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11 de mai. de 2024

Reparentar

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A infância é a época em que o subconsciente de cada pessoa é formado. Ou seja, aprendemos como processamos as emoções, como são os relacionamentos, como manter limites e inúmeros outros hábitos e comportamentos.

Perceber que fomos criados por seres humanos imperfeitos é uma grande parte da jornada, mas a nossa tarefa definitivamente não termina aí. Para deixar de agir a partir dos padrões ancestrais que carregamos ou das feridas que nos foram feitas, devemos nos curar.

Para muitas pessoas, fazer isso é compreender que os pais só podem ser pais a partir do seu próprio nível de consciência e que devemos dar a nós mesmos o que os outros não nos deram.

É nisso que consiste a REPARAÇÃO PARENTAL, que tem 4 pilares: Disciplina, Alegria, Regulação Emocional e Autocuidado. Aqui estão 5 passos para começar:

1. Respire: Reparar é um processo. Não é algo que acontece da noite para o dia. Se você tentar fazer muito desse trabalho de uma vez, você se sentirá sobrecarregado e voltará aos velhos padrões. Enquanto isso, respire.

2. Mantenha uma pequena promessa para si mesmo todos os dias: tão pequena que parece insignificante, mas você sabe que não é para você. Alguns bons exemplos são: meditar por 2 minutos, dar uma volta no quarteirão todas as manhãs por 5 minutos, preparar uma refeição em casa todos os dias, fazer um diário sobre o futuro todas as noites antes de dormir. O tempo é importante aqui – não escolha nenhuma promessa que leve mais de 10 minutos no total.

3. Diga a alguém em quem você confia que você está iniciando o processo: Seus pais fizeram o melhor que puderam com seu nível de consciência e provavelmente ficarão na defensiva se você falar sobre isso com eles. A reparação é para você, mas contar para alguém que você confia, pode ser útil.

4. Pergunte a si mesmo “O que posso me dar agora?”: Quando sentir emoções fortes, pergunte-se esta pergunta. Não há problema se, ao começar a fazer essa pergunta, você se sentir confuso ou como se não houvesse resposta. Continue perguntando. É uma prática de conexão com a intuição. Pode ser tomar um banho de espuma, desconectar-se das redes sociais ou sair ao sol por 15 minutos.

5. Comemore suas vitórias: valide-se, reconheça seu progresso. Comemore a pessoa que você está se tornando.

6. Seja gentil com você.

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18 de abr. de 2020

O que Freud diria? (Em meio à Pandemia do Covid-19)

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Primeiro ele contaria uma história: a dele. Diria que viveu a experiência do sofrimento da gripe espanhola. Diria que perdeu ali, sua filha Sophie. Ah, perdão. Diria antes que, foram anos muito difíceis com a Primeira Guerra que deixava rastros de dor e parcos escritos. Talvez porque, com a dor não seja ou não fosse tão possível escrever, para ele. Diria que houve inflação, falta de suprimentos de infraestrutura nos transportes e nas comunicações. Diria que sua família recebeu ajuda financeira da Max Eitington, médico e psicanalista da Bielorussia - Alemanha - e seu amigo. Freud diria que não se deixou paralisar, pois cuidar da sua família e atender pacientes que o procuravam e conseguiam pagá-lo, era uma forma de lidar com a impotência diante da situação. Diria que dias antes, num cordial almoço de domingo, recebeu o filho de Pfister, seu amigo discreto, psicanalista, teólogo e pastor. E diria também que era ateu, Freud. Diria em seguida que logo passaram pela tragédia que os marcaria para sempre. “A descarada brutalidade dos tempos nos aperta”. Continuaria a dizer sobre começo: não pôde se despedir da filha e isto parece ter lhe causado uma ferida narcísica. E então: “trabalho tanto quanto posso...”, em gratidão pela possibilidade de não ser paralisado pela morte. Que a esperança também compareça entre nós, em 2020. Freud diria que a Todestrieb (pulsão de morte) é difícil de sustentar e, talvez, escrever tenha o ajudado a atravessar.
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17 de fev. de 2018

O que é Psicanálise?

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A Psicanálise não é uma ciência ou não só, é uma prática e teoria associadas à experiência do psicanalista e do seu próprio inconsciente – em sua análise pessoal. Na análise do outro, o psicanalista coloca o sujeito para falar sobre o seu incômodo, da maneira que lhe for possível naquele momento.

• É um trabalho de investigação, onde pouco à pouco vamos buscando em cada história de vida a (in)compreensão de nossa ambivalência e incompletude (o que não quer dizer que haverá total sucesso nesta busca). O trabalho é no um a um, no caso a caso, portanto, o que serve para um, pode não servir para o outro.

• É um trabalho de implicação pessoal, onde é preciso se perguntar: qual a minha responsabilidade diante daquilo que incomoda? Aí sim, teremos uma demanda de análise. Isto imprime responsabilidade do sujeito sobre as próprias questões. Talvez, em alguns momentos você pense: "não tenho nada pra dizer", ou sinta vontade de faltar à sessão; e isto pode ser um sinal de que estamos chegando perto do sintoma, de entender algo do que lhe acontece, de mexer no desconforto, pois trabalhar com a psicanálise é ir para bem longe de casa.

• É preciso possuir um gosto significativo pela palavra como também apreço pelas pessoas, com o mínimo possível de preconceito. Possuir crenças e convicções são importantes, contudo, essas não podem afetar num julgamento pré-concebido das condutas humanas. Requer um interesse pela escuta do inusitado, do intuitivo, com o menos de surpresa e deslumbramento possível.

A psicanálise não é oráculo. Exige Tempo. E aposta: no analista e, especialmente, em si mesmo.
A psicanálise é uma travessia individual sobre o valor da palavra e que fracassa, pois a palavra é, mão não toda, jamais tudo.

Mayara Almeida
www.mayaralmeida.com.br
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11 de fev. de 2018

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Ela trouxe a "bola mágica" (uma bolinha que brilha quando pressionada) e eu trouxe a figura do unicórnio (mágico por inteiro) representado num copo com canudo sanfonado. Aquele, foi o único copo que encontrei, mas talvez tenha sido o ideal para o momento, pois comunicou, a mim e a ela, que haverá que ser devagar, assim como é, quando usamos um canudo para beber algo. Haverá, também, da parte dela, que fazer um esforço para sugar o líquido que colocar no copo e ultrapassar o concreto na vida real... Precisamos deixá-la repetir as histórias. Mas não deixar as histórias se repetirem. Podemos ser este outro que a escuta e também diz sobre maneiras de lidar com aquilo que ela repete. Fazer combinados previamente: isso primeiro, aquilo depois; fazer a atividade e depois um momento para ouvi-la, ou vice-versa. E ao mesmo tempo em que ela internaliza este amadurecimento sobre sentir, continuará recordando aquilo que incomoda e precisa ser organizado: recordar, repetir e elaborar. 

Se nós a ouvimos enquanto ensinamos e estimulamos, ela ganha a escuta e a valorização de si mesma, o reconhecimento dos próprios limites e a possibilidade de enfrentar aquilo que não saiu conforme o desejado - mas há que se fazer algo com isto - claro, com a nossa "mágica" intervenção, na escuta e na palavra - falada e escrita - autorizar as suas tentativas até que ela autorize a si mesma.
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26 de ago. de 2017

Família: uma ficção necessária? *

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Toda família tem seus segredos e sintomas. Estes aspectos fazem o nó que configura a instituição, onde circulam dinâmicas e desejos do outro, ocupando os espaços, introduzindo buracos e cortes que tentamos cuidar e curar. 

Porém, na análise, descobrimos que há sintomas não analisáveis e ficamos então perplexos ao descobrir que somos nós (cada um de nós) o pecado, a herança que desestabiliza esta ficção necessária. 

Também descobrimos que conseguiremos chegar lá (onde queremos) só que aos pedaços.

* Reflexão a partir da XIV Jornada da Escola Brasileira de Psicanálise - Delegação Paraíba, em João Pessoa/PB.
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2 de jun. de 2017

O “Lugar” dos pais no atendimento infantil

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Os estudos sobre atendimento infantil podem ser reconhecidos desde Freud, seguido por Anna Freud, Melanie Klein, Françoise Dolto, Maud Mannoni e demais autores da contemporaneidade. Mas onde devem estar os pais durante um processo? Em que cena devem aparecer ou como fazer funcionar esta relação? Aqui, vamos considerar e integrar aos pais, a família, responsáveis e/ou evolvidos diretamente com o cuidado psíquico da criança.

Acredito pela prática vivenciada, que é preciso um período de preparação tanto para os pais, quanto para a criança, pois esta, nem sempre contribui com o processo, sem antes perceber que pode confiar e estabelecer um vínculo que foi/é aceito e respeitado pelos pais. Nesta linha de pensamento, o atendimento infantil é um discurso de partes, e todos têm o seu lugar: profissional, criança e pais. 

Observo que existem profissionais que preferem não receber os pais, nem mesmo esporadicamente. Entretanto, é preciso reconhecer que estes têm a necessidade de falar com o psicoterapeuta do filho, já que estão implicados nos sintomas, mesmo que nem sempre reconheçam e assim, é nossa função profissional, também abrir espaços para que os pais ousem falar e revelar o inconsciente. É importante sublinhar a importância da escuta dos pais, embora estes peçam orientações e até seja benéfico apresentar sugestões, mas consciente de que este não é o objetivo principal.

Diante daqueles que solicitam ajuda para uma criança, estamos também diante da problemática própria dos mesmos. A maneira como a criança é esperada antes do seu nascimento, o que vai representar para a família em função da história de cada um, vai chocar-se com as projeções inconsistentes de todos os evolvidos - registro o valor revelador dos fantasmas e projeções dos pais, remontando a até três gerações, de acordo com Dolto.

Para exemplificar, trago um trecho de uma experiência, que ilustra situação semelhante: “No dia e hora reservados para o atendimento da criança - haviam acontecido apenas dois encontros - quem estava lá era outra integrante da família, apresentando o discurso: ‘preciso muito falar com você’. Recebi porque, certamente, algum sintoma poderia ser revelado e logo descobri que a criança só soube que não viria à sessão, próximo ao horário habitual. Fiz a escuta e, ao final, combinei que seria possível conversar novamente, mas com aviso prévio, para não comprometer a sessão e o combinado de que antes de conversar com alguém da família, eu e a criança, precisaríamos saber e autorizar. Este fato foi um obstáculo importante para o andamento do processo, pois a criança não gostou de ter seu horário substituído, e rejeitou o tratamento por um período significativo, até que novamente costuramos a confiança e os limites dos familiares. Outro fato importante neste caso, foi que a familiar atendida, que queria, talvez, me aprovar, tornou-se uma incentivadora do processo, motivando a criança a não interrompê-lo”.

Algo a refletir é sobre o discurso utilizado diante dos pais, informando que “precisam de psicoterapia por causa do filho”. Esta fala comunica um incentivo à dependência, pois são os pais que têm de assumir a sua vida e responsabilizar-se pelas dificuldades subjetivas em seu próprio nome. 

Assim, ao receber os pais ou familiares para uma entrevista, devemos ouvir o que eles têm a dizer, tentando também relacionar com o tratamento do filho, e assim, ajudá-los a redimensionar as dificuldades da criança e a reconhecer a possibilidade de ressignificar os próprios problemas. Se os pais estão implicados no sintoma do filho precisamos, então, ajudá-los a começar um certo questionamento de suas dificuldades e reconhecer que estarão sempre presentes através do discurso da criança. Sim, os pais tem um lugar no processo de psicoterapia infantil e precisam ser/se sentir bem-vindos.

Quem são essas crianças, razidas pelos pais ao consultório? E quem são esses pais, em sua maioria mães, que trazem as crianças como problemas?

Trazer a criança ao  analista infantil, muitas vezes, desperta o sentimento de impotência por precisar contar com um terceiro para intervir na relação familiar.

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27 de mai. de 2017

Livro Digital - Contos de Fadas e a Construção da Identidade Infantil

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Os Contos de Fadas têm facilitado, à gerações, o desenvolvimento emocional de crianças ao redor do mundo. A segurança de estarem, de alguma forma, dentro de um livro, o fato dos personagens viverem em terras distantes e o conhecido final feliz, trazem a segurança necessária para que se entreguem às emoções e elaborem seus próprios conflitos. 

Neste livro digital, compartilho um estudo sobre os contos de fadas e a construção da identidade infantil. Uma pesquisa com teoria, sequência das atividades e reflexões pertinentes, para informar e inspirar a prática.

Publico alvo: Profissionais que atuam com crianças, literatura, leitura ou escrita e, ainda, adultos interessados na temática.

Formato: Ebook | PDF - 79 páginas


Valor: R$ 40,00

• Quer adquirir? Entre em contato •
Email: mayarapsicologia@hotmail.com
Instagram: @psimayaralmeida
Facebook: Psicóloga Mayara Almeida

Mayara Almeida
Psicóloga - CRP 13/5938
www.mayaralmeida.com.br

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8 de mar. de 2017

O sucesso está em você!

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No domingo, 05 de março - em comemoração ao dia internacional da mulher - participei de um evento com "elas" e eles também (homens, compareçam aos eventos femininos, pois vocês ganham informações sobre o nosso universo. Olha que maravilha!

No evento Ame-se, idealizado pela equipe  @mulheresempreendedoraspb mostrei - através de uma palestra - que #osucessoestaemvoce. Apesar de estar inserido num contexto social que inclui bens materiais e status, precisa ser sentido, não apenas idealizado ou comprado; porque sentir nos movimenta, nos impulsiona.


Albert Einstein dizia que todos nós somos gênios, mas se julgarmos um peixe pela sua habilidade em subir em árvores, ele passará a vida inteira, acreditando ser incapaz. Conosco, não é muito diferente.

● Veja aqui, alguns trechos da palestra:

É sempre uma experiência incrível - através da minha fala - comunicar e alcançar pessoas. Porque eu acredito num mundo onde peixes não serão forçados à subir em árvores e seres humanos reconhecerão o sucesso dentro de si, antes de qualquer outra atitude. Eu acredito num mundo onde as conexões impulsionam e transformam!

Grata pela experiência #Amepb - Associação de Mulheres Empreendedoras da Paraíba!

Mayara Almeida
Psicóloga - CRP 13/5938

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24 de fev. de 2017

Desafio Diário - JOGO

4 comentários :

Desafios que vão inspirar os seus dias. 
Sua jornada noutro ritmo! |

Permita-se experimentar de forma consciente, persistente e constante. Assim que começar os desafios, reforce diariamente a sua continuação, escrevendo o que a experiência te fez perceber. Sem dúvidas, vai valer a pena! Não acredite apenas. Experimente.

📍O que é o #desafiodiario?
É um kit com 21 cards/tarefas propostas + 1 caderninho.

📍Por que 21?
O período de 21 dias é adequado para quem deseja mudar ou aperfeiçoar comportamentos.

📍Para quem serve o #desafiodiario?
Crianças, a partir dos 6 anos, adolescentes e adultos.

📍Que transformações os desafios podem nos causar?
O jogo #desafiodiário foi idealizado para contribuir com o desenvolvimento pessoal: autocuidado (com tarefas intencionais que favorecem o bem-estar; autoconhecimento (buscando despertar a identificação das emoções) e estimular a inteligência emocional (despertando o interesse em gerenciar conflitos e equilibrar os próprios sentimentos, sem desestabilizar a vida. As tarefas/desafios provocam reflexões no âmbito mais subjetivo, atenção às suas próprias questões e incentivo a tomada de atitudes com uma ação responsiva.

📍Como pode ser utilizado?
Pode ser usado individualmente ou em grupo.

• Antes de utilizar com outros, sugiro que realize consigo e descubra a melhor forma de colocar os desafios em em prática. A sua (melhor) maneira.

• Você pode criar uma sequência ou seguir aleatoriamente, se preferir.

• Sugiro que só passe para a próxima tarefa após realizar a anterior, porém, fique à vontade para pular e aos poucos ir superando os desafios de acordo com a sua disponibilidade.

• Você pode fazer um jogo de cartas: espalhar com a frente escondida e aquela tarefa que escolhida aleatoriamente, deverá ser realizada.

• Os desafios podem ser repetidos quantas vezes desejar para aperfeiçoar cada vez mais, as práticas propostas.

• Use a criatividade, descubra novas maneiras de usar e desafie-se positivamente!

▶ Envio por EMAIL - R$ 35,00
O arquivo com 21 cards será enviado em PDF, contendo as sugestões para uso e pronto para imprimir, no tipo de papel que desejar. 

Adquira o seu: entre em contato através do email: mayarapsicologia@hotmail.com

| Mayara Almeida |
Psicóloga - CRP 13/5938



Depoimentos de quem está utilizando:

💭 Mais do que reviver o delicioso tempo em que jogava bola de gude com meus irmãos e crianças da rua, resolvi apresentar a brincadeira à minha prima de seis anos. Ela adorou! Em meio à tanta tecnologia então... Diversão maior ainda. Gratidão, Desafio Diário, pela ajuda em exercer esses pequenos prazeres da vida, mas que se tornam grandes, diante do que nos pode proporcionar".

💭 "Hoje foi assim que terminei meu dia de trabalho com as crianças da ONG em que atuo. Elas tem entre 5 e 6 anos. Resolvi surpreendê-las com elogios pertinentes às suas conquistas, seus valores mais sutis. Vi brilhos nos olhos, choros emocionados, risos nervosos e tímidos. Depois abraços e beijos! Aí uma criança disse: agora nós vamos falar. E chorando tentou devolver todo o afeto. Eu, não esperava por isso e me emocionei tanto quanto eles. Você nem imagina as vibrações e emoções desse momento!!! Agradeço a você por partilhar seus conhecimentos conosco! Seja sempre inspiração em nossas vidas! Beijos!"





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5 de fev. de 2017

Fragmentos de uma ses(são)

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Você entra. Senta, chora. Fala de vazios, espaços que já não fazem mais sentido; por vezes, insone ou com muito; sem fome ou com muita. Detalha os receios, sente o medo chegar, confunde horas, dias, reflexos no espelho. Pergunta se eu já ouvi história mais triste e, antes que eu responda, decide continuar. 

Insiste que eu fale, diga algo, resolva, decida por você. Eu, fico em silêncio por respeito à esta dor que somente você conhece e eu ainda não posso acessar. Ainda. As conexões que se constroem através da escuta e da fala são profundas e alcançam entendimentos e transformações. De novo, profundas. 

Com o tempo, eu falarei também. Quando for necessário. E breve, você não será mais a mesma: após tantos mergulhos, voos, saltos e descansos, descobrirá lugares outros para continuar e seguir. Em frente.

*

Todo o discurso é planta baixa do inconsciente. O não - dito também tem o seu significante. E a psicanálise é um caminho para quem insiste em ver além. Para ser - si, constantemente.

Mayara Almeida 
Psicóloga - CRP 13/5938
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22 de out. de 2016

A Depressão em imagens

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Ano passado, escrevi este post sobre a Depressão: Em tempos de Depressão. É um assunto que estudo e acompanho na clínica e, portanto, dia desses resolvi pensar numa maneira de tornar mais concreta, a compreensão sobre o assunto, fazendo um paralelo com a teoria e as descrições das sensações e vivências que acolho.

Para as imagens utilizei recortes de revistas, alguns objetos e uma flor natural para dizer sobre algo delicado, profundo, intenso e, por vezes, confuso e desconexo - porque assim, também, pode vir-a-ser, considerando a realidade de que existem DEPRESSÕES e, assim, peculiaridades que diz respeito a cada uma delas.


Há algo acontecendo, de um jeito sensível psiquicamente, que nem sempre aparece externamente, mesmo que esteja com a melhor e mais colorida roupa. É algo invisível por dentro.





A compulsão alimentar ou por compras, também pode ser um alerta para um cuidado emocional mais adequado. A mente está em dificuldades para lidar com aquilo que necessita de atenção e, busca uma saída externa para ocupar os espaços confusos. Saída esta, que precisa ser identificada e organizada para não gerar um novo conflito psíquico.



Fica difícil concentrar-se, pois o nível de ansiedade, geralmente está elevado e parece que as portas mentais fecharam. Não é possível adquirir novos conhecimentos - uma simples linha, durante uma leitura, pode exigir um enorme esforço físico e mental - assim como atividades diárias, podem tornar-se intensamente cansativas e sem sentido.



Não apenas a passividade, mas a agressividade também é sinal importante para cuidarmos de si ou daquele que está próximo. Mudanças de humor, seja para qual extremo for, merecem atenção e cuidados específicos.

*

Lembrando que para um diagnóstico adequado, profissionais especializados devem ser consultados: psicólogo e psiquiatra.
Compartilhe este post e vamos disseminar, juntos, os cuidados necessários à saúde mental! Conto com você.

Mayara Almeida 
Psicóloga - CRP 13/5938
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4 de set. de 2016

Homoafetividade: como fica a cabeça das crianças?

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Um dos grandes debates atuais, aborda a constituição do que chamamos de novas organizações familiares, discutido sobre a forma de ligação afetiva entre sujeitos: famílias adotivas, casais com e sem filhos, casais homoafetivos, produções independentes, barriga de aluguel, embriões congelados e, ainda, sabe-se lá, a clonagem. Na verdade, muitas destas organizações familiares sempre existiram. Porém, os protagonistas dessas vivências passaram a provocar visibilidade, e a partir daí, surgiram  questões que movimentaram as relações sociais.

Há dificuldades sobre aceitar o relacionamento de pessoas do mesmo sexo e o argumento mais disseminado é "o bem da criança". Em termos da saúde mental, uma criança deve ser criada por adultos que desempenhem funções parentais, as quais chamamos de materna e paterna, promovendo a constituição psíquica do sujeito e facilitando os seus laços sociais. 

Resultado de imagem para Precisamos falar sobre hetero/homo (sexualidade) tumblrUm bebê, por exemplo precisa ser embalado pelo imaginário do adulto, acolhido subjetivamente pela palavra e suposições que não são palpáveis. São ilusões, de fato, mas excelentes ilusões necessárias. Este bebê, então, suposto pelos laços parentais, vai desabrochando e tantas vezes, marcando a diferença daquilo que foi inventado, descobrindo a alteridade em si e no outro.

Além disso, podemos refletir: o gênero de quem cuida da criança não determina benefícios e foi a partir de modelos de famílias tradicionais, que surgiram na sociedade comportamentos anti-sociais, desvios de conduta, marginalidade, perversões, drogas, enfim, as mais diversas formas de sofrimento psíquico. E como bem pontua a psicanalista Vera Iaconeli, “A heterossexualidade nunca foi vacina contra as psicopatias”.

Mayara Almeida
Psicóloga - CRP 13/5938
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14 de jun. de 2016

O que (não) fazer numa entrevista de trabalho

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A entrevista de trabalho, é uma oportunidade para que você seja notado dentro da sua área de atuação e, portanto, uma possibilidade de ser lembrado, até mesmo para contratações futuras. Abaixo, três dicas sobre situações vivenciadas corriqueiramente num processo de seleção de pessoas. Observem bem os alertas para cada situação e compartilhem as informações. 

● Situação 1:
- Você trouxe seu currículo? 
- Não, eu já enviei por email.

Alerta: Leve seu currículo sim, mesmo já tendo enviado por email.

● Situação 2: 
- Ah, que bom! Você já atua na área. Qual o nome do local? 
- Ah, eu sempre esqueço. Deixa eu lembrar...

Alerta: Nunca, jamais, esqueça o nome do local onde você trabalha. A não ser que seu nervosismo seja um motivo real e considerável, certamente será considerado um enorme deslize com a sua própria atuação profissional.

● Situação 3
- Você candidatou-se para qual vaga?
- Para xxxxx. 
- Que bom! E qual a sua experiência na área? 
- Na verdade, eu gosto mais de yyyyy e, só tenho experiência nesta.

Alerta: Se a vaga disponível é para X e o seu interesse é Y, não envie currículo, não marque uma entrevista, não adapte o seu interesse para a vaga, pois um bom entrevistador perceberá nos primeiros cinco minutos de conversa que você não deveria estar ali.

Mayara Almeida
Psicóloga - CRP 13/5938 
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14 de dez. de 2015

A favor de alguns "baratos".

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Não defendo a legalização das drogas pois conheço a capacidade negativa que têm e a desordem que podem causar. Conheço profissionalmente, pelas experiencias no consultório e também por acompanhar desastres com pessoas próximas.

O uso inicial é para relaxar, aliviar a vida e diminuir a ansiedade daquilo que ainda não pode ser. E funciona tão bem que convida à repetições desenfreadas, podendo despertar as fragilidades que, não percebemos, mas estão ali, adormecidas. Não sabemos antes, se afetará a cognição, a emoção, o corpo.

Há quem faça uso recreativo e justifique um bom incentivo à criatividade. Mas como? O uso contínuo desconstrói as possibilidades de inventar algo possível, aproximando déficit de atenção, paranóia e poder desgovernado para o dia-a-dia de um corpo/mente que não suporta essa montanha-russa de emoções.

Desejosos de um gozo maior - e quem não é? - usam a droga como vontade de potência. Porém, para o mesmo fim, recomendo poesia, música e escrita. É um barato!
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15 de nov. de 2015

Entrevista: Sobre a urgência da vida e a surpresa da morte.

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25 de set. de 2015

Emagrecimento - conversar sobre o assunto pode ajudar muito no processo*

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*Texto publicado originalmente na edição 70 da Revista Fashion News.

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Certo dia, alguém sente a necessidade de mudar seus hábitos alimentares, porém, em algum momento, surgem “justificativas” para não se manter nesta nova rotina. Mas o que isto tem a ver com obesidade ou emagrecimento?

Obesidade é um tema bastante trabalhado em terapia, pois envolve tanto sentimentos (comer porque está com raiva, ansioso, deprimido) como comportamentos (alimentação realizada em à TV, ingerindo mais do que percebe). Através do processo, é possível identificar e elaborar fatores que impactam no comportamento do indivíduo. Afinal, é lá no “infinito particular” - o inconsciente - que estão as experiências, referências, afetos e desejos que influenciam a vida como um todo.

Na terapia, lhe é dada a permissão para a palavra. Busca-se compreender o que acontece com aquela pessoa que busca sempre a mesma forma nociva de conforto e que não satisfaz. Não falar sobre o que existe por trás da alimentação, é como se castigar eternamente em vida, fazendo planos apenas para quando emagrecer. E enquanto o peso ideal não chega o sujeito não "pode" viver.

Algumas das reflexões que são feitas em terapia, podem vir a ser:

• Identificar o porquê de querer perder peso: ser aceito pelos outros? 

• Desejo real de emagrecer ou uma espera para que “o outro” o emagreça? Essa postura dos que esperam ser “emagrecidos” é fortalecida por fatores externos (medicação ou cirurgia desnecessária) pois manter-se magro e, o mais importante, saudável, vai depender de sujeito. 

• Como está sua auto-aceitação? Porque é impossível mudar uma coisa que você nem aceita que existe. Parar de brigar com o corpo é necessário para ter tranquilidade suficiente para ser eficiente ao fazer algo por ele.

• A sua forma de alimentação é vício? Como todas as adicções, comer trás satisfação em curto prazo e dor e arrependimento a longo prazo.

Portanto, se você está lendo e pensa em fazer ou está iniciando uma dieta, busque também ajuda psicológica e vá além da reeducação alimentar, permitindo elaboração do seu infinito particular. O retorno, com certeza, será incrivelmente positivo.

Psicóloga Mayara Almeida
CRP 13/5938

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16 de ago. de 2015

Observações sobre o amor transferencial *

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Inconsciente, associação livre, interpretação, produções imaginárias... Todos juntos não alcançam a dificuldade presente no manejo da transferência. Esta, composta de tantas nuances e luzinhas constantemente acesas, alertando sobre a constância desse fenômeno na clínica e as dificuldades que isso pode significar. Estar ali, à frente de outro que pode despertar inúmeras memórias e descobertas, mas ocupando um outro lugar, de acolhimento saudável ou contenção, mas não de realização de desejos, é no mínimo, delicado.


Numa situação em que o paciente demonstra, claramente ou não, um enamoramento pelo analista, este “[...] deve reconhecer que a atuação é induzida pela situação analítica e não deve ser atribuído aos encantos de sua própria pessoa; de maneira que não tem nenhum motivo para orgulhar-se [...]”. A perturbação pela dúvida, sobre aceitar ou finalizar, para mim, demonstraria uma forte tendência do analista, à contratransferência negativa, desconstruindo os princípios básicos do processo.


O que está em jogo não é a capacidade ou disposição para amar, das partes, mas sim, os limites necessários para que se estabeleça uma análise possível e ética. Novamente, ali é outro lugar, onde o amor dos amantes só é aceito no nível da palavra que ressignifica e constrói novos sentidos.

E aquele que ama na análise, onde está, senão, pensando neste amor e negligenciando tantas outras questões que o salvariam desta incompreensão de amar o "proibido"! Às vezes, amar pode ser sintoma e necessidade de tratamento, pois condiciona o outro a fingir ser aquilo que não é. A resistir diante da real demanda, e assim, ama-se para não ser descoberto, para não ter que se explicar ou reconhecer aquilo que há por dentro.

Este amor circula no setting, usa os lenços, deita no divã, e está lá como se fosse, mas não é, para o analista. É para o sintoma que se viu refletido no outro.

Como princípio fundamental, o analista deve permitir que a necessidade e o anseio da paciente persistam, de modo a poderem servir de forças para o trabalho e para efetuar mudanças. É uma batalha a travar para o analista: em sua própria mente, contra as forças que procuram arrastá-lo para abaixo do nível analítico; fora da análise, contra opositores que discutem a importância que ele dá às forças instintuais sexuais, e, dentro da análise, contra as pacientes, que revelam a supervalorização da vida sexual que as domina.

É preciso, então, deixar vir, mas não ir junto. Estar ao lado, mas não vivenciando as mesmas projeções infantis do paciente. É fato que não receber o amor, pode ser o acesso a receber o seu contrário: ódio, desprezo, pois este, o amor, é um tipo de loucura socialmente permitida. E dentro do processo terapêutico pode ser um método perigoso, mas é também através dele que se alcança informações incríveis sobre o paciente que pode/devem ser delicadamente transformadas para o próprio bem-estar do sujeito.


* Texto original de Freud (1915) 
por Mayara Almeida
Psicóloga – CRP 13/5938
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27 de jul. de 2015

Tecnologia e Subjetividade

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O uso de dispositivos tecnológicos com acesso à internet, tem sido comum para aproximações nos relacionamentos sejam de amizade ou amorosos. Um lugar que cabe no blso ou num canto da sala de casa, nos faz sentir que o outro está sempre ali ou que estamos acompanhados virtualmente.

Outro dia, conversei com alguém que brincou: "Relacionamentos amorosos, só no facebook". E fiquei sabendo que apesar do riso, existua um certo desejo de que fosse possível não ter que fazer esforços para construir um relacionamento real. O que significa este tipo de ideia? De que forma atitudes semelhantes interferem na subjetividade nos sujeitos?

Ter uma conversa com alguém na presença física da pessoa, toma um tempo que não nos permite uma apresentação controlada e na conversa escrita, parcela-se a atenção, o contato e acredita-se "proteger" daquilo que teme acontecer. O relacionamento ideal não existe nem no virtual, exatamente por ser ideal, visto que é imaginado, sonhado por este que deseja aquilo que não existe ou que não pode vir-a-ser.

Por outro lado, é possível sim, chegar a acordos e equilíbrios nas relações, utilizando a tecnologia como apoio diante de imprevistos ou necessidades (viagens ou relacionamento à distância). 

É certo que cada relação pode abrigar aspectos diversos e aqui, não foram citados, mas também percebo que muito pode-se investigar acerca dos comportamentos vinculados ao uso da tecnologia e relacionamentos: Desejo de estar sempre acompanhado ou receio de ser, no real, abandonado? Controle sobre quem fica e sobre quem vai? Sigo curiosa, muito mais do que escolhendo o que é melhor ou pior.

Mayara Almeida
mayarapsicologia@hotmail.com

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13 de jul. de 2015

O Amor no Divã

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Em tempos líquidos, o amor também beira o abismo das relações e faz-se necessário adequar os nossos reais interesses afetivos à realidade dos projetos de vida a dois. Nos consultórios, são trazidas muitas questões atuais de novas configurações amorosas, que refletem os novos tempos e a vulnerabilidade das relações. O amor vai ao divã, e busca elaborar os aspectos de cada relação, embora possam estabelecer padrões semelhantes, são únicas e genuínas, considerando a individualidade de cada sujeito envolvido.
  • Preciso dividir minhas senhas?
Ter um momento só seu, é importante e não representa falta de lealdade. Você pode e deve ter suas experiências particulares, desde que mantenha o respeito pela relação.

  • Morar junto é essencial?
Não há regras, mas é possível experimentar uma viagem mais longa ou passar uma temporada com o (a) companheiro (a) para avaliar como é o dia-a-dia. Façam acordos e não tenha receio de repensar, se as atuações forem desagradáveis.

  • As relações podem ser descartáveis?
A linguagem a velocidade da tecnologia não deve ser projetada nas relações, pois o amor tem um tempo relativo para amadurecimento: tolerância e investimento são indispensáveis para que a parceria dê certo. Não somos copos plásticos.

  • Filhos: ter ou ao ter?
A escolha deve ser exclusiva do casal, assim como as responsabilidades e planejamento sobre a chegada de um bebê. Evite tomar decisões apenas porque o outro deseja: trata-se de um projeto de uma vida.

  • É interesse ou desconfiança?
Monitoramento excessivo não traz garantia de fidelidade, mas deixa claro o sintoma da insegurança, que busca de forma ilusória, dominar o outro e acaba por estremecer a confiança. Uma conversa olho no olho é o que recomendo, sempre que possível.

Apesar das ondas tecnológicas, ainda vivemos no mundo do discurso e a comunicação através da palavra falada faz toda a diferença. O amor é um labirinto e a palavra se configura como a bússola para diminuir as perdas no caminho. A questão do amor, então, passa pela criatividade para ser durável, ou pela patologia, para ser desconsiderável. A Cri(s)e, por exemplo, é questão de uma letra a mais na palavra. O amor, é roma ao contrário. E você sempre pode escolher cuidar de si mesmo, antes de tudo. 

O amor foi ao divã e descobriu que amor mesmo, começa do lado de dentro.

* Texto publicado originalmente na 
Revista Fashion News - João Pessoa/PB
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9 de jul. de 2015

Reflexões sobre a escuta

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A escuta cabe nos espaços em que alguém possa falar. Não apenas com palavras, mas com jeitos e elementos entrelaçados na apresentação. Mas a escuta mesmo, aquela real, só acontece quando há um outro disponível a costurar informações, já que, tantas vezes, o início esteja no final da história que se ouve. É um trabalho artístico também, buscando dar conta de aspectos emocionais e sensoriais vividos pelo sujeito que cala e fala, lembra e esquece, constrói e desconstrói, mostra e esconde.

Há pacientes mais comprometidos emocionalmente e, com estes, cabe-nos uma escuta especial, quiçá, poética, para alcançar às suas representações de (des)afetos. O profissional deve cuidar da sua própria escuta para que, assim, possa investí-la na prática de forma que suporte (e sobreviva subjetivamente) às falas agressivas ou afetadas pelo negativo, vindas de alguns pacientes.

À escuta, cabe ainda - e muito mais - ajudar o paciente a estabelecer ligações através das perguntas devolvidas ou comentários em momentos adequados. O profissional empresta a si mesmo - através da escuta - para o investimento de funções que faltam no paciente, para o ego e para a vida.

Há também que estar ali, fazendo escuta, e ao mesmo tempo, percorrer outros caminhos que podem exigir ao profissional - do ponto de vista técnico - promover ao paciente um certa reserva, contenção quando necessário, sustentação verbal e psíquica e diálogos sinceros que nada tem a ver com conivência. Ir e voltar dos acolhimentos e investimentos. Reserva-se sempre que possível e empresta-se sempre que é preciso.

Havendo continuidade de uma boa escuta, pode-se então, reconstituir-se e se levar a diante, confiando em seguir com sua própria identidade, porque através da escuta, autorizou-se a ser, a pensar. Pode-se enfim, escutar também.

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