13 de jul. de 2015

O Amor no Divã

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Em tempos líquidos, o amor também beira o abismo das relações e faz-se necessário adequar os nossos reais interesses afetivos à realidade dos projetos de vida a dois. Nos consultórios, são trazidas muitas questões atuais de novas configurações amorosas, que refletem os novos tempos e a vulnerabilidade das relações. O amor vai ao divã, e busca elaborar os aspectos de cada relação, embora possam estabelecer padrões semelhantes, são únicas e genuínas, considerando a individualidade de cada sujeito envolvido.
  • Preciso dividir minhas senhas?
Ter um momento só seu, é importante e não representa falta de lealdade. Você pode e deve ter suas experiências particulares, desde que mantenha o respeito pela relação.

  • Morar junto é essencial?
Não há regras, mas é possível experimentar uma viagem mais longa ou passar uma temporada com o (a) companheiro (a) para avaliar como é o dia-a-dia. Façam acordos e não tenha receio de repensar, se as atuações forem desagradáveis.

  • As relações podem ser descartáveis?
A linguagem a velocidade da tecnologia não deve ser projetada nas relações, pois o amor tem um tempo relativo para amadurecimento: tolerância e investimento são indispensáveis para que a parceria dê certo. Não somos copos plásticos.

  • Filhos: ter ou ao ter?
A escolha deve ser exclusiva do casal, assim como as responsabilidades e planejamento sobre a chegada de um bebê. Evite tomar decisões apenas porque o outro deseja: trata-se de um projeto de uma vida.

  • É interesse ou desconfiança?
Monitoramento excessivo não traz garantia de fidelidade, mas deixa claro o sintoma da insegurança, que busca de forma ilusória, dominar o outro e acaba por estremecer a confiança. Uma conversa olho no olho é o que recomendo, sempre que possível.

Apesar das ondas tecnológicas, ainda vivemos no mundo do discurso e a comunicação através da palavra falada faz toda a diferença. O amor é um labirinto e a palavra se configura como a bússola para diminuir as perdas no caminho. A questão do amor, então, passa pela criatividade para ser durável, ou pela patologia, para ser desconsiderável. A Cri(s)e, por exemplo, é questão de uma letra a mais na palavra. O amor, é roma ao contrário. E você sempre pode escolher cuidar de si mesmo, antes de tudo. 

O amor foi ao divã e descobriu que amor mesmo, começa do lado de dentro.

* Texto publicado originalmente na 
Revista Fashion News - João Pessoa/PB

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