29 de jan. de 2017
O que é a superdotação?*
A superdotação é um fenômeno que se
caracteriza por uma elevada capacidade mental e um nível de performance
significativamente superior à média.
Diferente de uma habilidade, que
pode ser adquirida através do aprendizado, a superdotação é entendida como um
talento, uma aptidão inata; ou seja, o indivíduo nasce superdotado, e
necessitará de um ambiente que lhe ofereça condições para exercer essas
capacidades de forma adequada. Estes indivíduos, além das elevadas
capacidades intelectuais, criativas ou artísticas tem forte espírito de
liderança, e frequentemente se destacam numa determinada área acadêmica.
Sabe-se que se trata de um fenômeno com marcadores genéticos, porém a vivência
num ambiente com melhores recursos e estímulos promovem um desenvolvimento cada
vez maior das capacidades mentais do superdotado.
Entretanto, os superdotados não precisam ser bons
em todas as áreas. A superdotação pode ser geral ou específica para alguma área
do conhecimento. Por exemplo, uma pessoa pode apresentar uma capacidade
extraordinária em matemática ou na música, porém na área linguística, suas
competências não serem igualmente superiores.
Há um conjunto de
características que podem servir como indicativos na avaliação da superdotação.
Vale ressaltar que os superdotados podem apresentar diversas dessas
características, mas não necessariamente todas elas:
- Desenvolvimento neuropsicomotor precoce: a
criança engatinha, anda e fala mais cedo do que o esperado, com
vocabulário avançado para a idade;
- Habilidade superior para manutenção da
atenção;
- Ótima capacidade de memória com elevada e
rápida capacidade de aprendizagem;
- Persistência e motivação para a resolução de
problemas;
- Aquisição precoce da leitura;
- Habilidade acima da média com números e
aritmética;
- Curiosidade incomum, desejo de aprender e
capacidade de elaborar questionamentos de forma ilimitada;
- Interesses em áreas específicas, podendo
tornar-se especialista no assunto;
- Criatividade;
- Sensibilidade elevada, podendo apresentar
fortes reações em relação a parte sensorial (ruídos, odores, dores), e
especialmente à frustração;
- Comportamento de liderança;
- Energia elevada, o que pode ser confundido com
hiperatividade, especialmente quando não estimuladas adequadamente;
- Aguçada percepção de relações de causa e
efeito;
- Facilidade para estabelecer generalizações, ou
seja, transferir aprendizagens de uma situação para outra;
- Elevado senso crítico: rapidez em identificar
contradições e inconsistências;
- Pensamento divergente: habilidade em encontrar
diversas idéias e soluções para um mesmo problema;
- Tendência ao perfeccionismo.
Ainda, as crianças superdotadas podem
eventualmente sofrer de problemas no ajustamento socioemocional. Uma vez que o
desenvolvimento das capacidades mentais e intelectuais encontra-se muito
acentuado e incompatível com os pares da mesma idade, é comum que o
superdotado tenha prejuízos na interação social, devido a dificuldade em
compartilhar os mesmos interesses. Alguns acabam por se relacionar com crianças
mais velhas ou adultos, ou até mesmo podem apresentar um grande apreço pela
solidão. Se a criança superdotada não for auxiliada pela família ou até mesmo
por um profissional para lidar de modo adequado com sua condição, esse
desajuste socioemocional pode evoluir para problemas de personalidade, depressão e ou traços de agressividade.
Os pais devem
auxilar para o desenvolvimento psicológico mais saudável possível:
- Oferecer um ambiente com recursos que
estimulem continuamente as capacidades mentais da criança;
- Evitar a supervalorização e as expectativas
quanto ao desempenho da criança; ela mesma, em geral, já é muito exigente,
e os pais devem aceitar falhas e ajudar a criança a enfrentar dificuldades
de qualquer ordem.
- Ajudar a criança a lidar com frustrações
emocionais; apesar do superdotado não passar por dificuldades no aspecto
acadêmico, o fracasso faz parte de outros contextos da vida, e prepará-lo
para isso é favorecer seu desenvolvimento emocional saudável;
- Não se esquecer que, embora possua capacidades
avançadas para sua idade o superdotado deve ser tratada de acordo com a
sua faixa etária de desenvolvimento.
Um psicólogo treinado poderá ajudar na detecção de possíveis pessoas altamente habilidosas por meio de avaliações
específicas; orientação de famílias e professores; encaminhamento de crianças altamente habilidosas à escolas que possam suprir a necessidade
de estimulação, enviando relatórios das avaliações feitas nas diferentes áreas.
* Com base neste artigo: Superdotação
Mayara Almeida
Psicóloga - CRP 13/5938
mayarapsicologia@hotmail.com
4 de dez. de 2016
A maternidade e seus desafios
O nascimento de um filho é potencialmente um momento de crise, independente da forma com que chegou, porque, necessariamente, a mãe terá que dar conta de muitas questões identitárias: deixa de ser somente filha para tornar-se mãe, vem à tona as experiências do relacionamento com sua própria mãe, questiona-se a respeito de que tipo mãe quer ser, entre outras reflexões.
A partir da escuta de mulheres grávidas do segundo filho, observo que os aspectos mais ressaltados, não se referem à plenitude vivida nesse momento – como comumente se imaginou durante tanto tempo – mas sim, às dificuldades enfrentadas a partir da chegada de mais uma nova etapa. Os principais temas relatados são: falta de apoio do companheiro, seja nos cuidados com a casa, com a outra criança e ainda, sobre a valorização enquanto mãe, crise profissional e dúvidas sobre precisar ou não de uma babá para ajudar nos cuidados com duas crianças, numa culpabilização sobre não dar conta. Ainda, a surpresa de ser ouvida sobre suas angústias e dúvidas: "estou até me sentindo valorizada". Daí, um pequeno recorte da importância de programas e projetos pré-natais, que acolham a realidade da gravidez.
Sem fazer juízo de valor, acredito que precisamos compreender os limites colocados em nosso dia-a-dia diante da maternidade e paternidade. Diminuir a carga social e pessoal que é colocada diante de cada mulher-mãe que vivencia a realidade de maternar. Como diz o provérbio indígena que valorizo: "é preciso da aldeia inteira para criar uma criança".
26 de out. de 2016
Princesas ou Desprincesamento - eis a questão
Nem tanto, nem tão pouco - ou seja - é preciso buscar o equilíbrio quando o assunto são princesas e contos de fada.
Acredito que desejar ser princesa ou representar, vestindo fantasias, é algo natural e saudável na infância. Reprimir as crianças diante deste aspecto da fantasia é nocivo e pode ter efeitos sobre a personalidade. Os contos correspondem simbolicamente ao movimento de passagem que aquela criança pode estar vivenciando ou almejando. É extremamente importante é estruturante que a criança tenha seu momento princesa, bem como bruxa, rainha má, guerreira ou até Bob Esponja. A fantasia é aliviante, porque lá, tudo pode sem desconstruir o real.
Portanto, deixe a criança ser princesa ou monstro, se esta atitude surgir espontaneamente, pois no fim das contas, todo conto fala sobre nós: do que temos tanto, ou não temos mais e, por isto, talvez incomode neste momento.
Mayara Almeida
Psicóloga - CRP 13/5938
22 de out. de 2016
A Depressão em imagens
Ano passado, escrevi este post sobre a Depressão: Em tempos de Depressão. É um assunto que estudo e acompanho na clínica e, portanto, dia desses resolvi pensar numa maneira de tornar mais concreta, a compreensão sobre o assunto, fazendo um paralelo com a teoria e as descrições das sensações e vivências que acolho.
Para as imagens utilizei recortes de revistas, alguns objetos e uma flor natural para dizer sobre algo delicado, profundo, intenso e, por vezes, confuso e desconexo - porque assim, também, pode vir-a-ser, considerando a realidade de que existem DEPRESSÕES e, assim, peculiaridades que diz respeito a cada uma delas.
Há algo acontecendo, de um jeito sensível psiquicamente, que nem sempre aparece externamente, mesmo que esteja com a melhor e mais colorida roupa. É algo invisível por dentro.
A compulsão alimentar ou por compras, também pode ser um alerta para um cuidado emocional mais adequado. A mente está em dificuldades para lidar com aquilo que necessita de atenção e, busca uma saída externa para ocupar os espaços confusos. Saída esta, que precisa ser identificada e organizada para não gerar um novo conflito psíquico.
Não apenas a passividade, mas a agressividade também é sinal importante para cuidarmos de si ou daquele que está próximo. Mudanças de humor, seja para qual extremo for, merecem atenção e cuidados específicos.
*
Lembrando que para um diagnóstico adequado, profissionais especializados devem ser consultados: psicólogo e psiquiatra.
Compartilhe este post e vamos disseminar, juntos, os cuidados necessários à saúde mental! Conto com você.
Mayara Almeida
Psicóloga - CRP 13/5938
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