5 de jun. de 2017

A história do "bubu" encantado

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A infância é este lugar de afetos, e interações com pessoas e objetos de forma importante, para ajudar a criança, diante das aprendizagens e passagens entre as fases de desenvolvimento. Paninhos, chupetas, ursinhos, podem funcionar, por vezes, como objetos transicionais, com esta função de ajuste e acolhimento necessários mais intensamente, para algumas crianças. Enquanto profissionais, temos a função de caminhar junto para apoiar e fortalecer a personalidade diante das mudanças necessárias. Criar histórias junto com a criança, torna possível passar pelo caminho assustador, sentir os medos e enfim, poder falar ou demonstrar sobre o que nem sempre é confortável. 

Abaixo, criação minha (negrito) e de uma criança de 3 anos (vermelho) que estava passando por um processo de despedida do "bubu" (chupeta). A imaginação livre foi a condutora principal: eu iniciei, a criança continuou e quando ele parava, eu incentivava: "o que mais?" ou "e aí?", até que ela resolveu silenciar e eu finalizei.

Vem ler e se inspirar, caso algum pequeno precise de uma historinha!



A história do "bubu" encantado

Era uma vez um bubu encantado, que vivia no mundo dos bubus. Só ele era encantado porque tinha o poder de se transformar em tudo aquilo que o seu dono quisesse. Certo dia, alguém compro-o no supermercado e levou para casa. Sem saber que era encantado, desejou ser um... astro de papel. A magia era tão forte, mais tão forte que, logo apareceu o seu desejo. O bubu era quadrado, mas ao se transformar ficou transparente. E ele se transformou em uma princesa. E princesas não usam bubu. Aí ele virou um lápis encantado e tava muito bravo, pois já não era um bubu. Ficou de transformando em várias... coisas, estava descontrolado e então, sumiu.

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2 de jun. de 2017

O “Lugar” dos pais no atendimento infantil

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Os estudos sobre atendimento infantil podem ser reconhecidos desde Freud, seguido por Anna Freud, Melanie Klein, Françoise Dolto, Maud Mannoni e demais autores da contemporaneidade. Mas onde devem estar os pais durante um processo? Em que cena devem aparecer ou como fazer funcionar esta relação? Aqui, vamos considerar e integrar aos pais, a família, responsáveis e/ou evolvidos diretamente com o cuidado psíquico da criança.

Acredito pela prática vivenciada, que é preciso um período de preparação tanto para os pais, quanto para a criança, pois esta, nem sempre contribui com o processo, sem antes perceber que pode confiar e estabelecer um vínculo que foi/é aceito e respeitado pelos pais. Nesta linha de pensamento, o atendimento infantil é um discurso de partes, e todos têm o seu lugar: profissional, criança e pais. 

Observo que existem profissionais que preferem não receber os pais, nem mesmo esporadicamente. Entretanto, é preciso reconhecer que estes têm a necessidade de falar com o psicoterapeuta do filho, já que estão implicados nos sintomas, mesmo que nem sempre reconheçam e assim, é nossa função profissional, também abrir espaços para que os pais ousem falar e revelar o inconsciente. É importante sublinhar a importância da escuta dos pais, embora estes peçam orientações e até seja benéfico apresentar sugestões, mas consciente de que este não é o objetivo principal.

Diante daqueles que solicitam ajuda para uma criança, estamos também diante da problemática própria dos mesmos. A maneira como a criança é esperada antes do seu nascimento, o que vai representar para a família em função da história de cada um, vai chocar-se com as projeções inconsistentes de todos os evolvidos - registro o valor revelador dos fantasmas e projeções dos pais, remontando a até três gerações, de acordo com Dolto.

Para exemplificar, trago um trecho de uma experiência, que ilustra situação semelhante: “No dia e hora reservados para o atendimento da criança - haviam acontecido apenas dois encontros - quem estava lá era outra integrante da família, apresentando o discurso: ‘preciso muito falar com você’. Recebi porque, certamente, algum sintoma poderia ser revelado e logo descobri que a criança só soube que não viria à sessão, próximo ao horário habitual. Fiz a escuta e, ao final, combinei que seria possível conversar novamente, mas com aviso prévio, para não comprometer a sessão e o combinado de que antes de conversar com alguém da família, eu e a criança, precisaríamos saber e autorizar. Este fato foi um obstáculo importante para o andamento do processo, pois a criança não gostou de ter seu horário substituído, e rejeitou o tratamento por um período significativo, até que novamente costuramos a confiança e os limites dos familiares. Outro fato importante neste caso, foi que a familiar atendida, que queria, talvez, me aprovar, tornou-se uma incentivadora do processo, motivando a criança a não interrompê-lo”.

Algo a refletir é sobre o discurso utilizado diante dos pais, informando que “precisam de psicoterapia por causa do filho”. Esta fala comunica um incentivo à dependência, pois são os pais que têm de assumir a sua vida e responsabilizar-se pelas dificuldades subjetivas em seu próprio nome. 

Assim, ao receber os pais ou familiares para uma entrevista, devemos ouvir o que eles têm a dizer, tentando também relacionar com o tratamento do filho, e assim, ajudá-los a redimensionar as dificuldades da criança e a reconhecer a possibilidade de ressignificar os próprios problemas. Se os pais estão implicados no sintoma do filho precisamos, então, ajudá-los a começar um certo questionamento de suas dificuldades e reconhecer que estarão sempre presentes através do discurso da criança. Sim, os pais tem um lugar no processo de psicoterapia infantil e precisam ser/se sentir bem-vindos.

Quem são essas crianças, razidas pelos pais ao consultório? E quem são esses pais, em sua maioria mães, que trazem as crianças como problemas?

Trazer a criança ao  analista infantil, muitas vezes, desperta o sentimento de impotência por precisar contar com um terceiro para intervir na relação familiar.

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27 de mai. de 2017

Livro Digital - Contos de Fadas e a Construção da Identidade Infantil

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Os Contos de Fadas têm facilitado, à gerações, o desenvolvimento emocional de crianças ao redor do mundo. A segurança de estarem, de alguma forma, dentro de um livro, o fato dos personagens viverem em terras distantes e o conhecido final feliz, trazem a segurança necessária para que se entreguem às emoções e elaborem seus próprios conflitos. 

Neste livro digital, compartilho um estudo sobre os contos de fadas e a construção da identidade infantil. Uma pesquisa com teoria, sequência das atividades e reflexões pertinentes, para informar e inspirar a prática.

Publico alvo: Profissionais que atuam com crianças, literatura, leitura ou escrita e, ainda, adultos interessados na temática.

Formato: Ebook | PDF - 79 páginas


Valor: R$ 40,00

• Quer adquirir? Entre em contato •
Email: mayarapsicologia@hotmail.com
Instagram: @psimayaralmeida
Facebook: Psicóloga Mayara Almeida

Mayara Almeida
Psicóloga - CRP 13/5938
www.mayaralmeida.com.br

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23 de mar. de 2017

More sozinho, mas não vá muito longe...

Um comentário :

Outro dia, conversando com um jovem recém chegado nesta que chamamos de vida adulta, ouvi um relato incomodado por ainda estar morando com a família; queria liberdade e privacidade; queria lavar a louça a qualquer hora ou nem lavar e não se preocupar com a roupa suja. Claro, sei que em inúmeras famílias as relações são delicadas e estar longe é até mais saudável, mas aqui, refiro-me ao desejado lugar comum onde as pessoas se respeitam. Sobre o jovem, ele disse que eu não sabia o que era difícil porque não morava mais na casa da família. Sim, não mais, porém, já estive neste lugar.

E todos nós já desejamos - em segredo - o desaparecimento momentâneo de alguns membros da família... Até que sentimos saudades e nem sempre assumimos. Sim, é bem verdade que esta saudade mobiliza-se quando percebemos que o café não se faz sozinho, a louça não é descartável e, portanto, precisa ser lavada para que você possa servir um alimento agradável num prato que não vai se rasgar... E a roupa - isso é mesmo triste - precisa ser limpa semanalmente e, algumas vezes, até costurada (tragédia para quem usa camisa de botões). Quem fará isto, senão, você mesmo ou serviços terceirizados, quando não se tem um familiar que se importa com você por perto? Custa tempo e dinheiro, nem sempre sobrando.

Sair de casa e a vida será perfeita: uma cilada. A distância nem sempre permite encontros trimestrais, quiçá mensais, pois há horário para chegar e partir. A vida adulta nos engaiola; compromissos, tempos de urgência, planos e prazos; a louça, a roupa, os botões, a alimentação... Crescer e amadurecer nos exige equilíbrio, que é aprendizado diário e, portanto, precisamos da família para estabelecer e estabilizar nossos excessos. 

Sim, sugiro que você saia de casa, assim que for possível e saudável: estudo, trabalho, casamento... É muito bom construir a própria rotina. Mas aqui vai a cereja do bolo: não se afaste demais: 50 metros é suficiente; ok, 100 metros no máximo. Afinal, não há contra-indicações para bons afetos... E claro, é sempre bem-vindo, um apoio humano na tão sonhada rotina independente. 

PS: Tem uma louça suja e indesejada me encarando e eu fiz a unha pra tentar adiar... Quem nunca? Hahaaa.

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