20 de mar. de 2024

Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC)

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As habilidades auditivas são responsáveis por um conjunto de processos que vão da detecção à interpretação das informações sonoras, nos permitindo:

- Concentrar em um determinado estímulo sonoro, ignorando o ruído de fundo, como na sala de aula, ou outros espaços coletivos;

- Saber a direção de um som, como quando ouvimos uma buzina ao atravessar a rua;

- Perceber a diferença entre os sons falados em palavras semelhantes, como “tia” e “dia”;

- Conseguir, a partir de uma informação incompleta, completar subjetivamente a mensagem, como quando ouvimos apenas parte da palavra e, assim mesmo, compreendemos o que foi dito;

- Compreender frases com duplo sentido;

- Seguir uma sequência, organizar e recordar aquilo que ouvimos;

- Perceber a intenção comunicativa pelo tom da voz e pela entonação do interlocutor.

Quais são as habilidades que podem ser afetadas pelo TPAC?

As habilidades auditivas podem ser agrupadas em cinco áreas gerais: atenção, discriminação, associação, integração e organização. Quando há alteração no processamento auditivo central, as principais habilidades afetadas são:

* Localização sonora: capacidade que o cérebro tem de localizar a direção de onde vem determinado som. Esta é uma habilidade necessária em diversos momentos de nossa rotina, como na sala de aula, quando o professor começa a explicar uma matéria e precisamos direcionar nossa atenção, ou para manter o foco de atenção em uma pessoa, quando há outros estímulos sonoros no ambiente.

* Resolução temporal: percepção de variações do som em uma pequena amostra de tempo. Essas variações podem envolver mudanças na intensidade, frequência e duração dos estímulos. É uma habilidade que nos permite perceber as diferenças entre os sons produzidos a partir de movimentos parecidos, mas que diferenciam sílabas e palavras como “pato” e “bato” ou variações de ênfases, como sílabas tônicas ou terminações interrogativas, afirmativas e exclamativas.

* Fechamento auditivo: nos ajuda a entender o que foi dito quando a qualidade do som não é muito boa, quando o som é distorcido ou completar informações que estão faltando dentro de um contexto. Precisamos dessa habilidade em situações como a escola, quando o professor explica a matéria e você se distrai perdendo uma palavra e precisa voltar a prestar atenção no que foi dito, e até mesmo para conseguir compreender uma pessoa que está gripada ou com a voz rouca.

* Figura-Fundo: é a habilidade necessária para que possamos compreender a comunicação quando o ambiente está ruidoso. Por exemplo, quando você está ouvindo uma música e um amigo está falando ao mesmo tempo ou na escola, quando o professor está falando e ao redor existem sons competitivos vindos do corredor ou da rua, por exemplo. Nessas situações o cérebro precisa ser capaz de selecionar a informação que julgamos mais importante.

O que causa o transtorno do processamento auditivo?

Podem ser várias as causas do TPAC estão: otites de repetição na primeira infância, pequenas lesões na via de condução, privação sensorial, mudanças neurológicas, problemas na gestação, déficit cognitivos, transtornos de aprendizagem, TDAH e problemas do neurodesenvolvimento, como amadurecimento do cérebro.

Como tratar distúrbio do processamento auditivo?

É essencial envolver a família e escola para que, assim, o paciente tenha uma melhor experiência acadêmica e interpessoal.

1. Terapia de processamento: através da terapia fonoaudiológica, reabilitar as habilidades auditivas afetadas, diagnosticadas no exame do processamento auditivo central, desenvolvendo estas áreas e contribuindo para a melhora da aprendizagem, habilidades auditivas e qualidade de vida.

2. Intervenção psicopedagógica: é importante que a escola se envolva no processo de aprendizagem, tomando algumas medidas simples para melhorar a experiência de alunos, como: 

  • Atrair a atenção do aluno antes de começar a falar;
  • Colocar o aluno em um bom lugar na sala de aula, próximo ao professor, de preferência nas primeiras carteiras centrais;
  • Uso de exemplos práticos, de recursos visuais, auditivos e táteis, antes de pedir para fazer uma atividade;
  • O professor deve ter certeza de que esse aluno entendeu os passos de execução, repetindo e reformulando a informação se for preciso;
  • Evitar ruídos competitivos, ao manter janelas e portas fechadas, afastar o aluno do ventilador, do ar-condicionado e de colegas que conversem mais;
  • Fazer mais intervalos entre as atividades para evitar fadiga auditiva;
  • Uso de post-it para marcar o que deve fazer ou estudar para provas;
  • Acesso ao conteúdo das aulas antes da aula, para se familiarizar com conceitos e novas palavras.

- Treinamento auditivo: é um programa de reabilitação, realizado por Fonoaudiólogos, usando técnicas direcionadas para: detecção, sensação, discriminação, localização, reconhecimento, compreensão e memória. Dentro de cada etapa se trabalham todas essas habilidades auditivas, de acordo com o que o paciente precisa. Deve se trabalhada a atenção (focalizada e seletiva) e a memória, por causa de sua importância, junto às outras habilidades. Além disso, trabalham sons verbais e não verbais, a fim de melhorar mecanismos fisiológicos. Eles são vitais para várias habilidades auditivas.

  • - Ajustes Familiares: Quando iniciar um diálogo com a criança, certifique-se de que ela esteja olhando para você;
  • Fale mais alto, se for necessário, mas não grite;
  • Fale um pouco mais devagar e articule bem as palavras;
  • Repita a ordem várias vezes quando necessário;
  • Use frases mais curtas e diretas;
  • Adicione informações à fala da criança, para que ela possa aprender novas palavras.
  • Conte histórias para a criança e durante a contação faça perguntas sobre os personagens ou sobre o que está acontecendo na história;
  • Procure não rotular a criança de preguiçosa, desinteressada, tagarela, etc;
  • Compreender que a criança cansa mais facilmente no quesito atenção e perde pistas acústicas.

Por que o diagnóstico precoce do TPAC é importante?

A detecção precoce, a correta orientação e a intervenção podem minimizar as dificuldades comunicativas e o desempenho tanto no âmbito escolar como nas relações sociais, permitindo orientação adequada aos pais e facilitando a conduta dos professores no processo de aprendizagem.
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Referências: https://blog.eurekka.me/tpac/?ist_privacy_policy=accepted/ https://www.afinandocerebro.com.br/post/como-o-dpac-tpac-influencia-o-processo-de-aprendizagem/ https://simplificafono.com.br/audiologia/como-ajudar-a-crianca-com-tpac/

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