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31 de mai. de 2016

Meu filho não foi convidado para o aniversário do amigo. E agora?

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Para algumas crianças, pode não ser fácil entender que não foi convidada, sentindo-se excluída, triste e até mesmo culpada (uma fantasia de que algo que ela fez causou esta exclusão). Porém, também pode aceitar ou "perdoar" mais facilmente, desde que aja uma mediação saudável diante da situação.

Sugiro algumas possibilidades:

- Se houver algum fato que justifique a exclusão - do ponto de vista racional - ou seja, a criança e o aniversariante já brigaram, o aniversariante já foi excluído de alguma festinha promovida pela criança excluída - o argumento pode contribuir para formar o raciocínio da criança, especialmente o da ação-reação.

- Levar o filho para fazer um passeio de família no dia da festa;

- Dizer à criança que nem sempre ela irá participar das festas dos amigos, pois existem compromissos familiares que impedem os pais a aceitar todos os convites;

- Pode-se incentivar a criança a fazer um desenho ou um cartão de parabéns para entregar quando encontrar o colega, como forma de valorizar a amizade e estreitar os vínculos das crianças. Isso incentiva a tolerância - pois podemos interpretar que muitos problemas de relacionamento surgem quando nós julgamos que os outros devem fazer as coisas do jeitinho que a gente quer, como quer ou sempre sermos eleitos como vínculos de maior proximidade.

- Usar a questão do custo da festa e da necessidade de escolha dos pais do amiguinho, em selecionar os convidados, desfocando do aniversariante - que, afinal de contas, irá continuar a conviver com seu filho após a festa - apresentando uma atitude empática com a decisão dos pais do aniversariante, ajudando seu filho a superar esta frustração e entendê-la como parte da vida.

- Aproveitar a oportunidade para fortalecer os valores familiares e educar a criança para o mundo - já que frustrações fazem parte: nem sempre a paixão será correspondida, nem sempre ele ganhará o presente desejado. Quanto mais amoroso for o apoio dos adultos quando a criança entrar em contato com estas realidades, mais adequada será a assimilação e mais saudável emocionalmente será esta pessoa, pois ela terá a ser resiliente.

O grande diferencial de um ensinamento resume-se em como ele faz você se sentir. E isto vale pra tudo: negócios, educação infantil e até justificativas para convites de aniversários.
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8 de mai. de 2016

O que aprendi sobre a maternidade (mesmo sem ser mãe)

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Não importa o lugar que as mulheres ocupem na sociedade: elas são e sempre serão as principais extensões de desenvolvimento para as crianças, pois há na gestação subjetiva e concreta, delicadezas que costuram o vínculo desde antes do nascimento, quando depois, haverão contatos com outras pessoas. Porém, é possível sim, maternar sem ser mãe ou gestar. Cuidar com afeto e responsabilidade de educar pequenos seres humanos. E neste aspecto, a maternagem pode ser desempenhada por outros adultos que possuam ou possam desenvolver a capacidade de rèverie (condição para organizar as demandas da criança). 

E sabe uma das coisas difíceis na maternidade? É a expressão das pessoas ao redor que, traduzida, pode significar que a mulher nasceu "para isso" e, portanto, não deve reclamar ou precisar de ajuda. E na verdade, ser mãe não é algo que se sabe até começar a ser. Vai-se aprendendo esta ocupação. Mães não sabem de tudo, são companheiras da dúvida o tempo inteiro. 

Às vezes ser mãe pode ser assustador. A criança não obedece, desfaz combinados, reage de forma surpreendente e as mães silenciam sobre isto, como se fosse proibido deixar visível um lado difícil de lidar com crianças. 

Crianças são pequenos-grandes-mestres da manipulação, uma habilidade que aprendemos desde os tempos mais saudosos da infância, assim como quando o bebê chora e o peito materno aparece, como mágica espetacular. 

As crianças possuem uma programação diferente daquela de antigamente. Já possuem uma maior habilidade argumentativa, pois em tempos de tecnologia, a informação chega rápida; pensamento crítico pois são questionadas a explicar o que e como e, portanto, reproduzem esta ação e, ainda, aquela capacidade de persuasão.

Crianças são esponjinhas, e devemos ter cuidado com o que elas absorvem: palavrinhas e palavrões ficam arquivados na memória de forma ativa, principalmente se for uma nova expressão, pois chama a atenção pelo som ouvido e pelo som produzido pela sua própria voz.

Eu aprendi, entre choros e brinquedinhos, que se ouvirmos as crianças com atenção, ainda poderemos aprender muito. E a recompensa instantânea é o amor incondicional dos pequenos. Aquele sentimento puro e inexplicável.

Aprendi que a maternidade é uma caminhada que corre paralela à vida, sonhos e dificuldades. É um sair de si, para emprestar ao outro (àquele ser dependente) sua energia e investimentos necessários. Portanto, precisa ser uma decisão.

Mayara Almeida 
Psicóloga - CRP 13/5938
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Carta aberta de uma criança que sente vontade de morder

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Oi mãe, oi pai, tios e tias. E essa história de achar que sou agressivo porque dei uma mordidinha aqui, ali, e ali de novo... Agressivo, que é isso? Ouço vocês falando e fico imaginando que é um monstro chato e feio. Não quero ser isto e não sou. Quando eu saí da barriga da mamãe, era gostosinho pra cá, gostosinho pra lá, e lembro de ouvir alguma amiga da mamãe dizendo: “que vontade de morder!”. E sabe, realmente, sou fofinho e se estou cheirosinho então, tudo certo. Dá mesmo vontade de morder. Será que vocês entendem? E quando meus dentinhos começam a surgir, fico irritado e morder pode se tornar uma opção pra mim, que ainda não sei falar e dizer que está doendo. Então me ofereça vários brinquedinhos para que eu possa testar, curtir e me acalmar, sem precisar morder os outros. 
Ah, às vezes mordo porque quero que alguém me olhe, me acolha e fique comigo, então, se perceber isto, fique mais próximo e compartilhe comigo alguma atividade positiva. Não sinta raiva do meu amiguinho se ele me morder e não me ponha de castigo, mas me fale e insista, com calma, sobre a importância de falar quando eu quiser algo ou não gostar de alguma coisa que me fizerem. Lembre-se, levará um tempinho para que o repertório de palavras seja inserido na minha comunicação, então me incentive a conseguir. Acredite em mim. Eu sou um amor de criança! Com uma mordidinha de amor, a sua criança.


• Para prevenir as mordidas em situação de grupo:
 Estimule situações comunicativas, pois o uso progressivo da fala vai, aos poucos, substituir as mordidas.
 Garanta que haja variedade de material, principalmente dos brinquedos preferidos. Assim, haverá possibilidades de escolha para todos, evitando as disputas. E esteja sempre por perto em momentos que o grupo compartilhar brinquedos. Se houver uma criança que costuma morder com mais frequência, fique próximo dela.
 Evite situações que irritam ou cansam demais as crianças, como fome, sono e longos períodos de espera entre uma atividade e outra.

• Se a mordida acontecer:
✓ Cuide e acolha a criança machucada.
✓Conduza a criança que mordeu para ajudar a cuidar do machucado que causou e assim conhecer as consequências de sua ação. Não brigue, mas seja firme e explique, valorizando as expressões faciais, que não deve agir assim, porque dói.
✓Jamais nomeie uma criança como a mordedora do grupo e, ao comunicar aos pais da criança que sofreu a mordida, não revele o nomes, apenas explique as providências tomadas. Os familiares da criança que mordeu também devem ser comunicados.
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3 de mai. de 2016

Bater ensina?

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Sim, ensina. A questão é saber o quê:

• Ensina a ter medo do mais forte;
• Ensina uma possibilidade de reagir diante dos conflitos;
• Ensina que é sempre melhor bater do que conversar;
• Ensina que para buscar o controle é preciso se descontrolar.

Então é verdade. Bater ensina. A questão é saber se é isso que você deseja ensinar.

Mayara Almeida
Psicóloga - CRP 13/5938
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POP - Programa de Orientação a Pais

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O projeto “POP - Programa de Orientação a pais”, no ambiente escolar, busca abrir um campo de discussão saudável, com mães e pais, sobre diversos aspectos do desenvolvimento infantil.

A conversa sobre "Limites: quem é você e por onde andas?", pôde iluminar o assunto e, se ilumina, faz mais sombra, aliviando e ajudando a seguir com qualidade nas interações com os pequenos.

PS:. Freud fala de três impossíveis: educar, governar e psicanalizar. Eu sigo encantada, investigando o impossível (mas sempre disposta a descobrir os caminhos acessíveis).

Psicóloga Mayara Almeida 
CRP 13/5938
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1 de mai. de 2016

Sobre os vínculos no atendimento infantil

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Ele tem 8 anos e foi diagnosticado como autista. Ele igual a mim e a você: vulnerável. Mas tambem é diferente porque não engana, e não sabe se proteger como nós. Aviso que vou abraçá-lo e quando não quer me diz: "pode parar tia"; "não senhora". É um garoto inteligente e que entende de sensibilidades. Não descansa um minuto do Mickey e sua turma. E se cansa rapidamente de barulhos ou sons inesperados. Tocar em sua cabeça significa "você foi muito bem". Ficar com raiva significa afetar o corpo inteiro: mexe os braços, as mãos, as pernas... Já houve um tempo em que as sandálias voavam na sala, tamanha intensidade das suas emoções negativas. Hoje me olha nos olhos e me deixa aproximar-se a qualquer hora. Recebe cosquinhas por 3 segundos e, sorrindo, se contradiz: "não tem graça tia". Não gosta quando interrompo o ritmo das suas ações e por isso não tomo nada de suas mãos, sempre peço. Ele escuta alto e com o ouvido de dentro. Ganhamos, os dois, evoluções em nosso vínculo emocional.

Psicóloga Mayara Almeida 
CRP 13/5938
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18 de fev. de 2016

Sobre insistir...

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Ele fazia seus desenhos detalhados e discorria em sua conversa singular comigo e com os próprios pensamentos:

- Ei tia, vamos!
- Pra onde?
- Desenhar outro.
- Sim, vamos. O que vai fazer?
- Nabos
- Nabos? E onde encontrou estes nabos?
- No buraco.
- Que buraco?
- O pluto estava no acampamento também... 
- Sim, o pluto estava no acampamento.
- Ei tia, agora é a sua vez.
- Minha vez de que? 
- Pintar a coleira de verde.
- Ah, agora eu vou pintar também! Certo... Estou indo bem?
- Agora aqui, tia. Pinta direitinho.
- Ok, vou fazer com cuidado. É assim? Estou indo bem? 

Eu acompanhava com olhar atento e perguntando vez ou outra sobre o meu desempenho na pintura. Finalizei a minha parte e enquanto ele continuava a pintar, informei que pegaria o celular para registrar o desenho, como faço vez em quando, o que contribui para ativar as memórias das sessões anteriores, pois sempre revemos juntos, as imagens ou vídeos. 

Enquanto eu abria a câmera do celular que estava em registro frontal, ele levantou sobre a cadeira, pôs a mão na minha cabeça e com leves toques, pronunciou:
- Muito bem tia, você foi bem!

Ah gente! Achei o máximo a reação. Um espelho que reflete nossas sessões, estímulos e afeto. A foto registra bem o momento de boa surpresa e alegria.

No papel, o diagnóstico é de autismo. Em nossos encontros o acolhimento é além-diagnósticos... E o resultado são surpresas como esta, por isso, acreditem no poder do exemplo e do afeto!

Mayara Almeida
Psicóloga - CRP 13/5938
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12 de fev. de 2016

"Minha mãe não sabe brincar".

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Há alguns meses atendendo uma criança, eis que num atendimento apenas com a mãe, ela relata: 

- "Eu não sei ser assim, como você, com esse jeito todo com as crianças. Você aparece na porta e os olhos dele brilham... Eu sou mãe, mas não tenho jeito com crianças". 

Ela é professora de educação infantil, mãe de duas crianças, já foi criança um dia e agora travava uma batalha interna entre como sabia ser e talvez como fizeram-na acreditar que deveria cusar de crianças, principalmente as suas. Isso deve machucar bastante. Então, tive uma ideia que poderia, certamente, beneficiar a criança atendida pois aliviaria a mãe. Combinei que se a criança aceitasse, na próxima sessão, ela participaria e brincaríamos juntos. 

Na semana seguinte, entrei na sala com o paciente e a sessão acontecia naturalmente, quando iniciei: 

- Ah, eu tive uma ideia! Que tal se convidarmos a mamãe para brincar com a gente? 
- Não. Não quero.
- Tá certo, mas o que você pensa sobre isso? 
- Não. Aqui é só eu e você. 
- Sim, é verdade. Aqui é o seu espaço comigo. Mas será que hoje a mamãe poderia brincar com a gente? 
- A mamãe não sabe brincar. 
- Ah não? E se nós ajudássemos? Aí ela pode aprender. Se você não gostar, é só dizer, e então, ficaremos só nós dois.
- Tá bom. Vamos chamar a mamãe. 

E a mamãe entrou, meio tímida, mas sorriu, observou, mexeu nos bonequinhos, usou alguns e enfim, brincou. Brincamos. A criança conduziu, participou bem e não pediu para a mãe sair. Não há uma regra, mas neste caso houve uma necessidade de integrar a mãe e a criança em suas subjetividades. Porque saber brincar tem a ver com disponibilidade afetiva e confiança, antes de tudo, em si mesmo.

Mayara Almeida
Psicóloga - CRP 13/5938


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28 de jan. de 2016

Quando o seu colo é o "setting".

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Ele chegou nos braços da mãe. Ela informou que naquela tarde, num dos seus acessos de birra, se jogou no chão e machucou feio o queixo, que por sinal ainda estava manchado de sangue. Olhei pra ele e do braço dela veio para o meu. Em silêncio e com o rostinho assustado. A mãe explicou que tinha saído muito sangue mas já estava melhor. Entramos na sala e informei: hoje vamos descansar um pouco certo? Ele concordou e sentamos na cadeira do papai: ele com a cabeça no meu colo e os braços por dentro, encolhido. Perguntei se queria que eu cantasse uma música, mas disse que não. Perguntei se queria carinho e disse que sim. Em menos de cinco minutos adormeceu profundamente. Eu respeitei o seu silêncio, sono, descanso, necessidade de calmaria. Às vezes, a criança não quer brincar. O grau de comprometimento é tão alto que não há espaço para o lúdico, a imaginação. Então, adormecer e descansar de si mesmo, talvez também seja uma forma de alívio.

Mayara Almeida 
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12 de jan. de 2016

O acolhimento dos pais no atendimento infantil

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Mesmo antes de a criança vir ao mundo ela já se constitui como objeto dos ideais dos pais, especialmente da mãe. Nascida, na medida em que vai crescendo, ela vai se tornando a concretização desses ideais e aí todos os acertos e falhas são possíveis. A luta do filho será a de concretizar seus próprios desejos, conciliando-os com os desejos dos pais ou deles se libertando.

Não compete ao analista o processo de educação dos filhos. O analista se absterá de dar orientação, conselho, pois isso além de criar uma relação de dependência dos pais, é frontalmente contrário à regra de abstenção e perfeitamente dispensável uma vez que os pais interessados são suficientes para dar conta do processo.

Os pais nos procuram com muita ansiedade. Há todos os tipos de sentimento e apreensões ao procurar um psicanalista. Muitos pais nos procuram por vez primeira, mas muitos outros já vêm desanimados, armados de defesas e mesmo revoltados de tantas tentativas de cura. 

É preciso descontrair os pais, pois temos que partir do princípio que é impossível saber o que é ser pai, ser mãe. Importa acolher a demanda dos pais e a queixa que formulam. Acolher, mas jamais responder à demanda. O próprio progresso da análise se encarregará de demonstrar que a demanda é demanda de outra coisa. Ela é um sintoma que aflora. Na verdade a demanda é demanda de uma ordenação subjetiva que eles mesmos não conseguem alcançar.

Ao se buscar atendimento para o filho, os pais podem esperar críticas e acusações, devido ao alto valor dado pela sociedade ao atendimento infantil e aos cuidados parentais adequados, “culpados em relação a um dano real ou imaginário causado à criança, mas também com um sentimento de vergonha em relação ao que expor” (Halton e Magagna, 1994, p. 117). De acordo com Motta (2008), o psicólogo, exerce a função de conter angústias, tanto as da criança quanto a dos pais. E estes, podem, por identificação com o terapeuta, desempenhá-la junto ao filho. (MOTTA, p. 122).

Contudo, nem todos os pais podem acolher suficientemente os filhos. Por não terem desenvolvido uma condição mental que permita o uso benéfico do processo de orientação, alguns pais necessitam de um espaço psicoterapêutico próprio para lidarem com questões individuais.

Na visão de Aberastury (1989), o processo de análise é vivido pela criança como um novo nascimento, a separação inicial dos pais e a entrada no consultório costumam acompanhar-se das ansiedades experimentadas ao nascer.

Possibilitar aos pais e aos filhos que o mito das gerações seja interpretado, rompê-lo graças à nova leitura da intervenção analítica, pode mudar de imediato o arranjo inconsciente, possibilitando que certos núcleos patógenos se  desarticulem, se dissipem, e novas cadeias se estruturem num rearranjo que cesse a realimentação patógena. Uma coisa é certa, a partir do momento que tiradas "ele é nervoso porque toda minha família é nervosa", "ele faz xixi na cama com 8 anos porque eu também fiz", " eu vou ter câncer porque as mulheres de minha família morrem de câncer"., se impõem pela linguagem dos pais, elas selam um passado e impedem o filho de ser portador de seu próprio desejo no presente.

Descobrir na escuta dos pais quais são os significantes do mito familiar, quais são os significantes que organizam e movimentam a família, aqueles que freiam a criança em seu desenvolvimento psíquico, é uma descoberta preciosa, um tesouro clínico.

Reconhecer a ligação fundamental entre a criança e seus cuidadores fundamentais, procurando delimitar um espaço no qual os pais e a criança possam diferenciar suas questões, imprimindo um cunho singular e único às suas narrativas. (ZORNIG, 2001, p. 126)

Referências

CHECCHINATO, Durval. Psicanálise dos Pais


Vivências: SEI, Maíra Bonafé; VERCEZE, Flávia Angelo. A psicoterapia de crianças na abordagem Winnicottiana: relato de um caso. In: Revista Eletrônica de Extensão da URI. ISSN 1809-1636. Vivências. Vol. 10, N.18: p. 15-24, Maio/2014.

SEI, Maíra Bonafé; SOUSA, Carolina Grespan Pereira; ARRUDA, Sérgio Luiz Saboya. O sintoma da criança e a dinâmica familiar: orientação de pais na psicoterapia infantil. In: Vínculo – Revista do NESME, 2008, v. 2, n. 5, p. 194-205.
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23 de dez. de 2015

Diagnósticos na infância: como lidar

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Dia desses, durante uma sessão de psicoterapia, inúmeras vezes, uma criança agiu com socos, chutes e afins. Chegou com laudo de transtorno de comportamento. Informação vazia, não me diz sobre como atuar e, na verdade, nenhum diagnóstico dirá.

Além da agressividade e força, apesar dos seus sete anos, apresenta também crises de ausência constantes e permanece desmaiado por 5 a 10 segundos diversas vezes, em qualquer lugar que está. Isto já causou alguns acidente que marcaram sua pele e seu rosto, mas nem sempre sua memória consciente, pois não lembra como se machucou.

É uma criança afetiva, sim, a cada sessão um abraço forte e um grito: “tiiiaaa a senhora tava aonde?” Como se cobrasse a minha ausência nos dias em que não o atendo, pois a sessão é semanal, no serviço onde é acompanhado por mim.

Trago este recorte clínico, para convidar a pensar sobre crianças com diagnóstico médico, seja qual for ou com a possibilidade de. Julgo imprescindível dirigir a escuta para: (1) o que a criança está querendo dizer; (2) o que a família da criança diz ao conviver com ela; (3) o
modo como se dá a relação do diagnóstico com a história do sujeito e o meio em que vive. Aspectos que podem desaprisionar a criança e oferecer liberdade pra a subjetividade circular.

Abaixo, alguns dos principais diagnósticos na infância:

● Transtorno de conduta: é caracterizado por comportamento antissocial, persistente, com violação de normas sociais ou direitos individuais. Aplica-se a indivíduos com idade inferior a 18 anos e trazendo limitações importantes do ponto de vista familiar e escolar. Observa-se que o comportamento apresenta maior impacto nos outros do que em si mesmo, e não aparentam sofrimento psíquico ou constrangimento com as próprias atitudes, não se importam em ferir os sentimentos das pessoas ou desrespeitar seus direitos.

● TDAH: descreve comportamentos ligados à falta de atenção, hiperatividade e impulsividade. Esses sintomas devem se manifestar em pelo menos dois contextos, no caso de crianças, os ambientes doméstico e o escolar. Pode predominar a desatenção ou a hiperatividade, ou os quadros podem ser mistos. Alguns dos sintomas já estariam presentes antes dos sete anos de idade e não se apresentariam exclusivamente associados a outros transtornos mentais.

● Altas Habilidades e Superdotação: um fenômeno que agrega todas as características de desenvolvimento do indivíduo sejam eles: aspectos afetivos, cognitivos, neuropsicomotores e de personalidade. A superdotação não independe do meio, é necessário estímulo. Nenhuma criança nasce superdotada, apenas com o potencial para superdotação e àquelas que tiverem oportunidades de desenvolverem seus talentos e singularidades em um ambiente que responda aos seus padrões particulares e necessidades, serão capazes de atualizar as suas habilidades.

● Transtorno Desafiador Opositor: consiste de um padrão de sintomas que incluem frequentemente: perda de paciência, discussão com adultos, desafio ou recusa ativa a obedecer a solicitações ou regras dos adultos, perturba as pessoas deliberadamente, responsabiliza os outros por seus erros. Embora possa começar já aos 2/3 anos de idade, ele tipicamente inicia por volta dos 8 anos de idade.

Relembro que e imprescindível pensar: o porquê do sintoma? O que está acontecendo com a criança? Estão dormindo bem? Como estão seus pais? Alguma mudança na estrutura familiar? Problemas de trabalho, com álcool ou drogas na família? Mudança de residência? Alguma doença? Brigas? É importante registrar que alguns comportamentos isolados fazem parte do desenvolvimento da criança, sendo assim, não se enquadra num transtorno e cabe à família orientar e superar estes comportamentos indesejados.

É muito importante, que o diagnóstico não seja o fim, mas um dos meios de se chegar até o sintoma. Sim, um dos, pois a criança não deve ser paralisada pelo que foi identificado. É um processo de aprendizado sobre como viver com algo que nem todos conhecem ou respeitam.
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1 de dez. de 2015

Maternagem Saudável - 1a Roda de Conversa

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Neste último sábado, aconteceu a primeira Roda de Conversa - Maternagem Saudável. Momento muito bacana, com contação de histórias por Nana Vianna, sorrisos, reflexões e um lindo compartilhar de emoções. 

O projeto teve apoio da livraria SBS João Pessoa, sob responsabilidade da Mônica Tito, que cedeu o lindo espaço para as trocas ali evidenciadas, acreditando carinhosamente na proposta. 


A Mariana Carneiro, do blog www.maedoano.com.br, também esteve presente, apoiando e contribuindo com a sua experiência materna e, ainda, sorteando um "sling" entre os presentes.


Depoimentos:

● Foi um momento muito agradável, e com muitas trocas enriquecedoras. E motivou para que muito mais possa vir, permitindo o fluir das palavras e emoções, no processo de cuidar, desde o desejo até a ação. [Mayara Almeida - idealizadora do projeto, Psicóloga e Escritora].

● "MATERNAGEM... Nos faz pensar como filha, mãe,  avó... Tecer linhas numa colcha de retalhos com nossas memórias,  vivências,  angústias e inquietações.  MATERNAGEM é saber reelaborar um conceito novo todo dia, quando nos chegam as surpresas e descobertas que tanto ensinam. É poder rir dos erros,  sofrer com as febres e exultar com as conquistas diárias.  É embalar com doçura e afeto um ser que vai se constituindo a partir de nós, no nosso alinhavo materno: filha, mãe,  avó,  irmã,  tia...." [Suely Fermon - idealizadora do projeto e Psicopedagoga].


● A Livraria SBS João Pessoa teve o prazer de participar da Roda de Conversa - Maternagem Saudável, onde mães e profissionais das mais diversas áreas se reuniram em nosso espaço para discutir como anda a afetividade entre pais e filhos. Uma manhã enriquecedora e muito agradável. Parabéns à Tríade e à psicóloga Mayara Almeida pela iniciativa. Desejamos sucesso! [Mônica Tito - administradora da Livraria SBS João Pessoa].

●Os cuidados afetivos na infância são de grande importância para um desenvolvimento saudável e uma melhor integração familiar. A roda de conversa sobre Maternagem Saudável foi um momento de trocas de experiências, saberes e também de afetos. Para todos os que estão envolvidos com a maternagem, sejam os pais, profissionais e outros responsáveis faz-se necessário refletir sobre a leveza da infância e o encanto do universo lúdico, analisando desse modo as possibilidades de um cuidado harmonioso, equilibrado e com amor. Gratidão  por essa roda de conversa tão acolhedora e de muito aprendizado. Que venham os próximos encontros! [Najara Gomes - Psicóloga Clinica].


● A roda de conversa maternagem saudável nos oportunizou a troca de experiências, a escuta de exemplos através dos  depoimentos que nos auxiliaram na reflexão e acima de tudo nos deu a permissão de expor sentimentos, anseios, medos e conquistas da maternidade sem cobranças, culpa ou medo.... Foi um momento muito especial! [Nadi Rodrigues - Mãe e Psicóloga].

●A 1a Roda de Conversa com o tema maternagem saudável, para mim,   representou um momento de aprendizagem e trocas de experiências,  de forma leve, interativa e produtiva. [Jackeline Nóbrega - mãe, avó e estudante de psicologia].


● "Leveza". Esta foi a palavra que colhi na roda de conversa sobre Maternagem Saudável Sábado (28/11) Na SBS Livraria. Nem imaginava que sairia tão diferente da maneira como entrei. Fui convidada por Mônica para fazer uma contação de história e participar da roda de conversa que me tocou profundamente, renovou meu olhar a respeito de muitos assuntos na área de educação e família, senti-me inspirada para pôr em prática muitas ideias que foram surgindo a cada experiência compartilhada!
Foi uma reflexão linda sobre nossas competências e habilidades e de como transformar situações pesadas do cotidiano em momentos inesquecíveis de alegria, ludicidade e leveza! Maternagem vai além do envolvimento mãe/filho. Vai além do ambiente familiar. Ela está em cada um que se importa e se compromete no cuidar verdadeiro do ser que depende de nós. Essas pequenas pessoas que temos o privilégio e obrigação de cuidar e proteger. A experiência desse final de semana já trocou as lentes do meu olhar. Hoje vejo tudo com mais leveza e afirmo que as sementes plantadas em meu coração naquela manhã de Sábado renderão muitos frutos. Bons frutos... [Nana Vianna - professora do infantil I, contadora de histórias e professora de acrobacias].

O projeto Maternagem Saudável, foi idealizado pela psicopedagoga Suely Fermon e pela psicóloga Mayara Almeida, com objetivo de promover e incentivar um espaço físico e subjetivo  para a palavra circular livremente, entre pais e responsáveis, elaborando com leveza, os cuidados afetivos na infância. 

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13 de nov. de 2015

Mudar de escola, eis a questão.

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Escola. Este lugar de afetos circulantes e aprendizados diversos para os pequenos. Costumo pensar que é importante e justo, informar-se sobre a filosofia da escola, principalmente sobre o investimento na saúde emocional das crianças, pois é a base para os aprendizados seguintes, de palavras aos números. Antes de saber contar, é preciso saber sentir. Antes de saber escrever, é preciso iniciar o saber reconhecer as emoções. E a escola também é este lugar, que acolhe a criança em seu desenvolvimento além do burocrático. 

Mas e a idade para o letramento, qual é? Depende do que os responsáveis desejam integrar àquele mundo infantil e muito dos limites da criança. Padronizar e responder à sociedade é tão perigoso quanto entregar um objeto pequeno à uma criança na fase oral. As consequências existem e podem entalar concreta e subjetivamente. 

Buscando evitar esses conflitos,  a minha postura é: não compare, não esforce-se para padronizar antes da hora. Criança, brinca, e aprende brincando também. A seriedade pode ser introduzida de acordo com as limitações de cada uma delas para não construirmos uma geração de marionetes que vão para a escola antes do tempo individual e maturacional necessário, pondo-se a decorar com desgosto um aprendizado que pode ser indigesto porque não fluiu. 

A questão não é apenas fazer o gosto da criança, mas observar, sentir, se é mesmo necessária está cobrança gigantesca de saber ler e escrever antes mesmo de saber sentir, e "esgotar" a fase lúdica tão rica em aprendizados para toda a vida. 

Deseja trocar seu filho de escola? Reflita primeiro se o desejo é meramente social ou se será saudável para a criança, considerando que irá iniciar todos os laços afetivos novamente. Ou será que ela ainda pode e deve ser leve, levada, ser criança? 

Psicóloga Mayara Almeida
CRP 13/5838

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29 de ago. de 2015

Tchau Chupeta

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Por volta dos 3 anos de idade, a criança já consegue compreender regras e fazer combinados, assim este seria uma bom momento para preparar a retirada da chupeta. Afinal, com esta idade, a criança não é mais um bebê e, o usual, é associar a chupeta com um "bebezinho". 

Além de causar danos orais à criança, como confirmam os dentistas e esteticistas, a dependência à chupeta pode levá-la a ter dificuldades para crescer e enfrentar escolhas, pois estará agarrada a um aparato bem infantilizado.

A crianca se apega porque a sucção traz um conforto muito grande, lembrando inclusive a mamada no peito, mas que precisa ter tempo para deixar de ser objeto de apego.

Sugestões para dar tchau à chupeta: 

✔ Identifique os sinais de que seu filho está pronto para largar a chupeta e aproveite o momento. Durante um resfriado, é comum que a criança rejeite a chupeta, pois precisa respirar pela boca por causa do nariz entupido. Se isso acontecer, tire as chupetas de vista e espere, não dê imediatamente. Pode ser que ele largue o hábito naturalmente;

✔ Reforce a ideia de que crianças crescidas não usam chupeta;

✔ Faça um cartaz, coloque num local visível e junto com a criança, combine um prazo para largar a chupeta. Todos os dias vocês devem marcar o dia vivenciado e que se aproxima do grande momento, onde poderá haver uma super comemoração.  
✔ Se fizer uma troca com a criança, prefira brincadeiras, passeios, ou brinquedos educativos. Jamais troque a chupeta por comida;

✔ Invista na rotina da hora de dormir: anuncie uma mudança (um ursinho, a mudança do berço para a cama, um novo hábito, como contar histórias) e explique que na nova rotina - de criança grande - não há espaço para a chupeta. O entusiasmo com a novidade pode ajudar.

Nos casos em que há grandes dificuldades em passar por este momento (o que pode acontecer, pois há que se respeitar a personalidade de cada criança) pode haver uma dificuldade para sair do lugar infantil ou talvez os pais estejam infantilizando demais. Situações assim, precisam de orientação profissional, para ajudar a família a dar conta de incentivar a criança a ultrapassar essa fase.

Psicóloga Mayara Almeida 
CRP 13/5938
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7 de ago. de 2015

Era uma vez... A Adaptação Escolar

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Até 2 anos de idade (em média) tudo é novidade para as crianças, pois só conviviam com a família, ou pessoas próximas, em ambientes "conhecidos".

É relativo sobre como fazer: algumas crianças talvez possam ir em dias alternados até se acostumarem, ou passar apenas um período do dia. A separação é feita aos poucos, intercalando momentos de aproximação e de ausência, até que se acostume à rotina do novo ambiente. O choro vai acontecer, mas também vai passar, à medida que a criança vai sentindo-se acolhida. 

O primeiro passo é reconhecer e repassar sobre os hábitos e receios da criança, para facilitar na elaboração do planejamento: ela ficam mais tranquilas quando percebem que há um adulto que sabe fazê-la sentir-se bem.

● [Companhia] 
Observe e perceba, talvez seja necessário alternar entre momentos em que a criança fica com os cuidadores, e momentos em que o pai, a mãe, ou outro familiar próximo, fique junto, acompanhando a nova rotina da criança - de forma alternada ou diariamente - buscando oferecer segurança (tempo estimado de duas semanas, podendo variar).

● [Individualidade valorizada] 
Conte sobre a criança: o que ela gosta mais, o que a deixa com medo e quais as estratégias familiares, até ali conseguidas, para tranquilizar em momentos mais difíceis. Quando a criança percebe que as pessoas ao redor sabem coisas que as fazem se sentir bem, ficam mais tranquilas.

● [Caderno de apoio] 
Organizar um caderno com registros informando os gostos e dificuldades da criança em diferentes situações, do que a criança gosta de brincar e de comer e como costuma ser consolada, por exemplo.

● [Objeto de apego] 
Deixe no local, junto da criança, um objeto pessoal de apego, como boneca, manta, ursinho, para oferecer a sensação de "estou seguro, há algo que eu conheço aqui". Aos poucos, outras demandas vão surgindo e a criança tende a deixar de lado o objeto de aspecto sensorial familiar.

● [Fotos]
Manter rostos conhecidos ao alcance da visão da criança, também pode ser incorporado às primeiras semanas no novo ambiente: deixe uma foto da criança e de alguém conhecido para ser colocado num pequeno mural e observe se, ao invés de acalmar, gera angústia por não ter a pessoa por perto. É preciso tentar e perceber as sensações e emoções da criança diante da situação. 

● [Choro] 
Ainda em processo de desenvolvimento da linguagem falada, os pequenos não têm muitas opções além das lágrimas, para se comunicar em diferentes situações. Assim, é importante lembrar que o objetivo do choro na criança bem pequena, até dois anos, é comunicar que algo vai mal. Ela relaciona o choro a uma boa reação, pois alguém virá acolhê-la. Nestes primeiros momentos de adaptação, colo e carinho são sempre bem-vindos, pois ajudarão a associar que "alguém pode cuidar de mim aqui". Dar atenção nesses momentos, e não apenas na hora de impor limites, gera tranquilidade e ajuda a diminuir o choro.


Psicóloga Mayara Almeida
CRP 13/5938
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4 de ago. de 2015

Como assim, um amigo imaginário?

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Crianças. Fantasia. Amigo imaginário. Uma experiência que pode ser vivida pela por volta dos três anos, quando a imaginação já está bem investida de simbolismos e imagens. 


Os pais devem agir naturalmente. Podem entrar na fantasia da criança, mas sem muito reforço ou críticas. Por exemplo: tudo bem pedir desculpas ao amigo imaginário por sentar em cima dele ou, depois de brincar no parque, perguntar o que ele achou do passeio, são boas maneiras de mostrar à criança sua aceitação. Só tome cuidado para não dizer coisas como: “Vá buscar seu amigo para dormir” ou “Ele vai ficar bravo se você não comer direito”. A criança precisa entender que a ideia vem da imaginação dela. Se os pais reforçarem demais a presença, pode ser que a criança pare de encará-lo de forma natural.

A hora de deixar o amigo imaginário partir, é também tarefa da criança: assim como veio, ele vai, de maneira espontânea, pois naturalmente, a criança encontrará outras maneiras para lidar com a realidade. Geralmente os pais só ficam sabendo depois, desta despedida. 

Se o amigo persistir além dos oito ou nove anos, os pais devem ajudar a criança a confrontar a sua fantasia com a realidade, conversando e mostrando que o amigo imaginário não passa de uma criação sua.

Em geral, não há motivos para preocupações. Apenas devemos ficar atentos para que o companheiro imaginário não afaste a criança de suas atividades rotineiras, nem substituir a convivência com crianças reais. Assim, os pais devem estimular o convívio social com crianças de verdade.

● Dicas para saber mais:
Desenho - Mansão Foster para Amigos Imaginários (Cartoon Network) / Livro - Memórias de Um Amigo Imaginário (Matthew Dicks, Id Editora) / Filme - Uma Família em Apuros (2012, FOX Films).

Psicóloga Mayara Almeida
CRP 13/5938

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1 de ago. de 2015

Infância e Tecnologia - Quais os prejuízos quando o uso é em excesso?

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A tecnologia veio e que bom, nos trouxe muitos benefícios, mas usá-la bem é extremamente necessário para o estabelecimento do equilibrio na vida real. 

No mundo virtual, a vida é editada e garante curtidas aos aprovados socialmente, por isso, muitas pessoas que se sentem solitárias abrem ou reativam uma conta das redes sociais.

No caso das crianças, a atenção precisa ser redobrada, pois o desenvolvimento psíquico saudável, exige tempo e condições favoráveis para tal. Pesquisas já trazem os resultados de que a radiação emitida pelos aparelhos é mais absorvida pelos bebês e crianças pequenas, considerando as características do tecido nervoso e a proteção óssea do crânio que é mais fina, pois está em processo de estruturação. Uma exposição desenfreada, no estilo "babá eletrônica" - a qualquer tempo - pode vir a resultar em degeneração da bainha de mielina,  proteção que envolve os neurônios,  ca usando prejuízos.


●Ainda, alguns aspectos podem ser considerados, se houver uso em excesso:

- Dificuldade em respeitar a própria privacidade e a privacidade alheia;
- Atraso no desenvolvimento da coordenação motora;
- Dificuldade de interação social;
- Consumismo;
- Dificuldade para concentrar-se nas atividades escolares.
- Dificuldades em desenvolver habilidades emocionais, como por exemplo reconhecer alegria e tristeza - pois numa conversa com presença física não apresentamos carinhas ou "emocions" para estabelecer contatos. 

● Mas, o que fazer? Trago algumas sugestões para o dia-a-dia:

- Limite o tempo de tela de seus filhos (sim, sim, e o seu também). Para os menores de 2 anos, o recomendado é zero. Se essa ação for realmente inviável, faça o possível para chegar o mais perto possível. 
- Para os mais velhos procure limitar o tempo a duas horas por dia. Acredite: é possível. Ofereça opções e participe ensinando que pode ser muito bom.
- Combine com a criança “momentos-sem-tela” na rotina de casa (refeições sem tela, hora de dormir sem tela, substituindo pela leitura de livros, contacco de histórias, jogos de tabuleiro, brincar com objetos diferentes, inclusive o simples papel e lápis);
- Animais de estimação (com ativa supervisão e orientação dos responsáveis: ensinando à criancr como brincar e cuidar);
- Cinema (fora e em casa), praças, lugares onde seja possível desfrutsr da natureza. Tem (quase) sempre um cantinho social por perto. Ali você vai ter conversa, convívio e cuidado. Estas boas lembranças ficarão na memória afetiva da criança e poderão contribuir ativamente para o bem-estar próprio e dociso.

● Para saber mais dicas, acesse a cartilha Família Mais Segura, aqui: http://www.familiamaissegura.com.br/wp-content/uploads/2015/06/Dia_das_Maes_Guia_site12.gif

Psicóloga Mayara Almeida 
CRP 13/5938
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15 de jun. de 2015

Pequenas traduções de crianças que (não) falam.

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● Ele tem 7 anos e repete frases e palavras que chamam sua atenção, muitas vezes frases feitas que ouviu em desenhos: "vermelho, amarelo, azul e violeta" . Mas nem sempre esta comunicação é pra mim. Quase nunca é. Ou não parece ser. Está falando sozinho? Não. Ninguém fala sozinho. Há sempre "um outro" que ocupa um lugar na fantasia e para quem é direcionada esta fala. E nós, adultos (pais, cuidadores, substitutos) precisamos suportar este outro tempo, e participar das falas, por vezes, apenas repetindo: "vermelho, amarelo, azul e violeta".

● Ela não fala muitas palavras com sons comuns, tem suas próprias expressões para se comunicar e aponta para tudo que quer. Tem 5 anos e outro dia contei pra ela a história de uma menina que não conseguia falar direito e, por isso, muitas pessoas não conseguiam entendê-la. Brincando com os móveis da casinha, olhava para mim, com certo desinteresse naquilo que ouvia. Daí continuei: "mas enfim, ela estava conseguindo algo para ajudá-la a se comunicar melhor". Imediatamente, ela levantou do tapete e veio ver o livro que eu segurava em mãos. Ficou do meu lado e pronunciou: "Hum?" - expressão de susto e surpresa. "Você quer saber como podemos ajudá-la? Confirmou que sim com a cabeça. "Aqui diz que brincar e contar histórias podem ser muuuito importantes". "É xiiia" (é tia) - acompanhado de um largo sorriso.

O único diagnóstico que me interessa aqui, neste primeiro tempo, é se há alguma disponibilidade afetiva para ser desenvolvida. E sim, até aqui, sempre houve. Sempre ha(verá).

Psicóloga Mayara Almeida
mayarapsicologia@hotmail.com

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22 de mai. de 2015

O desenho da criança

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"O que me agrada principalmente na tão complexa natureza do desenho, é o seu caráter infinitamente sutil, de ser ao mesmo tempo uma transitoriedade e uma sabedoria. O desenho fala, chega mesmo a ser... uma caligrafia" (Andrade, 1984, p. 65).

O desenho pode ser um modo de associar livremente, isso porque é possível explorar novos espaços e experimentar o viver criativo. Também pode ser pensado como expressão de fantasias inconscientes, com seus significados simbólicos. Exige um tipo de atenção que consiste em olhá-lo, sem interpretá-lo, até que alguma luz emane para o observador. 

Psicóloga Mayara Almeida
mayarapsicologia@hotmail.com

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17 de mai. de 2015

Operação birra sob controle.

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Ameaçar que vai abandonar ou não mais gostar da criança, gritar ou bater, ser desautorizado, prometer presentes, realizar longos ensinamentos no meio da crise, compraração entre irmãos ou amigos... Situações que ainda ocorrem em massa e não recomendo, pois cada uma delas educa através do medo e mesmo a curto prazo, faz um mal enorme á saude emocional da criança.


A família precisa, acima de tudo, oferecer segurança afetiva à criança e todo comportamento executado, vai rapidinho, ser aprendido por imitação. Assim, as regras e limites precisam ser combinados, da casa dos pais à casa dos avós, caso contrário a criança fica confusa e lá vem a birra.

Abaixo, exemplifico algumas situações de birra e sugiro posturas que podem ajudar a mater a situação sob controle:

Situação 1 - Grita, chora ou se joga no chão em público
Afaste-se um pouco da criança, certificando-se que não irá se machucar, espere passar, pois ela vai se levantar e em casa retome a situação. Peça para que a criança tente explicar porque agiu daquela forma e numa conversa em tons saudáveis, diga que entendeu a frustração dele, mas que aquele comportamento deixa papai e mamãe tristes. Se estiver num ambiente onde não possa se afastar, pegue a criança e a leve para outro lugar até que se acalme. Em última instãncia, a alternativa é ir embora e seguir a orentação da conversa.

Situação 2 - Atira objetos no chão
Assim que a criança se acalmar, se abaixe, olhe nos olhos dela e peça para que pegue o objeto e coloque no lugar adequado. Expresse seu descontentamento e caso tenha causado algum prejuízo, como quebrar o obejto, por exemplo, traga o prejuíz para concreto e reflita que precisrá gastar dinheiro para comprar novamente.  

Situação 3 - Quando contrariada, levanta  amão, chuta ou bate
A criança nem sempre entende que suas atitudes podem machucar, então explique, quantas vezes forem necessárias, principalmente se for um bebê. Não subestime a capacidade de entendimento da criança. Se ela levanta a mão, segure o seu braço delicadamente e peça para nunca mais repetir o gesto. Se houver repetição, pode haver punições como, não usar o computador, ou não assistir aquele desenho favorito, mas jamais coloque à prova o seu afeto pela criança.

Psicóloga Mayara Almeida
mayarapsicologia@hotmail.com

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