28 de set. de 2014
Sexo e Sexualidade via internet

Ao anunciar o assunto sexo, há quem já se anime, esperando a coisa, o ato, a cena, a cópula, a
imagem. Outros associam a algo pornográfico, sujo, feio, embora um dos meios mais lucrativos da pornografia é a pornofonia, representada
pelo “Disk Sexo”, que não está associado a imagens, apenas à fala, palavras e
fantasias de quem está do outro lado.
Talvez
em razão da própria origem da palavra: o sexo, o órgão, que sempre foi algo que
devia ser mantido guardado; ou seria escondido?, tornou-se bagagem excessiva
para alguns suportarem.
Todo
esse fervor sexual que se apresenta, considero uma resposta da sociedade que
está escassa de afeto, toque e tato. E aquilo que é proibido, vivencia a
tendência do desejo obrigatório. Assim, nestes tempos modernos, deseja-se
aproveitar qualquer espaço para sensualizar ou mesmo atuar sexualmente. A
internet está esborrando sexo: seja o ato (em vídeos), seja o próprio desejo
9em palavras, imagens e propagandas convidativas)
Para a Psicanálise, a
sexualidade está diretamente relacionada à libido (pulsão), fantasia, desejo,
erotismo que reage ao toque, à escuta, à visão, ao olfato e que, não está só
relacionado ao órgão sexual, mas com o corpo, como um todo, tendo
o prazer como a sua meta e só secundariamente vindo a servir às finalidades de
reprodução.
Muitos usuários de site e chats eróticos, de
encontros ou mesmo pornográficos apresentam papéis diferentes em situações
diferentes porque buscam ser aceitos pelos outros, ou mesmo para os seduzir. E
no espaço virtual há uma possibilidade menor de sermos ‘desmascarados’. É
possível que quando um homem, ou mesmo uma mulher se faz passar por alguém do
sexo oposto, esta pessoa esteja ‘vivendo’ sua homossexualidade, mas também pode
ser que esteja experimentando suas fantasias sexuais ou mesmo exercendo sua
criatividade. Só será possível escolher uma das opções se tomarmos uma análise
pessoal e individualizada.
Eu acredito que sujeitos saudáveis, farão bom uso
do sexo via internet e da liberação dos costumes, Já os menos estruturados mentalmente,
farão outro uso, que pode levar à descoberta de patologias, pois a linha que
separa o saudável do patológico é muito tênue, e nós buscamos respostas no
nível de separá-los. Poderíamos dizer que se uma pessoa usa a internet para
sexo virtual com o objetivo de encontrar sexo real, isto estaria dentro do
saudável, mas se usa para fugir de relacionamentos reais, isto já poderia estar
no quadro patológico. O voyeurismo (prazer de olhar intimidade de outros) e
exibicionismo (prazer de mostrar suas intimidades para os outros) são duas
formas de comportamentos sexuais patológicos que se encontram e se complementam
na internet.
O sexo também pode estar dentro do grupo das
adicções (vícios). Existem, inclusive, grupos de autoajuda para os compulsivos
sexuais. Também é alvo dos movimentos machistas, como se apenas o homem pudesse
desfrutar do prazer sexual.
Reich, um psicanalista austríaco, discípulo de
Freud, falou sobre a miséria sexual, nos anos 60, 70... E acredito que ainda
há: o sexo via internet, é como um bolsa família, para alguns. Não é
que acabou o desejo, mas a libido foi transferida para o computador, que
certamente, precisamos pensar, dispõe de custos-benefícios que são oferecidos
nesta situação do sexo virtual: o sujeito pára a qualquer hora, continua a
qualquer hora, escolhe o parceiro ou parceiros sem pré-julgamentos, entre
outros. De qualquer forma, considero o sexo virtual vinculado a uma espécie de
gozo solitário, e este, seria o custo, ou um dos custos.
Pode ser
excitante, saudável ou um problema, depende de como se atua e do que se espera
quando se atua. Ou seja, o desejo depende do desejo. O sexo depende do desejo e
é necessário (porque o prazer é intrínseco ao sujeito mano), possível (porque
faz parte da nossa atualidade), contingente (considerando a grande possibilidade
de que o algo – o orgasmo – não aconteça) e impossível (porque como dizia
Lacan: “não há relação sexual”; e virtual então...).
Texto apresentado em
junho/2014, em reunião do grupo Papo Cabeça -
Campina Grande/PB, na Universidade Federal
21 de set. de 2014
Caixa Lúdica

Recebi uma solicitação através da minha página no facebook: um pedido para listar brinquedos e compor uma caixa lúdica para atendimento psicológico infantil. Deixo aqui, algumas considerações para que estudantes e profissionais possam utilizar em suas atividades.
Esta é uma lista básica, podendo ser acrescentados brinquedos e brincadeiras personalizados de acordo com a idade, interesse da criança e demanda de atendimentos. A criatividade do profissional é extremamente determinante durante as sessões infantis, então busque desenvolvê-la.
“Sem dúvida para analisar uma criança não basta um frio conhecimento da técnica e da teoria. É necessário ter algo do prazer que sente a criança ao brincar, manter algo da ingenuidade, da fantasia e da capacidade de assombro, que são inerentes a infância” (Aberastury, 1982, p108).
Papel
Lápis grafite, lápis de cor, canetinhas
Borracha
Apontador
Régua
Tesoura sem ponta
Massa de modelar
Pega vareta
Bonecos que representem pessoas e animais
Bonecos de guerra
Espadas
Fantoches
Bebê, mamadeira
Veículos
Veículos
Carro de polícia
Carro de bombeiro
Dinheiro de brinquedo
Boliche
Telefone
Conjunto de cozinha
Miniaturas de supermercado
Miniaturas de móveis de casa
Miniaturas de objetos de beleza (pente, batom, esmalte, colares, maquiagem)
Jogos clássicos: Dominó, Dama, Xadrez, Memória, Quebra-cabeça
Objetos musicais
Livros de histórias infantis (contos de fadas clássicos).
Não faz-se necessário ter tudo de uma vez. Você pode ir montando aos poucos sua caixa lúdica. Vale usar a criatividade caso a criança queira um brinquedo que não há no momento e observar a interação com os objetos disponíveis. Vale também incluir algum material ou brinquedo que os pais informarem que a criança gosta.
14 de set. de 2014
Carta para minha avó.
Guardo as histórias que me contou. Sou grata...
E me dizia sempre: "por você eu faço tudo que eu puder".
Gostava de mostrar suas
fotografias, as poucas que tinhas, e recordar...
Pouco lias, não sabias bem.
Mas gostava de escrever teu
nome, tua identidade, orgulhosa de quem era.
Tinhas o dom de cuidar dos seus e dos outros.
Guardava consigo um infinito de
experiências particulares, de dores, amores, ausências.
Um dia chorou e me disse, serena, que sentia uma dor por
dentro, não podia explicar.
Mãos e pés cansados, mas insistentes, sempre.
Até
que um dia, tua voz calou, mas não antes de chamar por mim...
E eu não estava
lá.
O mundo não é tão bom sempre.
Mas eu continuo contigo, com a força que me emprestastes, para que eu jamais desistisse.
Eu sigo vozinha. Por nós!
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