8 de mai. de 2016

O que aprendi sobre a maternidade (mesmo sem ser mãe)

Nenhum comentário :
Não importa o lugar que as mulheres ocupem na sociedade: elas são e sempre serão as principais extensões de desenvolvimento para as crianças, pois há na gestação subjetiva e concreta, delicadezas que costuram o vínculo desde antes do nascimento, quando depois, haverão contatos com outras pessoas. Porém, é possível sim, maternar sem ser mãe ou gestar. Cuidar com afeto e responsabilidade de educar pequenos seres humanos. E neste aspecto, a maternagem pode ser desempenhada por outros adultos que possuam ou possam desenvolver a capacidade de rèverie (condição para organizar as demandas da criança). 

E sabe uma das coisas difíceis na maternidade? É a expressão das pessoas ao redor que, traduzida, pode significar que a mulher nasceu "para isso" e, portanto, não deve reclamar ou precisar de ajuda. E na verdade, ser mãe não é algo que se sabe até começar a ser. Vai-se aprendendo esta ocupação. Mães não sabem de tudo, são companheiras da dúvida o tempo inteiro. 

Às vezes ser mãe pode ser assustador. A criança não obedece, desfaz combinados, reage de forma surpreendente e as mães silenciam sobre isto, como se fosse proibido deixar visível um lado difícil de lidar com crianças. 

Crianças são pequenos-grandes-mestres da manipulação, uma habilidade que aprendemos desde os tempos mais saudosos da infância, assim como quando o bebê chora e o peito materno aparece, como mágica espetacular. 

As crianças possuem uma programação diferente daquela de antigamente. Já possuem uma maior habilidade argumentativa, pois em tempos de tecnologia, a informação chega rápida; pensamento crítico pois são questionadas a explicar o que e como e, portanto, reproduzem esta ação e, ainda, aquela capacidade de persuasão.

Crianças são esponjinhas, e devemos ter cuidado com o que elas absorvem: palavrinhas e palavrões ficam arquivados na memória de forma ativa, principalmente se for uma nova expressão, pois chama a atenção pelo som ouvido e pelo som produzido pela sua própria voz.

Eu aprendi, entre choros e brinquedinhos, que se ouvirmos as crianças com atenção, ainda poderemos aprender muito. E a recompensa instantânea é o amor incondicional dos pequenos. Aquele sentimento puro e inexplicável.

Aprendi que a maternidade é uma caminhada que corre paralela à vida, sonhos e dificuldades. É um sair de si, para emprestar ao outro (àquele ser dependente) sua energia e investimentos necessários. Portanto, precisa ser uma decisão.

Mayara Almeida 
Psicóloga - CRP 13/5938
Leia mais

Carta aberta de uma criança que sente vontade de morder

Nenhum comentário :

Oi mãe, oi pai, tios e tias. E essa história de achar que sou agressivo porque dei uma mordidinha aqui, ali, e ali de novo... Agressivo, que é isso? Ouço vocês falando e fico imaginando que é um monstro chato e feio. Não quero ser isto e não sou. Quando eu saí da barriga da mamãe, era gostosinho pra cá, gostosinho pra lá, e lembro de ouvir alguma amiga da mamãe dizendo: “que vontade de morder!”. E sabe, realmente, sou fofinho e se estou cheirosinho então, tudo certo. Dá mesmo vontade de morder. Será que vocês entendem? E quando meus dentinhos começam a surgir, fico irritado e morder pode se tornar uma opção pra mim, que ainda não sei falar e dizer que está doendo. Então me ofereça vários brinquedinhos para que eu possa testar, curtir e me acalmar, sem precisar morder os outros. 
Ah, às vezes mordo porque quero que alguém me olhe, me acolha e fique comigo, então, se perceber isto, fique mais próximo e compartilhe comigo alguma atividade positiva. Não sinta raiva do meu amiguinho se ele me morder e não me ponha de castigo, mas me fale e insista, com calma, sobre a importância de falar quando eu quiser algo ou não gostar de alguma coisa que me fizerem. Lembre-se, levará um tempinho para que o repertório de palavras seja inserido na minha comunicação, então me incentive a conseguir. Acredite em mim. Eu sou um amor de criança! Com uma mordidinha de amor, a sua criança.


• Para prevenir as mordidas em situação de grupo:
 Estimule situações comunicativas, pois o uso progressivo da fala vai, aos poucos, substituir as mordidas.
 Garanta que haja variedade de material, principalmente dos brinquedos preferidos. Assim, haverá possibilidades de escolha para todos, evitando as disputas. E esteja sempre por perto em momentos que o grupo compartilhar brinquedos. Se houver uma criança que costuma morder com mais frequência, fique próximo dela.
 Evite situações que irritam ou cansam demais as crianças, como fome, sono e longos períodos de espera entre uma atividade e outra.

• Se a mordida acontecer:
✓ Cuide e acolha a criança machucada.
✓Conduza a criança que mordeu para ajudar a cuidar do machucado que causou e assim conhecer as consequências de sua ação. Não brigue, mas seja firme e explique, valorizando as expressões faciais, que não deve agir assim, porque dói.
✓Jamais nomeie uma criança como a mordedora do grupo e, ao comunicar aos pais da criança que sofreu a mordida, não revele o nomes, apenas explique as providências tomadas. Os familiares da criança que mordeu também devem ser comunicados.
Leia mais

3 de mai. de 2016

Bater ensina?

Nenhum comentário :

Sim, ensina. A questão é saber o quê:

• Ensina a ter medo do mais forte;
• Ensina uma possibilidade de reagir diante dos conflitos;
• Ensina que é sempre melhor bater do que conversar;
• Ensina que para buscar o controle é preciso se descontrolar.

Então é verdade. Bater ensina. A questão é saber se é isso que você deseja ensinar.

Mayara Almeida
Psicóloga - CRP 13/5938
Leia mais

POP - Programa de Orientação a Pais

Nenhum comentário :

O projeto “POP - Programa de Orientação a pais”, no ambiente escolar, busca abrir um campo de discussão saudável, com mães e pais, sobre diversos aspectos do desenvolvimento infantil.

A conversa sobre "Limites: quem é você e por onde andas?", pôde iluminar o assunto e, se ilumina, faz mais sombra, aliviando e ajudando a seguir com qualidade nas interações com os pequenos.

PS:. Freud fala de três impossíveis: educar, governar e psicanalizar. Eu sigo encantada, investigando o impossível (mas sempre disposta a descobrir os caminhos acessíveis).

Psicóloga Mayara Almeida 
CRP 13/5938
Leia mais