9 de ago. de 2017

Sobre dias de escuta e afeto.

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Há um dia na semana, quando atendo noutra cidade, que, após o último atendimento da manhã, sento próximo ao portão de entrada, observo as pessoas, cumprimento e espero para almoçar. Há dias, mais de um, que desejamos algum cuidado e alguém que nos olhe de forma mais atenciosa, sem pressa e com afeto. Você concorda? 

Ele passou caminhando, do outro lado do portão, com seu facão guardado na parte traseira do short, e eu sorri em sinal de cumprimento:
- Bom dia fia!
- Bom dia!
Parou, mesmo sob o sol quente e inicou:
- Eu tô com o corpo todo muído.
- E o que foi? (Levantei e me aproximei do portão para conversar melhor).
- Deve ser o movimento das coisa que eu faço.
- Precisa descansar também, pra melhorar.
Chega o seu neto de cinco anos e me diz que foi pra escola (é um hábito entre nós, pois sempre falo que estudar também pode ser muito legal e é importante).
- Ah que ótimo! E o que mais você fez de bom?
O avô interrompe: - Pergunte pra onde ele vai.
E Eu: - Você vai pra onde?
- Vou pegar os bicho.
- Ai meu Deus! E se os bichos te pegarem? (Damos risada).
- Pega não.
Completa o avô: - Ele é macho, já tira leite e corta os mato.
- Muito bem! Você o ajuda, isso é bom! E faz carinho também? Ele disse que está dodói. Cafuné ajuda a melhorar, sabia? (Coloquei a mão entre a grade do portão e acariei a cabeça da criança, que sorria). Ele, parado sob o sol, em posição lateral, esperando o neto e com um sorriso de canto, satisfeito, talvez, por esquecer a dor por alguns minutos e ganhar um afago no coração). 
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6 de ago. de 2017

O que você faria?

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Gosto muito de escrever ao ar livre. Entre as paredes do apartamento, as ideias parecem se prender e limitar. Mesmo que eu abra as janelas, as portas, nem sempre vem. Hoje decidi ir ao um café no bairro, onde vejo árvores e o vento é cliente certo. Estava disposta a exercitar a escrita terapêutica - aquela que é expressa sem rastreamento prévio do pré-consciente e ainda levei um livro, para inspiração de um projeto futuro. Cheguei no local, coloquei meu café, alguns acompanhamentos e sentei numa mesa para dois, mas eu estava sozinha. E antes de poder aproveitar este momento: 

- Tem alguém com vc?
- Não.
- Então, licença. Fulano, pega uma cadeira, vem.

Geralmente quando isto acontece, eu me apresso para finalizar e sair, mas hoje não. Resolvi ficar e perceber, observar, enquanto aproveitava o meu café. Fazia o contrário, a minha "companhia" na mesa:

- Vou terminar de comer e não chega o suco. Aff, é açúcar mascavo. Eu falo mesmo. Não invente de comprar celular que não presta. Segura aqui a nota pra não voar.

Ja terminei o meu café e estou aqui, na frente deles, escrevendo no celular, enquanto discutem sobre o peixe que ela queria comprar, o celular dele que está descarregando, a bolsa dela que ficou no carro e a pamonha que, na opinião dela, está requentada. Ainda tentei ajudar, oferecendo uma colher para misturar melhor o açúcar e um sorrisinho, para adoçar as tantas informações agitadas. 

Estou aqui escrevendo no ato. E enquanto penso em levantar e ir - agora eles já foram - reflito sobre as inúmeras vezes em que não aproveitamos os momentos, estando apressados e irritados com o que não foi vivido ou controlado por nós. Eu tentei, apesar de tudo, aproveitar e não seguir o fluxo da pressa ou da insatisfação por ter os meus desejos de café com silêncio interrompidos. Parece que há sempre uma escolha interna, não é? E ainda, ganhei uma história pra contar...

• Instagram: @psimayaralmeida •
Use as hastags: #escritaterapeutica #escreverpararespirar #autocuidado #propositodevida #desenvolvimentopessoal
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14 de jun. de 2017

Livro Infantil: Pelos Poderes de Shirra

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| R$ 35,00 |

Este livro nasceu de uma inspiração pessoal da minha infância. Gostava de assistir aquela heroína que segurava uma espada e dizia em alto e bom som: eu sou Shirraaa! Ali, desperta a um misto de empoderamento e encantamento que dura até hoje e, assim, decidi permitir nascer o meu primeiro livro infantil. Está lindo e colorido. Cheios de boas mensagens e imagens. Vem conhecer mais!

“Pelos Poderes de Shirra” conta sobre uma garotinha e sua maneira de lidar com o mundo. A história acontece, na maior parte do tempo, no ambiente escolar, onde a Shirra compartilha gentileza e imaginação, junto de seus amigos Liz e Guto. A professora valoriza e fortalece, naturalmente, as boas atitudes das crianças. Assim, Shirra vem nos pegar pela mão - pequenos e grandes - e conduzir às infinitas possibilidades infantis, lembrando que há sempre um grande herói ou heroína, dentro de cada um de nós.

✓ Pode ser utilizado no consultório ou escola, como ferramenta para trabalhar a autoestima, autorização das habilidades individuais, bem como estimular atitudes de gentileza.


✓ Também com adultos, como dose de imaginação necessária para produzir mudanças; é preciso sonhar e, muitas vezes, embotamos este percurso.

Adquira o seu!

Editora Penalux.

Ilustrações de Roger Cartoon.

Mayara Almeida
Autora - Psicóloga e Escritora
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5 de jun. de 2017

A história do "bubu" encantado

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A infância é este lugar de afetos, e interações com pessoas e objetos de forma importante, para ajudar a criança, diante das aprendizagens e passagens entre as fases de desenvolvimento. Paninhos, chupetas, ursinhos, podem funcionar, por vezes, como objetos transicionais, com esta função de ajuste e acolhimento necessários mais intensamente, para algumas crianças. Enquanto profissionais, temos a função de caminhar junto para apoiar e fortalecer a personalidade diante das mudanças necessárias. Criar histórias junto com a criança, torna possível passar pelo caminho assustador, sentir os medos e enfim, poder falar ou demonstrar sobre o que nem sempre é confortável. 

Abaixo, criação minha (negrito) e de uma criança de 3 anos (vermelho) que estava passando por um processo de despedida do "bubu" (chupeta). A imaginação livre foi a condutora principal: eu iniciei, a criança continuou e quando ele parava, eu incentivava: "o que mais?" ou "e aí?", até que ela resolveu silenciar e eu finalizei.

Vem ler e se inspirar, caso algum pequeno precise de uma historinha!



A história do "bubu" encantado

Era uma vez um bubu encantado, que vivia no mundo dos bubus. Só ele era encantado porque tinha o poder de se transformar em tudo aquilo que o seu dono quisesse. Certo dia, alguém compro-o no supermercado e levou para casa. Sem saber que era encantado, desejou ser um... astro de papel. A magia era tão forte, mais tão forte que, logo apareceu o seu desejo. O bubu era quadrado, mas ao se transformar ficou transparente. E ele se transformou em uma princesa. E princesas não usam bubu. Aí ele virou um lápis encantado e tava muito bravo, pois já não era um bubu. Ficou de transformando em várias... coisas, estava descontrolado e então, sumiu.

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