21 de abr. de 2015

E quando eu deixar de ser (apenas) mãe?

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Ouço a seguinte questão, forte, capaz de ocupar um corpo com intensidade e função de controle: "e quando eu deixar de ser (apenas) mãe?". Sua maior responsabilidade foi a maternidade - verbaliza. Foi sendo mãe que acreditou superar as dificuldade que surgiram na vida.

"E quando eu deixar de ser (apenas) mãe?". Os filhos crescem, se diferenciam e a mãe torna-se "desnecessária", o que é muito importante para o processo de autonomia dos que seguem. Isto é saúde, no aspecto desenvolvimento.

Mas a sensação da mãe transborda, o ninho está vazio e parece que nada ocupa "aquele lugar". Um movimento que começa interno e vai ganhando dimensão de concreto. Tem a ver com se deixar para depois e priorizar sempre o outro, ou os outros. O ninho vazio dá lugar a escuta de si mesmo, dos próprios barulhos que antes, eram abafados pelo sons ao redor.

É preciso se implicar, buscar apoio de quem suporte esta condição, para atravessá-la, dando outro formato ao ninho, quem sabe. Ocupando o vazio... Ou sentando ao lado dele para conversas profundas. Quais as novas escolhas a serem feitas numa vida além mãe, humana? Não depois, ou só depois. Hoje, agora.

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