie.com.br |
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17 de abr. de 2018

Autismo - uma carta

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4 de mar. de 2018

Você dedica tempo para conhecer o desenvolvimento infantil

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O desenvolvimento infantil saudável é um processo que exige movimento contínuo dos adultos responsáveis. Leituras, buscas, trocas, para conhecer esta fase da vida tão potente na vida de todo ser humano.

Personalidade
Desde cedo, bebês já manifestam seu temperamento e as pesquisas mostram que a atividade motora fetal parece ser um indicador do temperamento verificado na infância. O ritmo da mãe, a produção hormonal e sobretudo o estresse, têm um impacto sobre o comportamento do feto.

Emoções e vínculo
O vínculo afetivo, permite à criança se adaptar, organizar-se, confiar em si mesma e buscar autonomia. Começa em casa, inclusive, quando os limites são colocados em prática, favorecendo habilidades cognitivas, sociais e emocionais.

Canções de ninar
O canto pode servir como regulador de atenção, diminuindo o estado de alerta no bebê que apresenta irritação ou aumentando a vigilância no bebê que apresenta apatia. Dessa forma, podemos constatar que a voz, o som, tem consequências benéficas sobre o comportamento dos bebês, especialmente na atenção, na indução do sono, na redução do choro e no aumento dos afetos positivos, intensificando a ligação entre os pais e a criança. 

Contar histórias
Pesquisas confirmaram que os bebês recordam experiências vividas antes do nascimento, chamando esta constatação de "impregnação pré-natal". O feto ouve e reconhece a linguagem com a qual tem contato e é capaz de recordar-se até determinado grau. Desta forma, entendemos que aquilo que é familiar pode ser facilmente utilizado para acalmar o bebê em momentos futuros, desde que o estímulo permaneça. Portanto, A favor de contar boas histórias, sempre!

Comunicação
Mesmo antes de aprender a falar, o bebê já se comunica por meio de gestos e a comunicação vai se dando pela observação e incentivo a verbalizar - construção de repertório para mais a frente utilizar. Quando o bebê começar a apontar para um objeto, antes de entregá-lo prontamente, pergunte o que ele quer, fale o nome do objeto e dê um tempo para ele tentar articular alguns sons.

Nutrição
O cérebro das crianças requer uma dieta equilibrada para cumprir com as funções essenciais de desenvolvimento. O execrado ou inadequação alimentar pode levar a obesidade e diversas doenças relacionadas. A desnutrição provoca atrasos no desenvolvimento motor e cognitivo e empobrece a capacidade de atenção e memória, afetando a aprendizagem.

Rotinas e Limites
São necessárias e estruturam o mundo das crianças, já que lhe permite aprender como agir, antecipar consequências, esperar, se expressar emocionalmente e produzir consciência das suas ações. Vem ler aqui também.

Sono
O sono recupera, ajuda a crescer e permite o fortalecimento e consolidação dos aprendizados experimentados durante o dia.

Tecnologias
O uso de telas (televisão, tablets, smartphones, videogames, computadores) por parte das crianças, pode ser positivo e facilitar o aprendizado, desde que monitorado e por tempo moderado. Mais informações aqui e aqui. 
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1 de mar. de 2018

Caderno das Emoções

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💭 Podemos aprender sempre, mas quanto mais cedo, menor o esforço para conseguir o resultado e quanto mais jovem, maior a plasticidade do nosso cérebro (a capacidade de se modificar em resposta às experiências). Percebe a importância de ensinar às crianças sobre as emoções e como gerenciar um pouco de tudo que elas nos despertam? Com o passar do tempo e já tendo estas bases de aprendizagem, poderemos lidar melhor com a vida e valorizar a nossa saúde mental e emocional.

📖💕 Caderno das Emoções — para ser utilizado com crianças entre 5 e 11 anos (também podendo ser  adaptado para outras idades) — favorece a prática da Educação Emocional de forma lúdica e leve, por meio de atividades orientadas para desenhar, colorir, escrever, pensar, conversar e aprender sobre as Emoções primárias — Alegria, Tristeza, Raiva e Medo — e secundárias — Ciúmes, Inveja e Vergonha. Podemos aprender sempre, mas quanto mais cedo e mais jovem, maior a plasticidade do nosso cérebro (a capacidade de se modificar em resposta às experiências). Percebe a importância de ensinar às crianças sobre as Emoções e como gerenciar o que elas nos despertam? Com o passar do tempo e já tendo essas bases de aprendizagem, poderemos lidar melhor com a vida e valorizar a nossa Saúde Mental e Emocional.

• Ao realizar as atividades, com ajuda de um adulto, a criança poderá:
- Autocuidado;
- Inteligência Emocional;
- Aprendizado da Empatia;
- Consciência Emocional: reconhecer e nomear as Emoções;
- Criatividade e prática reflexiva sobre as próprias Emoções;
- Autonomia Emocional: expressar e reagir de maneira saudável;
- Adequação Emocional: treinar novos comportamentos.

Aproveitem bem e, mãos à arte!
Vamos juntos!

Mayara Almeida
Psicóloga | Psicanalista
CRP 13/5938
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31 de jan. de 2018

Crescer faz parte, ok!

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Quando um paciente cria uma história onde ele veio de outro mundo e quer muito voltar pra lá - um mundo onde só existem pessoas iguais a ele e que são crianças para sempre, "porque crescer é chato; adulto só trabalha" - você é tomado pela consciência de que a relação do adulto com o trabalho precisa mesmo melhorar, para que seja possível uma transmissão de que crescer tem lá suas intensas questões, mas não é algo que deve ser consumido de estranhamentos. É o natural da vida e não aceitar isto, pode vir a ser doloroso demais. 

| Aqui, eu tento. Trabalho e brinco. Trabalho e escrevo. Trabalho e descanso. Trabalho e canso. Trabalho e brinco de novo. Sigo me estranhando mas buscando o que eu posso fazer com todo esse tanto e continuar: sendo, brincando, trabalhando, crescendo. | 

E por aí, como está a percepção do "ser adulto"?


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22 de jan. de 2018

Palavra de criança

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Quando observamos as crianças em suas brincadeiras e conversas habituais, podemos perceber que, muitas vezes os pequenos apresentavam dificuldades para nomear o que sentem. Pedi a seis crianças que criassem suas definições para algumas palavras que, utilizamos usualmente e, portanto, fazem parte de sua rotina de escuta, mesmo que indiretamente. O resultado apresenta um pouco de como estão sendo construídas as suas percepções sobre a vida. 
Esta conscientização sobre "o que é o quê", muito além da fase dos “porquês”, é muito importante pois promove maior autonomia e a possibilidade real de pensar, favorecendo as relações.

Adulto: “é gente grande” - T, 14 anos

Dinheiro: “é um papel que tira no banco” - T, 14 anos

Mãe: “é uma pessoa que cria a gente” - T, 14 anos

Nuvem: “é uma coisa no céu que faz chover” - J, 11 anos
“É um algodão doce” - M, 12 anos

Ordem: “é quando o pai não deixa sair” - M, 12 anos

Pai: “é o querido da mamãe” - G, 9 anos

Saudade: “é quando alguém viaja e a gente fica” - A, 11 anos

Saúde: “é felicidade” - R, 11 anos

Tristeza: “é o vento” - J, 11 anos

Universo: “é um verso” - T, 14 anos
“É onde as pessoas estão no mundo para sempre” - G, 9 anos






Pergunta aí à sua criança! 
Brinque de pensar sobre as palavras.
Converse, estimule a imaginação e o ser-si.
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13 de set. de 2017

Em que você ainda acredita?

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E na fila de uma loja, estou na frente de uma mãe com duas filhas (criança e adolescente):

- Eita mãe, uma espada! "Yah!"
- Deixa isso, é de menino!

Eu sorrio e continuo: - Ah mãe! Meninas também podem ser poderosas. Você lembra da Shirra, irmã do He-man? Ela tinha espada, superpoderes e a gente adorava!

- É verdade! (Pegando a espada) Ela dizia: "Pelos Poderes de Shirra!" Eu gostava mesmo!

- Você pode resgatar alguns episódios no youtube, acho que as meninas vão gostar de ver. 

- É. Obrigada!

Fim da conversa. Fila que segue...

E reflito: em que momento deixamos de lado aquilo em que acreditamos, a força que temos e nossos gostos mais simples e com significado? Aquela mãe - que poderia ser eu ou você - em algum momento, deixou de acreditar e isso movimenta as relações e gerações. 

Eu lembrei do livro infantil, recém publicado por mim e como é importante resgatar este encantamento para usar na vida. Todos podemos ter - e temos - superpoderes. Não aqueles onde saem raios ou outras energias pelas mãos, mas poderes diários e renovável em qualquer tempo. Mas a gente só acredita em algo, se a gente acreditar em algo. Bem assim! 

E você? Em quê ainda acredita?
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11 de set. de 2017

Nasce um bebê e ... (Não) nasce uma mãe. Não necessariamente.

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Ainda vivemos numa cultura em que prevalece a ideia de que a maternidade é um instinto (da ordem apenas do biológico). Mas é necessário lembrar que o nascimento (psíquico) de uma mãe não coincide com o nascimento biológico do bebê. Isto significa que, do ponto de vista emocional, uma mãe não nasce quando nasce um bebê. Uma mãe é construída e reconstruída dia após dia a partir de sua história pessoal, das representações sobre o que é ser uma mãe, das interações que estabelece com seu bebê e do suporte que recebe de seu ambiente.

Muito acontece com as mulheres a partir da maternidade. Frequentemente relatam que querem dar conta de tudo, mas é preciso ajustamento à nova identidade e às descobertas em relação ao seu (desconhecido) bebê. Um bebê foi desejado, mas é o real que nasce. Uma mãe foi idealizada, mas é a mãe possível que vai funcionar e existir. Nasce um bebê. Constrói-se uma mãe. Sim, tipo lego, pecinhas, encaixes na prática.

A serviço da maternagem devem estar todos aqueles que se ocupam do casal e do bebê. Sejamos rede de apoio! 
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27 de ago. de 2017

Como pode, o seu trabalho ser brincar?

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Dia desses, numa sessão inicial com uma criança de cinco anos:

- Agora é a sua vez. Quer saber algo sobre mim?
- Hummm. Quero: onde você trabalha? Pergunta a criança.

Eu dei risada, pois estava claro que aquela configuração de trabalho não era possível ainda em sua cabecinha: - Eu trabalho aqui. Sou Psicóloga.

Ela olhou rápido ao redor, e com uma expressão séria, questionou: - Como pode, seu trabalho ser brincar?

O nosso vínculo com o trabalho (em qualquer profissional) parece ser tão rigoroso, que o lúdico no trabalho ainda pode ser mal interpretado, tantas vezes. E se tratando da Psicologia, é preciso também reinventar para alcançar a diversidade humana. Mas, que fique claro, a gente só pode sair viajando por aí, quando sabemos como e para onde retornar, assim nos sentiremos seguros - não sempre, mas com algum norte. Do contrário, a gente se perde, fica tonto de tantas voltas e leva para a incerteza, quem estiver na viagem.

É um trabalho conjunto, de formação de vínculo: se o paciente estiver forte, ótimo, você está; se o paciente estiver frágil, você precisa continuar forte, continuar lá, mesmo se você não está. Entende a delicadeza surreal? Entende a necessidade de terapia para profissionais? Não há uma regra, há seres humanos vivendo situações semelhantes ou diferentes e exigindo de si e dos outros ao redor, diversos esforços que movimentam ativamente as emoções. Não há um jeito único, uma forma definitiva, há um outro olhar, um pouco mais de atenção aos detalhes ao que é feito e falado. Várias maneiras de ser chegam ao consultório, que é uma espécie de laboratório da vida real, onde o sujeito é um pouco do que tem sido lá fora, misturado com o que gostaria de ser mas por algum motivo, não é. Às vezes, é preciso dizer aos pais: o que vocês acham que estão ensinando ao agir assim, indo contra os combinados? Às vezes, é preciso dizer ao adulto: olha, tu pode errar também, e tudo bem. Às vezes, é preciso dizer ao adolescente: se tu não fizer outra escolha, vai estar sendo exatamente aquilo que eles são com você, e vai se chatear demais quando perceber isto. Às vezes, é preciso dizer à uma criança que faz uma birra incrível, na frente da mãe que sorri: a mamãe está achando engraçado, mas eu não e, por isto, ficarei em silêncio até que eu perceba que isto aqui é sério para todos nós. 

Quando dizer ou fazer tudo isto? Não sei. Talvez eu só tenha feito uma vez, ou três; ou ainda não tenha feito nada disso. A questão é estar atento ao que demanda a situação e considerar a possibilidade de ser ética, sem ser permissiva desnecessariamente.  

Na terapia, é bom e precioso saber voltar, para poder continuar a seguir, considerando o outro, este que você sabe sobre, um pouco, e vai emprestar a si mesmo, para que ele aproxime-se da sua real ou ilusória confusão e se reconstrua então, ou não. Entende como não cabe numa lista, num texto, num tamanho qualquer? A Psicologia, e aqui acrescento a psicanálise (que é o instrumento-agulha das minhas costuras profissionais) - é uma experiência, uma escolha e, escolhas são únicas.
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14 de jun. de 2017

Livro Infantil: Pelos Poderes de Shirra

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| R$ 35,00 |

Este livro nasceu de uma inspiração pessoal da minha infância. Gostava de assistir aquela heroína que segurava uma espada e dizia em alto e bom som: eu sou Shirraaa! Ali, desperta a um misto de empoderamento e encantamento que dura até hoje e, assim, decidi permitir nascer o meu primeiro livro infantil. Está lindo e colorido. Cheios de boas mensagens e imagens. Vem conhecer mais!

“Pelos Poderes de Shirra” conta sobre uma garotinha e sua maneira de lidar com o mundo. A história acontece, na maior parte do tempo, no ambiente escolar, onde a Shirra compartilha gentileza e imaginação, junto de seus amigos Liz e Guto. A professora valoriza e fortalece, naturalmente, as boas atitudes das crianças. Assim, Shirra vem nos pegar pela mão - pequenos e grandes - e conduzir às infinitas possibilidades infantis, lembrando que há sempre um grande herói ou heroína, dentro de cada um de nós.

✓ Pode ser utilizado no consultório ou escola, como ferramenta para trabalhar a autoestima, autorização das habilidades individuais, bem como estimular atitudes de gentileza.


✓ Também com adultos, como dose de imaginação necessária para produzir mudanças; é preciso sonhar e, muitas vezes, embotamos este percurso.

Adquira o seu!

Editora Penalux.

Ilustrações de Roger Cartoon.

Mayara Almeida
Autora - Psicóloga e Escritora
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5 de jun. de 2017

A história do "bubu" encantado

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A infância é este lugar de afetos, e interações com pessoas e objetos de forma importante, para ajudar a criança, diante das aprendizagens e passagens entre as fases de desenvolvimento. Paninhos, chupetas, ursinhos, podem funcionar, por vezes, como objetos transicionais, com esta função de ajuste e acolhimento necessários mais intensamente, para algumas crianças. Enquanto profissionais, temos a função de caminhar junto para apoiar e fortalecer a personalidade diante das mudanças necessárias. Criar histórias junto com a criança, torna possível passar pelo caminho assustador, sentir os medos e enfim, poder falar ou demonstrar sobre o que nem sempre é confortável. 

Abaixo, criação minha (negrito) e de uma criança de 3 anos (vermelho) que estava passando por um processo de despedida do "bubu" (chupeta). A imaginação livre foi a condutora principal: eu iniciei, a criança continuou e quando ele parava, eu incentivava: "o que mais?" ou "e aí?", até que ela resolveu silenciar e eu finalizei.

Vem ler e se inspirar, caso algum pequeno precise de uma historinha!



A história do "bubu" encantado

Era uma vez um bubu encantado, que vivia no mundo dos bubus. Só ele era encantado porque tinha o poder de se transformar em tudo aquilo que o seu dono quisesse. Certo dia, alguém compro-o no supermercado e levou para casa. Sem saber que era encantado, desejou ser um... astro de papel. A magia era tão forte, mais tão forte que, logo apareceu o seu desejo. O bubu era quadrado, mas ao se transformar ficou transparente. E ele se transformou em uma princesa. E princesas não usam bubu. Aí ele virou um lápis encantado e tava muito bravo, pois já não era um bubu. Ficou de transformando em várias... coisas, estava descontrolado e então, sumiu.

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24 de fev. de 2017

"O que as crianças querem de você" *

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A criança se expressa de diferentes maneiras e todas elas fazem parte de um percurso em busca da comunicação. Durante a brincadeira, expressões ouvidas e inventadas colorem as tentativas de expressar um incômodo ou descoberta. Há quem compreenda, há quem se afete e reaja com estranheza.

Existe uma força no discurso dos pais que a criança pode acolher e, à duras penas, comprovar que os pais estão certos. É importante saber então que, para a criança, você - adulto - está sempre certo. Então, que certezas está oferecendo à sua criança?


* O que as crianças querem de você

Não me mime
Eu sei muito bem que não posso ter tudo o que eu peço - mas eu quero provar meus limites.
Não me trate como se eu fosse menor do que eu realmente sou
Se você fizer isso, você me impede de virar um adulto auto-confiante

Eu vou prestar muito mais atenção nas suas palavras se você falar comigo com calma e olhando nos meus olhos.
Não faça uso de violência comigo
Com seu exemplo, eu posso aprender que com violência se consegue o que quer
Não se espante demais se eu disser: “Eu te odeio!”
Eu não te odeio, mas sua autoridade sobre mim está estragando meus planos
Não me proteja exageradamente de consequências desagradáveis
No final das contas, eu aprendo encarando minhas experiências e as consequências dos meus atos

Às vezes eu só quero chamar um pouco da sua atenção, fale para mim que não está certo e seja você mesmo um exemplo de bom comportamento.
Não reclame e resmungue o tempo todo comigo
Para minha auto-proteção, vou me fingir de surdo quando você falar demais
Não faça promessas impossíveis de serem cumpridas
Lembre-se que quando promessas são quebradas eu me sinto traído e desamparado

Não diga que meus medos são bobos
Eles são verdadeiros para mim, e você pode me ajudar se você tentar compreendê-los.
Não tente se mostrar como uma pessoa sem defeitos e que não erra nunca
O choque será grande demais quando eu descobrir que você também tem muitas falhas

Não faça muito caso dos meus machucadinhos
Se você der muita importância para eles, vou aprender a procurar ganhos e desculpas na doença
Não se considere superior demais para de desculpar comigo
Talvez você se surpreenda com isso, mas uma desculpa sincera desperta em mim compaixão e afeto

Tradução livre do texto Kinderwünsche de A. Lücke
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29 de jan. de 2017

O que é a superdotação?*

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A superdotação é um fenômeno que se caracteriza por uma elevada capacidade mental e um nível de performance significativamente superior à média. 

Diferente de uma habilidade, que pode ser adquirida através do aprendizado, a superdotação é entendida como um talento, uma aptidão inata; ou seja, o indivíduo nasce superdotado, e necessitará de um ambiente que lhe ofereça condições para exercer essas capacidades de forma adequada. Estes indivíduos, além das elevadas capacidades intelectuais, criativas ou artísticas tem forte espírito de liderança, e frequentemente se destacam numa determinada área acadêmica. Sabe-se que se trata de um fenômeno com marcadores genéticos, porém a vivência num ambiente com melhores recursos e estímulos promovem um desenvolvimento cada vez maior das capacidades mentais do superdotado.

Entretanto, os superdotados não precisam ser bons em todas as áreas. A superdotação pode ser geral ou específica para alguma área do conhecimento. Por exemplo, uma pessoa pode apresentar uma capacidade extraordinária em matemática ou na música, porém na área linguística, suas competências não serem igualmente superiores.

Há um conjunto de características que podem servir como indicativos na avaliação da superdotação. Vale ressaltar que os superdotados podem apresentar diversas dessas características, mas não necessariamente todas elas:
  • Desenvolvimento neuropsicomotor precoce: a criança engatinha, anda e fala mais cedo do que o esperado, com vocabulário avançado para a idade;
  • Habilidade superior para manutenção da atenção;
  • Ótima capacidade de memória com elevada e rápida capacidade de aprendizagem;
  • Persistência e motivação para a resolução de problemas;
  • Aquisição precoce da leitura;
  • Habilidade acima da média com números e aritmética;
  • Curiosidade incomum, desejo de aprender e capacidade de elaborar questionamentos de forma ilimitada;
  • Interesses em áreas específicas, podendo tornar-se especialista no assunto;
  • Criatividade;
  • Sensibilidade elevada, podendo apresentar fortes reações em relação a parte sensorial (ruídos, odores, dores), e especialmente à frustração;
  • Comportamento de liderança;
  • Energia elevada, o que pode ser confundido com hiperatividade, especialmente quando não estimuladas adequadamente;
  • Aguçada percepção de relações de causa e efeito;
  • Facilidade para estabelecer generalizações, ou seja, transferir aprendizagens de uma situação para outra;
  • Elevado senso crítico: rapidez em identificar contradições e inconsistências;
  • Pensamento divergente: habilidade em encontrar diversas idéias e soluções para um mesmo problema;
  • Tendência ao perfeccionismo.
Ainda, as crianças superdotadas podem eventualmente sofrer de problemas no ajustamento socioemocional. Uma vez que o desenvolvimento das capacidades mentais e intelectuais encontra-se muito acentuado e incompatível com os pares da mesma idade, é comum que o superdotado tenha prejuízos na interação social, devido a dificuldade em compartilhar os mesmos interesses. Alguns acabam por se relacionar com crianças mais velhas ou adultos, ou até mesmo podem apresentar um grande apreço pela solidão. Se a criança superdotada não for auxiliada pela família ou até mesmo por um profissional para lidar de modo adequado com sua condição, esse desajuste socioemocional pode evoluir para problemas de personalidade, depressão e ou traços de agressividade.

Os pais devem auxilar para o desenvolvimento psicológico mais saudável possível:
  • Oferecer um ambiente com recursos que estimulem continuamente as capacidades mentais da criança;
  • Evitar a supervalorização e as expectativas quanto ao desempenho da criança; ela mesma, em geral, já é muito exigente, e os pais devem aceitar falhas e ajudar a criança a enfrentar dificuldades de qualquer ordem.
  • Ajudar a criança a lidar com frustrações emocionais; apesar do superdotado não passar por dificuldades no aspecto acadêmico, o fracasso faz parte de outros contextos da vida, e prepará-lo para isso é favorecer seu desenvolvimento emocional saudável;
  • Não se esquecer que, embora possua capacidades avançadas para sua idade o superdotado deve ser tratada de acordo com a sua faixa etária de desenvolvimento.
Um psicólogo treinado poderá ajudar na detecção de possíveis pessoas altamente habilidosas por meio de avaliações específicas; orientação de famílias e professores; encaminhamento de crianças altamente habilidosas à escolas que possam suprir a necessidade de estimulação, enviando relatórios das avaliações feitas nas diferentes áreas.

* Com base neste artigo: Superdotação

Mayara Almeida
Psicóloga - CRP 13/5938
mayarapsicologia@hotmail.com

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