1 de mai. de 2015

Bastidores do estudar (e do viver)

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Estive refletindo estes dias, sobre como estudar tem acompanhado os meus dias e, de forma mais intensa, desde que iniciei a graduação em psicologia: 5 anos de curso e em breve, 5 anos de formação. Assim, em agosto, completará 10 anos que estudo o comportamento humano e suas diversidades. Este exemplo para fizer que, estudar de forma organizada e flexível ao mesmo tempo, traz aprendizados para a vida inteira.

1. É preciso definir objetivos
Quando estudo, organizo anteriormente os materiais que irei ler ou consultar para que possa atingir o meu objetivo. Sim, é preciso ter objetivos ao estudar, ou então, faremos algo em direção ao nada. O fato é que esta atitude de definição do que desejo ao final de cada momento de estudo, ensina a cumprir metas e acrefitar que elas são importantes e sim, aprender que, vez por outra, precisamos de um tempo maior do que aquele que pré - determinamos para realizar. É possível aprender ainda que, a estratégia precisa ser outra e adiar pode ser necessário, mas dedistir é sempre uma escolha.

2. Conviver com disciplina e liberdade
Recordo que, durante a universidade, seminários, fichamentos, relatórios, eram frequentes, além dos testes ou provas específicas. Por isso, eu buscava dar conta durante a semana, para que nos finais de semana eu pudesse descansar e escolher de que forma utilizaria o neu tempo livre, que se não tivesse disciplinado, certamente acumularia para amanhã, e depois, e depois. Se você aprende a ter disciplina, ganhará liberdade, pois terá tempo após ter concluído o seu dever. Mas lembre-se: disciplina está diretamente relacionada com limites. Eu tinha hora certa para dormir, nada de virar a noite e procrastinar a atividade. Cansada e indisposta, eu certamente não aproveitaria nenhum pouco a liberdade conquistada. 

3. Estimular menos a crítica e mais a valorização
A partir dos oitavo período, houveran algumas fortes mudanças na rotina: pela manhã, eu estava no estágio obrigatório, à tarde iniciei um estágio profissional (trabalho remunerado) e à noite assistia aula na universidade. Foi necessário rever as estratégias de estudo e por um tempo o sábado foi utilizado para estudar tbm. Ao longo do tempo de estudo e trabalho é interessante notar como lidamos com os problemas e dificuldades. O tempo fica mais curto mas se você faz a sua parte na vida, deve valorizar este esforço. A crítica mal direcionada, paralisa. Valorização impulsiona e precisa começar dentro de você. 

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24 de abr. de 2015

Quando a mudança pede passagem.

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Texto publicado originalmente  no site
Projeto Mais Amigas

Sabe aqueles momentos em que você percebe-se sem direção? Parece que aquelas bases onde você costumava apoiar-se, já não te sustentam ou não estão mais ali. Sem certezas. Como se algo por dentro desejasse mudar a rota, realizar outro movimento. Geralmente, esta sensação vem acompanhada de angústia ou dúvida sobre o que e como fazer dali em diante. E de fato, o convite que está sendo feito nestas situações é exatamente a caminho do novo: novas relações, novas ideias, um novo olhar sobre a própria vida. O nosso ser sinaliza de diversas formas, quando não estamos sendo coerentes com a nossa verdade. 

Não perceber estes sinais, muitas vezes leva ao adoecimento emocional. Acho importante se perguntar: qual é mesmo o problema? E o que posso fazer para resolver ou amenizar a situação? 

Quando este movimento se aproxima, podemos escolher como interpretar e sugiro aproveitar o convite da vida a olhar para outros ângulos, contemplar outras coisas, andar com as próprias pernas ou até mesmo voar, que seria realizar aquele sonho que está há tanto tempo guardadinho dentro de você e precisa sair, acontecer e respirar. Sair de casa para viver. Sair de dentro de você. 


Antes de qualquer relação, nós precisamos mais de nós mesmos. E todos os dias fazer algo bom. Costurar afetos. Desenvolver o seu potencial interno. Como num diálogo da ficção O Fantasma da Ópera: "Não pense como as coisas poderiam ter sido. Pense em como elas podem vir a ser". E deixar a mudança chegar.

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23 de abr. de 2015

Carta a um futuro analisando

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Recebi a sua carta. Um pedido de ajuda, será? Penso que também pode ser algo da ordem da dúvida: confiar ou não confiar? Sim, este é um aspecto importante, mas que vai sendo costurado aos poucos a partir do que podemos chamar de disposição subjetiva. O desejo de entender algo é um impulso para iniciar uma análise. Você deseja algo? Se sim, este é um com caminho. Se não, deixemos para quando houver a disposição.

Você enviou um pingente junto com sua carta e não disse nada sobre o mesmo, mas me pergunto: o que refletir sobre um par de asas douradas? Asas, possuem pássaros e dizem, os anjos. Não sou nenhum dos dois.

Em seu escrito também perguntou sobre as minhas características de caráter, para assim, saber se sou uma profissional capacitada para exercer esta atuação.

Vamos lá:

A minha história com a psicologia e psicanálise, iniciou antes mesmo que eu chegasse à universidade e conhecesse teoria e prática da atuação. Iniciou através da ordem do desejo, da subjetividade, que insistia para que eu buscasse algo mais profundo existente no ser humano. Assim foi e é, a minha trajetória, que só me impulsiona a aprender um pouco mais a cada dia e dividir o conhecimento adquirido de maneiras saudáveis e funcionais.

Ouço as pessoas com paciência. No ônibus, na fila do banco, no supermercado. E gosto de ser assim. As palavras pedem espaço e eu as recebo suave e delicadamente. Vou citar um exemplo: certa vez, visitei uma instituição onde realizei um trabalho de orientação aos cuidadores. Em meio à conversa, apontaram um garoto de 4 anos que corria desorganizadamente no local. Pegava um carrinho de bebê e repetidas vezes empurrava contra a parede, subia em cima de uma cadeira e gritava quando assim desejasse, etc. Sozinho. As outras crianças estavam fazendo atividades dentro das respectivas salas, enquanto ele, era o rei. Aproximei-me e pedi para guardar o carrinho e a cadeira. Ele se jogou no chão, gritou e me mordeu. Mas não foi um mordida qualquer. Até hoje tenho a marca desta memória. Para completar, enquanto se debatia, continuou a sua recusa diante da minha presença cuspindo em mim repetidas vezes, e eu, segurando seus braços, só olhava para ele. Alguns minutos se passaram e ele parou. Pediu a chupeta e deitou no chão, como se quisesse descansar e por um tempo foi o que fez. Trago este exemplo para dizer que todos - pequenos e grandes - vamos nos comunicar de diferentes jeitos e é preciso traduzir com tranquilidade. Eu escolho traduzir pessoas, escutar vidas tragicômicas e ainda me surpreender cada vez que um paciente me conta um segredo.


Gosto de algo mais, além da própria atuação de psicóloga. E tudo que faço além, me confere uma subjetividade interessante para que eu exerça o ofício com necessário apreço ao conhecimento: vou à praia, à cafés e livrarias, também escrevo e sim, me alimento. Portanto, faço parte do grupo humano e real.

Não acredito na cura propriamente dita, mas na organização das potencialidades e da normalidade que é individual a cada sujeito. Ouço, faço silêncio, falo, faço barulho e suporto as mesmas reações vindas do outro, exceto sujeitos que não querem querer. Não precisa estar completamente pronto para iniciar o processo de terapia, mas ter algum vir-a-ser-de-desejo para que possamos continuar. Enfim, seja como for, não precisará de armas aqui.

Ah, e por fim, antes de ser borboleta, todos precisamos ser lagartas.
Que assim seja!

Estimo uma boa reflexão!
Psicóloga Mayara Almeida

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