15 de fev. de 2013

Toda realidade em si, tem um limite.

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A realidade é espaço limitado para todos. É um avesso dos contos de fadas. Mágica, só se for aquela de tirar a moeda atrás da orelha de alguém quando já estamos com a moeda em mãos.

A vida que se apresenta no setting terapêutico é tal e qual a representamos fora dali: confusa, calma, agressiva, linda, depressiva, invasiva ou insuficiente...

Há pessoas que se relacionam, mas não amam; há outras que amam em silêncio e não se relacionam.

Aprendo diariamente com os pacientes que atendo, que emprestam suas dores e angústias cada vez que estão ali, absortos ou não, num momento que marca uma passagem de um antes para um depois repleto de possibilidades. Aprendo a escutar, a perguntar, aos outros e à mim... Recebo as ansiedades e lágrimas que abraçam a almofada, colocada ali para ocupar um espaço simbólico que logo passa a ser concreto, quando alguém ocupa o espaço ao lado.

E como eu dizia, toda realidade em si, tem um limite...
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10 de fev. de 2013

Foi quando ouvi aquele disparo...

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Texto para o projeto Bloínquês

Ao som de: Ouça.




Estávamos distantes à algum tempo, longo tempo; mas não suficiente para um esquecimento, não em mim. 

Eu segui a minha vida, ele seguiu a dele e não nos falávamos mais, porque falar aproxima, junta, tece afeto e costura relações. Então a decisão foi silenciar os desejos e planos um dia dispostos no quarto, na sala, na praia, no amor.

Com o tempo, as pancadas de ausência já nem doíam mais, era morada certa para tudo aquilo que fazia sofrer dentro de mim.

Ao anoitecer daquele janeiro, era frio e nada parecia ter sentido... Foi quando ouvi aquele disparo. Mas não, eu não ouvi, estava tão envolvida naquele beijo e naquele abraço que foi ele quem ouviu e disse: se teu disparo for mesmo sincero e de coração, eu te entrego a minha vida, ficarei em tuas mãos. Fiquei estática, não consegui me mover, não consegui responder, mas eu queria dizer que sim.

Sem resposta, houve um leve beijo e a despedida. Agora sim era fim...

E aí sim, pude ouvir o disparo, meu disparo interno, como se gritasse que ele não poderia ir, me deixar, me esquecer, de novo... Um disparo que me acertou por dentro e permaneceu ali.

Morri em mim e acordei, enfim.

Foi quando ouvi o disparo, que agora era intenso, imenso e real...

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9 de nov. de 2012

Existe amor sem ciúme?

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De acordo com o Sr. Freud, existerm três tipos de ciúme passíveis de manifestação:
1 - Ciúme por medo de perder o ser amado e que surge pela concorrência com o (a) rival (Narcisismo);
2 - Ciúme por projeção inconsciente dos nossos desejos infiéis (Paranóia);
3 - Cíúme por uma homosexualidade negada, como se pensasse: "não é o outro que ama o rival, sou eu" (Delírio).

Visto dessa forma, o ciúme não é adequado em nenhum aspecto, entretanto, me pergunto: e o ciúme é componente do amor, então é bom? Pois amar e não sentir que o outro pode ser finito, requer mais, muito mais que segurança, transcende algo que não há como se explicar num trecho: a individualidade. Se você consegue amar e não sentir ciúmes, esse é você, não a regra.

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