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20 de mar. de 2024

Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC)

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As habilidades auditivas são responsáveis por um conjunto de processos que vão da detecção à interpretação das informações sonoras, nos permitindo:

- Concentrar em um determinado estímulo sonoro, ignorando o ruído de fundo, como na sala de aula, ou outros espaços coletivos;

- Saber a direção de um som, como quando ouvimos uma buzina ao atravessar a rua;

- Perceber a diferença entre os sons falados em palavras semelhantes, como “tia” e “dia”;

- Conseguir, a partir de uma informação incompleta, completar subjetivamente a mensagem, como quando ouvimos apenas parte da palavra e, assim mesmo, compreendemos o que foi dito;

- Compreender frases com duplo sentido;

- Seguir uma sequência, organizar e recordar aquilo que ouvimos;

- Perceber a intenção comunicativa pelo tom da voz e pela entonação do interlocutor.

Quais são as habilidades que podem ser afetadas pelo TPAC?

As habilidades auditivas podem ser agrupadas em cinco áreas gerais: atenção, discriminação, associação, integração e organização. Quando há alteração no processamento auditivo central, as principais habilidades afetadas são:

* Localização sonora: capacidade que o cérebro tem de localizar a direção de onde vem determinado som. Esta é uma habilidade necessária em diversos momentos de nossa rotina, como na sala de aula, quando o professor começa a explicar uma matéria e precisamos direcionar nossa atenção, ou para manter o foco de atenção em uma pessoa, quando há outros estímulos sonoros no ambiente.

* Resolução temporal: percepção de variações do som em uma pequena amostra de tempo. Essas variações podem envolver mudanças na intensidade, frequência e duração dos estímulos. É uma habilidade que nos permite perceber as diferenças entre os sons produzidos a partir de movimentos parecidos, mas que diferenciam sílabas e palavras como “pato” e “bato” ou variações de ênfases, como sílabas tônicas ou terminações interrogativas, afirmativas e exclamativas.

* Fechamento auditivo: nos ajuda a entender o que foi dito quando a qualidade do som não é muito boa, quando o som é distorcido ou completar informações que estão faltando dentro de um contexto. Precisamos dessa habilidade em situações como a escola, quando o professor explica a matéria e você se distrai perdendo uma palavra e precisa voltar a prestar atenção no que foi dito, e até mesmo para conseguir compreender uma pessoa que está gripada ou com a voz rouca.

* Figura-Fundo: é a habilidade necessária para que possamos compreender a comunicação quando o ambiente está ruidoso. Por exemplo, quando você está ouvindo uma música e um amigo está falando ao mesmo tempo ou na escola, quando o professor está falando e ao redor existem sons competitivos vindos do corredor ou da rua, por exemplo. Nessas situações o cérebro precisa ser capaz de selecionar a informação que julgamos mais importante.

O que causa o transtorno do processamento auditivo?

Podem ser várias as causas do TPAC estão: otites de repetição na primeira infância, pequenas lesões na via de condução, privação sensorial, mudanças neurológicas, problemas na gestação, déficit cognitivos, transtornos de aprendizagem, TDAH e problemas do neurodesenvolvimento, como amadurecimento do cérebro.

Como tratar distúrbio do processamento auditivo?

É essencial envolver a família e escola para que, assim, o paciente tenha uma melhor experiência acadêmica e interpessoal.

1. Terapia de processamento: através da terapia fonoaudiológica, reabilitar as habilidades auditivas afetadas, diagnosticadas no exame do processamento auditivo central, desenvolvendo estas áreas e contribuindo para a melhora da aprendizagem, habilidades auditivas e qualidade de vida.

2. Intervenção psicopedagógica: é importante que a escola se envolva no processo de aprendizagem, tomando algumas medidas simples para melhorar a experiência de alunos, como: 

  • Atrair a atenção do aluno antes de começar a falar;
  • Colocar o aluno em um bom lugar na sala de aula, próximo ao professor, de preferência nas primeiras carteiras centrais;
  • Uso de exemplos práticos, de recursos visuais, auditivos e táteis, antes de pedir para fazer uma atividade;
  • O professor deve ter certeza de que esse aluno entendeu os passos de execução, repetindo e reformulando a informação se for preciso;
  • Evitar ruídos competitivos, ao manter janelas e portas fechadas, afastar o aluno do ventilador, do ar-condicionado e de colegas que conversem mais;
  • Fazer mais intervalos entre as atividades para evitar fadiga auditiva;
  • Uso de post-it para marcar o que deve fazer ou estudar para provas;
  • Acesso ao conteúdo das aulas antes da aula, para se familiarizar com conceitos e novas palavras.

- Treinamento auditivo: é um programa de reabilitação, realizado por Fonoaudiólogos, usando técnicas direcionadas para: detecção, sensação, discriminação, localização, reconhecimento, compreensão e memória. Dentro de cada etapa se trabalham todas essas habilidades auditivas, de acordo com o que o paciente precisa. Deve se trabalhada a atenção (focalizada e seletiva) e a memória, por causa de sua importância, junto às outras habilidades. Além disso, trabalham sons verbais e não verbais, a fim de melhorar mecanismos fisiológicos. Eles são vitais para várias habilidades auditivas.

  • - Ajustes Familiares: Quando iniciar um diálogo com a criança, certifique-se de que ela esteja olhando para você;
  • Fale mais alto, se for necessário, mas não grite;
  • Fale um pouco mais devagar e articule bem as palavras;
  • Repita a ordem várias vezes quando necessário;
  • Use frases mais curtas e diretas;
  • Adicione informações à fala da criança, para que ela possa aprender novas palavras.
  • Conte histórias para a criança e durante a contação faça perguntas sobre os personagens ou sobre o que está acontecendo na história;
  • Procure não rotular a criança de preguiçosa, desinteressada, tagarela, etc;
  • Compreender que a criança cansa mais facilmente no quesito atenção e perde pistas acústicas.

Por que o diagnóstico precoce do TPAC é importante?

A detecção precoce, a correta orientação e a intervenção podem minimizar as dificuldades comunicativas e o desempenho tanto no âmbito escolar como nas relações sociais, permitindo orientação adequada aos pais e facilitando a conduta dos professores no processo de aprendizagem.
*

Referências: https://blog.eurekka.me/tpac/?ist_privacy_policy=accepted/ https://www.afinandocerebro.com.br/post/como-o-dpac-tpac-influencia-o-processo-de-aprendizagem/ https://simplificafono.com.br/audiologia/como-ajudar-a-crianca-com-tpac/

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19 de mar. de 2024

Afirmações Positivas

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Benefícios das afirmações para crianças:

  • Ajuda a desenvolver uma mentalidade de resiliência;
  • Promove a autoestima positiva;
  • Constrói confiança em suas habilidades;
  • Ajuda a lidar com a ansiedade e o estresse.

 Inspire-se e crie suas afirmações também!

- Seja encorajador: As afirmações devem ser ditas com convicção e entusiasmo. Se você não acredita no que está dizendo, seus filhos também não acreditarão. Fale com uma voz firme e faça contato visual para mostrar que você está falando sério.

- Seja consistente: As afirmações devem ser usadas regularmente e não apenas quando seus filhos precisam de autoconfiança. Lembre-os de seu valor, mesmo quando estiverem tendo um dia ruim.

- Seja criativo: Faça um álbum de recortes, pinte, crie seus próprios cartões de afirmação ou faça um quadro de visão. As crianças são ótimas em sugerir novas ideias.

- Seja divertido: Use afirmações nas brincadeiras! cante, dance, jogue. Use afirmações em épocas temáticas ou em torno de desenhos animados e filmes, do interesse do seu filho.

*

As afirmações são uma das melhores ferramentas para aumentar a autoconfiança do seu filho e estabelecer a sua mentalidade de crescimento. Reuni algumas afirmações positivas, para usar consigo mesmo, com as crianças, adolescentes ou outros adultos.

Como eu faço?

"Uso afirmações diárias para ajudar o meu cérebro a ser mais positiva e amorosa comigo".

1. Eu sou amoroso/a

2. Eu sou engraçado/a

3. Estou esperançoso/a

4. Eu sou inteligente

5. Estou entusiasmado/a

6. Eu sou honesto/a

7. Eu sou útil

8. Eu sou amigável

9. Eu sou gentil

10. Eu sou forte

11. Eu sou brincalhão/ona

12. Eu sou cuidadoso/a

13. Eu sou justo/a

14. Eu sou talentoso/a

15. Eu estou calmo/a

16. Eu posso fazer coisas difíceis: A capacidade de enfrentar e superar obstáculos é crucial para a autoconfiança e o desenvolvimento de uma mentalidade de crescimento. Essa afirmação lembra às crianças que elas podem enfrentar o que quer que aconteça.

17. Erros me ajudam a aprender: Mais do que algo a evitar, os erros e até mesmo o fracasso são onde o aprendizado real acontece. Esta frase poderosa lembra ao seu filho que os erros são uma etapa natural no processo.

18. Eu posso tentar coisas novas: A maioria das crianças hesita em tentar (e possivelmente falhar) em algo novo ou desconhecido. Seu filho pode se lembrar de todos os muitos "primeiros" que experimentou e se sentir confiante para tentar a próxima coisa nova.

19. Eu falo com bondade: Crianças (e adultos) muitas vezes precisam de lembretes sobre o poder das palavras. Não podemos controlar como os outros falam, mas sempre podemos escolher palavras que sejam gentis e úteis – tanto para nós mesmos quanto para os outros.

20. Eu nasci para aprender: Ninguém nasce sabendo andar, escrever ou fazer quase tudo. Mas com tempo e esforço, qualquer um pode aprender.

21. Meu cérebro é um músculo – ele fica mais forte com a prática: Assim como os músculos se fortalecem ao serem desafiados, o cérebro cresce a partir da luta. Quanto mais praticamos e trabalhamos duro, maior é o nosso crescimento.

22. Estou sempre crescendo e aprendendo: Para a criança que muitas vezes se sente "presa" ou luta para aprender coisas novas, lembretes de que o crescimento e o desenvolvimento estão sempre acontecendo podem ser particularmente poderosos.

23. Sou grato por quem sou: A gratidão requer mudar para uma nova perspectiva – de ver o que está errado para ver o que está certo. Essa afirmação é um lembrete para se concentrar no que está indo bem e para que seu filho perceba os pontos fortes e as habilidades que ele já tem.

24. Eu escolho me concentrar no que posso controlar: Quando as coisas dão errado, é crucial que seu filho se concentre nos aspectos que ele pode controlar: suas palavras, reações e comportamento. Afirmar que eles podem escolher no que se concentrar reduz a ansiedade sobre as coisas que não podem mudar.

25. Eu Sou Valente: As crianças costumam pensar em corajoso como o oposto de assustado. Mas a bravura só existe quando seu filho está com medo – e enfrenta! Afirmações sobre ser corajoso diante de preocupações e obstáculos ajudarão até mesmo as crianças mais ansiosas a seguir em frente com confiança.

26. Posso pedir ajuda quando preciso: Longe da fraqueza, pedir ajuda quando necessário é uma prática eficaz (e corajosa). Embora seja importante também tentar as coisas por conta própria, saber que há outros para nos apoiar em momentos difíceis é um reforço de confiança.

27. Sou resiliente: Resiliência significa voltar de desafios grandes e pequenos. Afirmar que as crianças têm o poder de se reerguer e recomeçar é um construtor de confiança.

28. Eu Acredito nos Meus Sonhos: Mentalidade de crescimento significa ter grandes sonhos e alcançar objetivos. Essa afirmação lembra as crianças de acreditarem no poder de suas mentes e terem a confiança para tornar seus sonhos realidade através do trabalho árduo.

29. Eu tenho tudo o que preciso para fazer de hoje um grande dia: Muitas crianças se envolvem em pensamentos negativos. Quando um cenário dá errado, ele prepara o terreno para um dia ruim. Essa afirmação leva seu filho a lembrar que qualquer dia pode ser virado com uma atitude positiva.

30. Eu Sigo a Minha Intuição: Ouvir o coração é fundamental para a confiança da criança. Essa afirmação os lembra de sintonizar e estar atentos à sua voz interior.

31. Eu sou um bom amigo: Para fazer um bom amigo, as crianças devem ser boas amigas. Essa afirmação apoia seu filho a desenvolver as qualidades que ele gostaria de ver nos outros e é especialmente útil para aqueles com ansiedade social ou dificuldade para fazer amigos.

32. Eu fico melhor a cada dia: A cada dia, construímos o esforço e o aprendizado dos dias anteriores. A cada dia, crescemos a partir de nossos erros e trabalho duro.

33. Hoje Enfrentarei Meus Medos: Quando nos escondemos das preocupações e medos, eles só ficam mais fortes. Afirmações sobre enfrentar o que nos assusta – de uma prova de matemática ao medo do escuro – nos ajudam a recuperar o controle.

34. Eu escolho me comparar à mim mesmo: Comparar-se com os outros é normal para as crianças. Mas muitas vezes leva à sentimentos de fata de confiança e a se sentir "menos que". Essa afirmação nota a diferença entre ser o melhor e ser o seu melhor.

35. Eu sou o suficiente: É comum que crianças (e adultos) sintam falta de alguma forma. Quando declaramos que somos suficientes exatamente como somos, coisas incríveis acontecem – autoaceitação, amor próprio e confiança para crescer.

 *

Como utilizar?

1. Leiam juntos no café da manhã ou na hora de dormir;

2. Coloque na geladeira ou no quarto, como lembrete ao longo do dia (você pode mudar sempre que desejar);

3. Peça ao seu filho que escolha um para guardar com ele na mochila ou no bolso;

4. Faça pequenas surpresas diárias, colocando um cartão de afirmação na mochila ou lancheira, da criança ou adolescente (escreva à mão ou faça impressões de afirmações);

5. Faça suas próprias afirmações adaptadas, especificamente ao seu filho (use palavras afirmativas como "eu sou" ou "eu posso" e concentre-se em qualidades, pontos fortes e áreas onde seu filho necessita de incentivo extra);

6. Mantenha-os curtos e lembre de adaptar à idade, escolhendo a linguagem adequada;

7. Escreva, enfeite e utilize em qualquer momento do dia, oferecendo um incentivo ou encorajamento.


Com carinho,

Mayara Almeida

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33 ideias mágicas de autocuidado para crianças

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Como eu faço?

Gosto de explicar às crianças que o cuidado com nós mesmos, nos ajusta a proporcionar benefícios ao corpo e à mente. E por sermos diferentes, é importante descobrir quais atividades de autocuidado fazem sentido. É como fazer nossas próprias poções mágicas e escolher os ingredientes especiais que funcionam para cada um de nós.

Quais são os benefícios?

Quanto mais cedo uma criança começar a aprender sobre autocuidado, maior será a probabilidade de desenvolver hábitos saudáveis, que a beneficiarão ao longo da vida. Pequenas responsabilidades pelo seu próprio bem-estar, podem ajudar a aumentar sua confiança e auto-estima, além de ensinar-lhes habilidades importantes para a vida. Ao aprender a reconhecer as suas próprias emoções e necessidades, as crianças podem desenvolver estratégias que as ajudam a sentir-se mais relaxadas.

*

1 – Desenho: A primeira de nossas ideias de autocuidado para crianças é incentivá-las a desenhar. Pode ser um canto do seu quarto, ou mesmo apenas um pequeno cesto de materiais que podem utilizar sempre que sentirem necessidade. Incentive as crianças a desenhar o que vierem à mente, sem se preocupar se o desenho é “bom” ou não. Lembre-os de que o objetivo do autocuidado é simplesmente expressar-se e sentir-se melhor.

2- Faça uma Playlist de Música Feliz: A música tem o poder de melhorar nosso humor. Incentive-os a ouvir música e a explorar quais músicas os fazem sentir-se calmos, relaxados e felizes.

3 – Faça um bolo: Cozinhar pode ser uma ótima maneira de praticar o autocuidado. Ele fornece uma saída criativa e uma sensação de realização quando você vê o produto acabado.

4 – Envie um cartão postal: Uma de nossas ideias de autocuidado para crianças é escrever um cartão postal. Esta é uma ótima maneira de expressar gratidão a alguém de quem você gosta. A pesquisa mostrou que atos de gentileza, como escrever um cartão postal, podem aumentar os sentimentos de felicidade e reduzir os níveis de estresse. As crianças vivem em um mundo de ritmo acelerado, reservar um tempo para escrever uma correspondência tradicional pode ser uma maneira divertida de relaxar e ser gentil!

5 – Beba um Chocolate Quente: O chocolate quente é uma bebida realmente reconfortante. Pode ser apreciado como uma forma de relaxar após um longo dia e compartilhado com entes queridos como uma forma de se conectar e relaxar juntos.

6 – Respire fundo algumas vezes: A respiração profunda é uma ótima maneira para as crianças praticarem o autocuidado e controlarem suas emoções. Respirar lenta e profundamente pode ajudar as crianças a se acalmarem quando se sentem chateadas, ansiosas ou estressadas.

7 – Aconchegue-se em um cobertor: Um cobertor aconchegante pode ser uma ferramenta reconfortante e calmante para as crianças usarem quando precisam relaxar ou descontrair. Quando uma criança se enrola em um cobertor aconchegante, isso pode proporcionar uma sensação de segurança e calor que ajuda a acalmar seus nervos. Também pode ser uma ótima maneira para as crianças praticarem a atenção plena, pois elas se concentram na sensação do cobertor em volta do corpo e na sensação de conforto que ele proporciona. Isso pode ajudá-los a estar mais presentes no momento e a se sentirem mais ancorados e centrados.

8 – Ouça uma meditação: Apresentar a meditação às crianças é começar com meditações guiadas que se concentram na escuta. Essas meditações geralmente envolvem ouvir sons ou músicas suaves, ou alguém que os guia através de um exercício de visualização. Incentive seu filho a encontrar um espaço tranquilo e confortável onde possa sentar-se ou deitar-se e, em seguida, oriente-o durante a meditação lendo um roteiro ou reproduzindo uma gravação.

9 – Brinque com Blocos de montar ou encaixar: ao mesmo tempo divertido e criativo, permitindo que as crianças usem a imaginação, reduzam o estresse e melhorem o humor.

10 – Compartilhe seus sentimentos: Introduzir o autocuidado às crianças é incentivá-las a compartilhar seus sentimentos. Compartilhar sentimentos com outras pessoas ajuda a construir confiança, empatia e inteligência emocional.

11 – Leia um livro: Ler é uma excelente forma de as crianças praticarem o autocuidado. Não só os ajuda a desenvolver as suas capacidades linguísticas e cognitivas, mas também proporciona um espaço calmo e tranquilo para descontrair e relaxar. Isso permite que eles façam uma pausa no estresse da vida cotidiana e se concentrem em algo que gostem. Ao reservar tempo para a leitura, as crianças cuidam da sua saúde mental e do seu bem-estar.

12 – Alongamento: O alongamento é uma ótima maneira das crianças cuidarem do corpo e promoverem o bem-estar físico. Lembre-se de respirar profundamente e manter cada alongamento por pelo menos 10 a 15 segundos. O alongamento pode ajudar a melhorar a flexibilidade, prevenir lesões e reduzir o estresse. Incentive seu filho a fazer do alongamento uma parte de sua rotina diária de autocuidado!

13 – Encontre espaços na natureza: Foi demonstrado que passar algum tempo na natureza reduz os níveis de cortisol, um hormônio associado ao estresse. Além disso, atividades ao ar livre, como caminhar ou brincar no parque, podem ajudar as crianças a queimar o excesso de energia e a liberar endorfinas, o que pode melhorar o humor e reduzir a ansiedade.

14 – Passe algum tempo com animais: Passar tempo com animais é uma maneira maravilhosa para as crianças praticarem o autocuidado e melhorarem sua saúde mental e bem-estar.

15 – Rir: O riso é frequentemente descrito como o melhor remédio, e por boas razões. Está comprovado que traz inúmeros benefícios para o nosso bem-estar físico e mental, incluindo a redução do estresse e da ansiedade, aumentando a sensação de felicidade e relaxamento e até estimulando o nosso sistema imunológico. Para as crianças, o riso pode ser uma ferramenta importante para o autocuidado. Pode ajudá-los a libertar tensões e emoções reprimidas, melhorar o seu humor e aumentar a sua resiliência face aos desafios. Na verdade, pesquisas mostram que crianças que riem com frequência têm maior probabilidade de serem otimistas, confiantes e resilientes.

16 – Escreva uma história: Escrever uma história pode ser uma ótima maneira para as crianças praticarem o autocuidado e expressarem suas emoções.

17 – Converse com um amigo ou familiar: Às vezes, as crianças podem se sentir sobrecarregadas ou estressadas, e conversar com alguém em quem confiam pode ajudá-las a se sentirem melhor. Incentive seu filho a se conectar com seus entes queridos e conversar sobre como eles estão se sentindo. Mesmo que não tenham vontade de falar sobre seus problemas, apenas ouvir uma voz familiar pode ser reconfortante.

18 – Pintar: Pintar não é apenas uma atividade divertida e criativa, mas também pode ajudar as crianças a relaxar e descontrair. Incentive-os a pintar o que vierem à mente, mesmo que não faça sentido. Isso pode ajudá-los a processar suas emoções e a se sentir melhor. Incentive-os a se concentrarem no processo de pintura, e não no resultado final. Isso pode ajudá-los a estar mais presentes no momento e a reduzir o estresse e a ansiedade.

19 – Cheire algo agradável: A aromaterapia é uma forma de as crianças cuidarem de si mesmas. O uso de cheiros agradáveis ​​pode ter um efeito positivo no humor e no bem-estar geral das crianças. Os óleos essenciais são uma escolha popular para aromaterapia e existem muitos aromas adequados para crianças, como lavanda, hortelã-pimenta, limão e eucalipto. Esses aromas podem ser usados ​​de diversas maneiras, como adicionar algumas gotas em um difusor, colocar algumas gotas no banho ou até mesmo usar uma loção perfumada.

20 – Colorir: Colorir é uma ótima maneira para as crianças praticarem o autocuidado e acalmarem suas mentes. É uma atividade simples e divertida que pode ajudá-los a relaxar e melhorar o humor. Colorir também pode ajudar a melhorar o foco e a concentração, além de aumentar a criatividade. Quando as crianças pintam, elas podem escolher as cores que quiserem, criando uma sensação de liberdade e autoexpressão. Ao focar no momento presente e colorir as linhas, eles podem acalmar suas mentes e reduzir sentimentos de estresse e ansiedade.

21 – Olhe o céu: Encontre um local longe das luzes da cidade, onde você possa ver as estrelas claramente. Um parque ou campo pode ser uma ótima opção. Certifique-se de verificar a previsão do tempo antes de ir e leve roupas quentes, cobertores e lanches. Use um mapa estelar ou um aplicativo de smartphone para identificar as constelações e planetas visíveis no céu noturno. Ensine seus filhos sobre as estrelas e suas histórias. Você pode torná-lo um jogo divertido vendo quem consegue identificar mais estrelas ou identificar mais constelações. Permite-lhes fazer uma pausa na agitação da vida cotidiana e conectar-se com a natureza. Ao olharem para o céu, as crianças podem deixar de lado as preocupações e concentrar-se na beleza do mundo ao seu redor. Ao prestar atenção às formas e movimentos das nuvens, elas podem aprender a estar presentes no momento e a cultivar uma sensação de calma. Isso pode ser especialmente útil para crianças com problemas de ansiedade ou atenção.

22 – Escreva 3 coisas pelas quais você é grato: Mantenha um diário de gratidão: Incentive seu filho a escrever três coisas pelas quais é grato todos os dias. Isso pode ajudá-los a se concentrar nas coisas positivas de suas vidas e a desenvolver uma maior apreciação pelo mundo ao seu redor.

23 – Escreva uma nota de agradecimento para si mesmo: Escrever uma nota de agradecimento para si mesmo é uma maneira maravilhosa de praticar o autocuidado e a gratidão. Também pode ser uma atividade divertida para as crianças, ajudando a aumentar sua autoestima e confiança. 1. Comece refletindo sobre o que você é grato. Pense nas suas realizações, nos seus pontos fortes e nos momentos positivos que você viveu recentemente. 2. Escreva seus pensamentos (pode reservar e decorar um caderninho. 3. Incentive as crianças a serem específicas e detalhadas em sua escrita. Por exemplo, “Sou grato pela minha família porque sempre me apoiam e me fazem sentir amado”. 4. Use marcadores coloridos, adesivos ou outras decorações para tornar a nota visualmente atraente. Isso pode ajudar a tornar a atividade mais divertida para as crianças e a sentir orgulho de seu trabalho.

24 – Tire fotos: Incentivar as crianças a tirar fotos de si mesmas de uma forma que as faça sentir-se bem consigo mesmas é uma ótima maneira de aumentar sua autoestima e confiança. É importante ressaltar também que o objetivo de tirar fotos não é buscar validação ou aprovação de outras pessoas, mas sim celebrar e valorizar a si mesmo.

25 – Faça um presente: Fazer um presente para alguém pode ser um processo divertido e criativo. Você pode optar por fazer algo do zero ou personalizar um item existente. Existem muitas ideias online para projetos DIY que são fáceis de seguir e requerem suprimentos mínimos. Você pode optar por fazer um álbum de fotos, uma caneca personalizada ou até mesmo uma joia.

26 – Faça massinha: Brincar com massinha pode ser uma atividade relaxante e meditativa que pode ajudar a acalmar a mente e reduzir o estresse. É uma ótima maneira de expressar sua criatividade e imaginação, e você pode fazer todos os tipos de formas e designs divertidos com ela.

27 – Tire uma soneca: Cochilar pode ajudar as crianças a recarregar as energias e melhorar o humor, a memória e a função cognitiva.

28 – Dê um abraço em você mesmo: Um autoabraço é uma maneira simples, mas eficaz, de demonstrar amor e carinho. Para se abraçar, envolva o corpo com os braços e aperte suavemente. Você também pode balançar para frente e para trás para ter uma sensação relaxante. Os auto-abraços podem ajudar a reduzir o estresse e a ansiedade, liberando hormônios do bem-estar em seu corpo, como a oxitocina. Eles também podem ajudá-lo a se sentir mais conectado consigo mesmo e com seu corpo, o que é importante para o bem-estar geral.

29 – Arrume sua cama: Arrumar a cama é uma maneira simples, mas eficaz de começar o dia com uma nota positiva e produtiva. Pode parecer uma tarefa pequena, mas traz benefícios psicológicos que podem contribuir para o seu bem-estar geral. Ao arrumar a cama, você cria uma sensação de ordem e realização que pode definir o tom para o resto do dia. Também ajuda a reduzir o estresse e a ansiedade, pois elimina a confusão visual que pode fazer você se sentir sobrecarregado. Além disso, pode melhorar a qualidade do sono, pois ajuda a manter um ambiente de sono limpo e confortável. Ao cuidar da sua cama, você está cuidando de si mesmo, e esse pequeno ato de autocuidado pode ter um impacto positivo na sua saúde mental e na felicidade geral.

30 – Cultive uma Planta: Cuidar de uma planta pode ser uma forma gratificante e relaxante de praticar o autocuidado. Esteja você cultivando um pequeno jardim de ervas ou cuidando de uma planta doméstica maior, o ato de nutrir um ser vivo pode ter um impacto positivo em sua saúde mental. As plantas também podem ter um efeito calmante na mente e no corpo. Estudos demonstraram que passar tempo na natureza ou mesmo apenas observar imagens de vegetação pode reduzir os níveis de estresse e ansiedade.

31 – Doe objetos que não estão sendo utilizados: Organizar e doar brinquedos antigos pode ser uma excelente forma de autocuidado para as crianças. Permite-lhes assumir o controlo do seu ambiente e assumir a responsabilidade pelos seus bens, o que pode ser fortalecedor e promover uma auto-estima positiva. Aqui estão várias maneiras pelas quais organizar e doar brinquedos antigos pode ser benéfico para o autocuidado das crianças: 1. Estresse reduzido: A desordem pode causar estresse e ansiedade, especialmente para crianças que podem se sentir sobrecarregadas pela bagunça. A organização pode ajudar a reduzir o stress e promover um ambiente mais tranquilo, o que pode, por sua vez, ter um impacto positivo na saúde mental. 2. Promove a empatia: pode ajudar a promover a empatia e a compaixão. As crianças aprendem a pensar além de si mesmas e a compreender que podem causar um impacto positivo nos outros. 3. Desenvolve gratidão: A organização pode ajudar as crianças a desenvolverem gratidão ao perceberem como são afortunadas por terem itens que não precisam mais ou não usam mais. Isso pode ajudá-los a valorizar as coisas que têm e a estar mais atentos ao que trarão para suas vidas no futuro. 4. Aumenta o foco: Com menos desordem, as crianças podem se concentrar melhor nas coisas que importam, como trabalhos escolares, hobbies e passar tempo com a família.

32 – Coma algo gostoso e devagar: Comer algo gostoso aos poucos pode ser uma forma de autocuidado para as crianças, pois permite que elas aproveitem e saboreiem plenamente a experiência de comer. Isso pode ajudá-los a se sentirem mais presentes e atentos, o que pode ser benéfico para sua saúde mental e bem-estar geral. Quando comemos devagar e com atenção, podemos apreciar plenamente o sabor e a textura dos alimentos e podemos descobrir que nos sentimos mais satisfeitos com menos comida. Isto pode ajudar as crianças a desenvolver uma relação saudável com os alimentos e com o seu corpo e pode promover uma autoimagem positiva.

33 – Beba Água: uma parte essencial do autocuidado. É importante garantir que as crianças estejam bem hidratadas ao longo do dia, pois isso traz muitos benefícios para a saúde e o bem-estar. Permita adesivos nas garrafinhas ou copos e divirtam-se trocando os enfeites - é apenas um objeto. 

*

Desejo que estas ideias, tragam alguma inspiração sobre como apresentar o autocuidado a seus filhos, em casa ou na sala de aula. Lembre-se de cuidar de você também, pois você precisa de cuidados pessoais para continuar fazendo este ofício incrível e impossível que é educar seres humanos. 

Mayara Almeida

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7 de mar. de 2024

A frustração restaura a capacidade de pensar e aprender .

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A maioria das famílias, avalia a sua competência de uma maneira muito direta. Quando os filhos são felizes, cooperativos, amorosos e educados, se orgulham da forma de educar e, consequentemente, se orgulham deles. Quando os filhos estão mergulhados em emoções desconfortáveis, se sobrecarregam de culpas ou sobrecarregam os filhos.

Isto acontece, porque é amplamente compartilhada, a suposição de que as emoções das crianças são absolutamente ruins.

Em particular, a frustração, é um problema comum que aflige qualquer um, que esteja aprendendo novas habilidades. E todas as habilidades só crescem por meio do processo confuso de tentativa e erro. 

Sentimentos de frustração, são um obstáculo diário no processo de aprendizagem, um resultado natural do choque entre o que as crianças esperam e, o que elas são capazes de fazer. Sugestões de um adulto bem intencionado não vão ajudar, porque os sentimentos da criança sobrecarregam sua capacidade de pensar.

Conflitos são cheios de barulho e movimento. É o lado do trovão e do relâmpago do sistema meteorológico interno de uma criança. Um momento onde luta com forças invisíveis buscando se recuperar do “absurdo” de não poder fazer suas próprias ideias funcionarem (você, já adulto, conhece bem o sentimento!).

Nestas situações, deixe a criança se mexer. Você será o gerente da segurança, evitando que ele não se machuque. Às vezes, a parte inicial de escutar uma criança envolve decidir não acalmar ou distrair sua chateação. Se estiver num local público, comunique-se ao redor: “- Dificuldades técnicas acontecendo”. Mas não se preocupe muito com os outros. A maioria dos espectadores, já enfrentou a mesma situação e só quer descobrir se você tem alguma pista infalível, sobre como lidar.

As crianças não escolhem momentos e lugares fáceis para expressar sua indignação, por isso não espere que sua boa escuta resulte em uma criança perfeitamente educada. Na infância, a criança poderá se desorganizar sempre que precisar se curar de uma aventura interna que sobrecarrega sua confiança.

Geralmente, funciona assim: quando uma criança frustrada se sente segura, inicia uma birra, que é o processo de recuperação, que expulsa a frustração. As birras são a maneira como enfrentam essa frustração, se livram dela e retornam à uma vida satisfatória.

A maioria de nós, não percebe que uma birra restaura a capacidade de pensar e aprender de uma criança, porque estamos cercados por pessoas que intimidam, ficam muito bravas ou ameaçam, quando as crianças demonstram seus sentimentos. Então, venho aqui lembrar:

1. As crianças são naturalmente descontraídas, amorosas, cooperativas e desejam aprender.

2 A perturbação de uma criança, geralmente indica a necessidade de alguma escuta.

3. A atenção gentil dos cuidadores responsáveis encoraja a criança a sentir a dor completamente, até que libere os sentimentos do momento.

4. Quando as crianças estão tristes, assustadas, frustradas, envergonhadas, ou quando se sentem sozinhas ou não apreciadas, sua natureza boa pode ser obscurecida. Essas tensões fazem com que o comportamento da criança fique fora da linha, e afastam a confiança, a cooperação e o entusiasmo dela.

5. Os sentimentos de mágoa confinam a criança a comportamentos sem amor, repletos de medo ou inflexibilidade.

Vale ainda, refletir:

Quem você gosta de obedecer? Quais são as ordens que você gosta de seguir? Não estou falando de "ter que", mas de acreditar que vale a pena. Geralmente, gostamos de obedecer ordens boas, razoáveis, que não são cruéis com ninguém. Quando as crianças nascem, não têm autonomia e nós escolhemos tudo por elas. Por volta dos três anos isso já mudou, e a obediência da criança precisa ser conquistada e merecida pelo adulto. 

É claro que as crianças podem obedecer por medo. Se ameaçarmos, castigarmos ou violentarmos o suficiente, qualquer criança obedece. Mas isso destrói suas personalidades, e elas não crescerão de forma saudável, nem equilibrada. A obediência é saudável quando aparece porque a criança admira os adultos. Sugiro, para começar: 

1. Ajuste o ambiente para a ação da criança. Às vezes, isso quer dizer organizar as coisas de maneira mais fácil ou mudar a altura dos objetos;

2. Converse com a criança lembrando que ela é gente - com o mesmo respeito que você dedicaria a um amigo querido, ouvindo com tenção, falando com gentileza. O cérebro das crianças ainda está se formando, é bom falar devagar e repetir algumas coisas, com calma;

3. Repare no que é bom nas crianças - é muito fácil perceber somente os erros e aquilo que precisa ser corrigido. Ao longo do dia, separe alguns minutos para perceber as qualidades e habilidades da criança ou mesmo adolescente, e faça uma lista mensal (não apenas menta: escreva para lembrar depois, se for preciso - geralmente é), contendo um ou dois itens por dia. Parece bobo, mas você vai reparar na mudança que isso provoca e, em menos de uma semana.

Ao abordar a frustração ou conflito com empatia e compreensão, você pode transformar estes momento tensos em oportunidades de conexão e crescimento.

Experimente estas opções de comunicação, na próxima vez que um conflito estiver acontecendo. São formas de dizer à criança que ela tem sua atenção que a expressão dos seus sentimentos é reconhecida e respeitada e que ela pode se sentir segura:

- "Entendo que isso é difícil para você".

- "Eu me importo com os seus sentimentos". 

- "Não há problema em sentir raiva".

- "Estou aqui por você".

- "Eu ficarei com você".

- "Mesmo quando você tem emoções difíceis, eu te amo".

Lembre-se que as explosões emocionais das crianças, são um processo natural de recuperação que restaura sua capacidade de relaxar, amar e aprender. As crianças, cujos sentimentos profundos são escutados, desenvolvem confiança em sua própria força e inteligência, assim como confiança no amor, dos adultos responsáveis.

Mayara Almeida

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20 de out. de 2020

Entrevista - Abuso Infantil

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Matéria publicada originalmente em outubro no site: Polêmica Paraíba

1. O que pode ser definido por abuso ou violência sexual? 
O abuso infantil é toda forma de violência física e/ou emocional/psicológica, maus tratos, negligência, exploração comercial, sexual, resultando em dano real ou potencial à saúde, sobrevivência e desenvolvimento da criança em situação de curto, médio e longo prazo.

2. Por que as crianças se calam, após o abuso?
Porque falar dói. Porque falar sobre o assunto pode não ser acreditado pelo responsável. Porque se a criança não tem espaço de fala para outros assuntos, delicados ou não, por que seria fácil falar sobre uma situação invasiva sem a certeza de ser ouvida? Porque sentem vergonha, por acreditarem que é culpa delas (e jamais, nunca é). Porque inúmeras vezes (em sua grande maioria) o abusador é um familiar e isto gera desconforto e medo de desapontar a família. Porque a criança não compreende o que está acontecendo e pode ser manipulada a acreditar que não é um problema.

3. A maioria das ocorrências acontecem mais em meninos ou meninas?
Ainda não há uma resposta exata, mas já sabe-se que o número de meninos abusados é bastante subnotificado, e isso se deve à nossa cultura, que naturaliza o abuso feminino e, daí, os casos de meninos assediados não vem à tona por conta do constrangimento em assumir que eles passaram por isso e discretamente ser mascarado, o que também é terrível.

4. Existe um perfil específico de um abusador?
As pesquisas ainda informam que quem comete abusos, não apresenta um perfil ou comportamento específico, assim, qualquer pessoa pode ser um potencial abusador e/ou explorador. O comportamento tem origem sabidamente multifatorial e envolve a complexidade de vários fatores: alguns procuram por crianças de pais solteiros, que não estão tão disponíveis para dar muita atenção e geralmente usará vários truques e linguagens para ganhar a confiança e/ou enganar a criança.

5. Quais as consequências disso na vida adulta?
A criança pode ter problemas que envolverão pesadelos, dificuldades para dormir, mudança de hábitos alimentares; pode apresentar condutas de autolesão, depressão, ideias suicidas, ansiedade, altos níveis de desesperança e níveis mais elevados de sintomas de estresse pós-traumático. São alterações que variam em tempo e intensidade e resultam em grande sofrimento emocional.

O abuso infantil é um dos problemas de saúde pública, devido à elevada incidência epidemiológica e aos sérios prejuízos para o desenvolvimento das vítimas.
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14 de jun. de 2020

A musicalização e os efeitos psíquicos na infância

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Hora da História
(Ritmo: música Terezinha de Jesus)

E agora minha gente / Uma história vou contar / Uma história bem bonita / Todo mundo vai gostar. Nos livros encantados / Tudo pode acontecer. / Vamos ficar em silêncio / Para a história aprender.

-

E agora minha gente / Que a história terminou / Batam palmas bem contentes / Comemore quem gostou.


A música se faz presente na história da humanidade e antes mesmo de nascer, o bebê entra em contato com o universo sonoro que o cerca. Sua relação com a música pode ocorrer, por exemplo, pela voz das pessoas ao redor, por sons da natureza e outros sons produzidos por objetos em seu cotidiano .

Mas, de fato, de que forma a música pode influenciar e promover efeitos psíquicos na infância?

Desenvolvimento sócio afetivo: O contato com o som e a música provoca estímulos que possibilitam que a criança se expresse por meio do corpo: demonstrando o que ela sente ao ouvir uma música, cantando, realizando movimentos mais refinados, como bater palma e mexer o corpo.

Desenvolvimento cognitivo: Ao acompanhar com gestos ou danças a criança está trabalhando a atenção e concentração; ao cantar ou imitar sons está descobrindo suas capacidades e se integrando com o ambiente. E vai armazenando palavras para utilizar mais à frente, fazendo registros musicais na sua memória.

Desenvolvimento psicomotor: Cantar, gesticular, dançar, bater palmas e pés, são experiências importantes para a criança, porque permitem que se desenvolva o senso rítmico, a coordenação motora, fatores importantes para o processo da leitura e escrita. Desenvolver e exercitar a motricidade fina – capacidade que permite usar os pequenos músculos do corpo – e a motricidade grossa, que consiste na utilização de músculos grandes do corpo – como movimentos de braços e pernas.

Contato com outras culturas: A música é universal e pode ser expressa de diferentes formas, dependendo da cultura onde está inserida. Essa proximidade possibilita que as crianças tenham contato com hábitos de outros povos. Um verdadeiro intercâmbio cultural e uma forma de criar empatia diante da diversidade.

Entre outros: Música como um efeito sedativo, tranquiliza, faz adormecer; Criatividade; Memória e Foco.

E assim, a música pode nos ajudar a criar crianças, que serão adolescentes e adultos menos resistentes e que sintam-se mais à vontade para dar vazão aos seus sentimentos.
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8 de jul. de 2019

Como e quando falar sobre a morte com crianças?

Um comentário :

Não existe idade certa para falar sobre a morte, porém, a criança pode demonstrar curiosidade, seja porque vivenciou uma perda, assistiu no desenho ou ouviu alguém usar a expressão e, daí, já é um sinal para manter a via aberta para falar sobre o assunto. Exemplos utilizando o ciclo da natureza, livros infantis, desenhos e filmes, são recursos importantes: o feijãozinho no algodão, a planta no jardim, o animal que nasce, cresce, reproduz e morre (a escola também faz este papel de mediação, embora, sem dizer que está fazendo).

Talvez a criança apresente medo de estar sozinha ou de perder membros da familia que ainda estão vivos; pode voltar a estágios anteriores de desenvolvimento (exigir mais atenção, falar como um bebê, etc); apresentar insônia, perda de apetite, diminuição do desempenho escolar e até vontade de estar com a pessoa que morreu. Faz parte do viver, de quem, pequeno ficou, para elaborar a morte.

Recomendações aos adultos:
1. Não use expressões como: "ele viajou para bem longe", "adormeceu", ou "virou estrelinha". As crianças costumam compreender o que é falado de forma literal e as expressões anteriores podem alimentar o medo de morrer e ser abandonado, trazendo mais ansiedade e confusão. Ainda, por verem personagens de desenhos animados que "morrem" e "renascem", tantas vezes os questionamentos vem e vão, compondo o processo de elaboração das situações do real, para além do pensamento mágico, característico da primeira infância.

2. Permita, se for a vontade da criança (desde que antecipe o que vai ver e ouvir, explicando que aquele ritual ajuda as pessoas a cuidar da saudade, pois terão um tempo para se despedir). Se a criança não quiser ver o corpo ou participar de qualquer ato, não force.

3. Incentive a participação nas tarefas de se despedir de objetos/guardar alguns, mas evite mudanças drásticas, com objetivo de esquecer rapidamente o acontecimento; incentive que a criança sinta-se bem, mesmo na ausência da pessoa que morreu, deixe-a brincar e envolver-se em novas atividades.

• Quando e como dar a notícia?
Após o primeiro tempo de maior intensidade e confusão, procure um local apropriado para explicar o que aconteceu de forma simples e sincera. Por exemplo: "Sabe o vovô, que estava no hospital? Ele morreu, então, não estará mais conosco. Estou muito triste, por isso você poderá me ver chorando em alguns momentos". Se for um acidente, podemos dizer que os médicos e os enfermeiros fizeram o seu melhor para "consertar" o corpo, mas, às vezes, o machucado é grave e os medicamentos não puderam curar. Qualquer explicação deve ser feita com poucas palavras. Mas, se ainda assim, houverem muitos questionado, escolha a verdade, sempre, pois os adultos também não entendemos tão bem tudo o que acontece. Ainda, peça ajuda de outro adulto menos envolvido com as emoções da criança para ajudar.

Dela - a morte - não podemos escapar. Mas podemos esculpir um caminho de consciência menos doloroso (ou pelo menos acreditar que pode ser assim, enquanto der).
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29 de jun. de 2019

Amamentação e Desmame Consciente

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A organização Mundial da saúde recomenda a amamentação pelo menos até completarem 2 anos de idade, quando, supostamente, a criança apresentará maturidade para envolver-se com outras atividades. Peito tem função de alimento, chupeta, carinho, amor, conforto, calma e solução para cólicas. Sim, peito é tudo isso.
Prepare-se emocionalmente para desmamar, consultando profissionais especialistas no assunto. Não faça de forma alguma o desmame por pressão do parceiro, outros familiares ou amigos palpiteiros.
Quando tiver sua decisão tomada, use a verdade para si e para seu bebê: converse, fale a verdade, permita um tempo para a criança se despedir. 
Anote os horários de mamada. Quando estiver próximo ao horário de amamentar ofereça um alimento e faça uma atividade divertida (como cantar, ler livros, brincar). A criança poderá se distrair e não solicitará o peito, aprendendo novas formas de conforto emocional. 
Evite roupas que normalmente usa para amamentar, ou de fácil acesso ao peito.
Qual a necessidade por trás do pedido de peito? Sede, fome, sono, conforto, aconchego, carinho, stress. Perceba se uma substituição - um colo, uma comidinha especial - atende a necessidade da criança. 
Por aqui, defendo a amamentação em livre demanda, desde que também esteja confortável e seja possível para a mãe, pois o bebê fica bem quando a mãe está bem.
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20 de jun. de 2019

Carta aberta à sua criança sobre o uso do celular

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Oi tudo bem? Escrevi esta cartinha pra você. Sim (nome da criança), você mesm@. Eu sou Mayara e sou psicóloga. O meu trabalho é promover e prevenir sobre cuidar da saúde mental com consciência e respeito. A saúde mental é a saúde do nosso cérebro (pensamentos, sentimentos e comportamentos). Quando eu era uma criança, assim do seu tamanho, eu não tinha celular, acredita? Pois é, isso pode ser engraçado e até parecer impossível, mas é verdade verdadeira. Então, eu brincava de amarelinha, bicicleta, bola, dominó,  desenho, pintura, bola de gude, boneca, comidinha, carrinho, barquinhos de papel e livros com histórias incríveis.

No meu trabalho, estudando a nossa saúde mental, sabe o que eu descobri? Que o celular não é brinquedo e, por isso, deve ser utilizado por tempo limitado, ou você fica esquecido, cansado, irritado e agitado. Veja só, ficar muito tempo nas telas, deixa a cabeça quadrada! Mas eu tenho certeza que você não quer que isto aconteça. Trago então uma ideia: que tal brincar todos os dias bemmm longe das telas!? Estar em família, descobrindo brincadeiras, com os amigos, conversando e imaginando histórias. Isto sim, vai te ajudar a crescer esperto e inteligente, porque o seu cérebro estará sendo bem cuidado. Combinado? Lembre-se: a sua saúde mental importa. 
Um abraço redondinho da tia May.
Aos adultos: Convido vocês - Pai, Mãe, Avós, tios - a ler esta cartinha para a sua criança. Depois, praticar tempo junto com qualidade, é a minha melhor recomendação e, um plano que todos temos a responsabilidade de incentivar. Promova experiências além das telas, combine os limites e monitore - para a cabeça não ficar quadrada, incluindo a sua. Conto com vocês!
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9 de jun. de 2019

Incríveis 2 anos

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Por aqui, discordo sobre chamar essa fase do desenvolvimento de terríveis dois anos, pois é um momento muito importante para a construção da identidade da criança, onde acontecem conquistas maravilhosas (atividades motoras se refinando, a linguagem se desenvolvendo, o controle dos esfíncteres também começando, habilidades de lidar com as emoções ainda em construção) e milhões de ligações dos neurônios, que não se repetirão mais nesta intensidade, em nenhum outro momento da vida.

Então, vamos praticar repensar sobre os incríveis dois anos, onde o comportamento do bebê começa a mudar quando percebe que ele e a mãe não são a mesma pessoa: pode ficar mais agitado, aumentar ou diminuir o apetite, bruscamente, despertar à noite e ficar mais irritado. Está ocorrendo uma enorme mudança psíquica somada ao desenvolvimento da linguagem e desenvolvimento físico. No percurso de saúde, uma natural crise de ambivalência, pois o bebê busca a independência, mas ainda precisa dos cuidados de um adulto.

Muitas vezes, quando a criança se joga no chão, chora, se agride ou agride outros, é uma resposta a própria falta de habilidade para se comunicar e expressar  frustração - a razão perde feio para a emoção. Daí que a nossa intervenção é essencial para direcionar a criança diante do mundo a sua volta. Se utilizar a força física, o bebê ensinará que, com agressão, pode resolver conflitos. Se acolher, ensinará que a melhor forma para resolver problemas é com empatia e respeito.

Para atravessar esta fase sem ser terrível, o enorme bebê de dois anos precisa de norte, precisa de colo, precisa de sustentação sem rótulos. E nós, os adultos, precisamos de informações sobre desenvolvimento infantil para lembrar que toda fase de mudança, tem seus pontos desafiadores, não é?
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