25 de jul. de 2014
Canudos - Reflexões para uma vida inteira *
Viajar é sempre uma aventura.
Descobrimos belezas a partir do instante que iniciamos a viagem e nos dispomos a perceber e observar.
Os companheiros da “caminhada” também fazem uma enorme diferença, e nesta viagem,
em especial, o grupo divertido contribui para a leveza do caminho,
desconsiderando em alguns momentos, as curvas e estradas inconstantes.
Fomos à Canudos e a praticamente
tudo aquilo que possui relação com a mesma: uma experiência incrível que
possibilitou muitas reflexões válidas. Todos os lugares despertam, no mínimo,
dois aspectos ao visitante, o do desejo e o da decisão, considerando que
Canudos não é lugar de onde sai-se idealizado, mas sim determinado a conhecer
mais, e dessa forma, reconhecer-se em uma história que está entrelaçada nestas
que discorrem nos dias atuais.
Entre os diversos lugares que tive o
prazer de conhecer, alguns despertaram um interesse sutil, simplesmente por me
fazerem imaginar... O Memorial de Canudos: um guardião concreto das lembranças
daquela época; o Morro do Conselheiro: uma vista privilegiada de tudo que está
ao redor e a sensação de fazer parte daquele todo; o Parque Estadual de Canudos
que indica sua preciosidade desde a entrada principal, com um suntuoso arco de
pedra que convida a conhecer aquela história, que não foi apenas uma guerra em
si, mas um misto de acontecimentos que iniciaram na mente/imaginação dos
indivíduos, e por talvez estarem fragmentados, incompletos, resultou-se os
fatos degradantes da guerra. Desorganização de mundos internos que gerou
desorganização do mundo externo. Uma sociedade que estava abalada por muitas
faltas: de espaço, de alimentação, de afeto, desigualdades como um todo e que
teve seus direitos impedidos.
A Guerra de Canudos teve fim e ao
mesmo tempo ainda está lá, marcada pela placas que indicam o que foi
vivenciado: “Vale da Morte”, “Hospital de Sangue”. E não deve ser uma história
distante, mas uma intenção constante de despertamos a nossa condição de ser
humano para o que é possível ser feito quando a sociedade está fragmentada,
alienada a condições que quase nada favorecem, a não ser parcialmente.
O que restou da guerra de Canudos?
Uma história, muitas memórias e uma vontade de reconstruir os pedaços, de um
tempo em que foi doloroso viver, morrer e sobreviver.
Discretamente, Canudos espera para
ser visitada, estudada, observada, sentida. Para aqueles que assistiram ao
filme Guerra de Canudos, dirigido por Sérgio Resende, e ainda àqueles que
estiveram na viagem a que me refiro neste texto, torço para que novamente
possamos almoçar em Canudos!
E a partir deste instante não
deixemos Canudos cair no esquecimento, pois ali está um espaço aberto que exala
conhecimentos diversos e aprendizagem pessoais, visto que conta sobre uma
história da qual também fazemos parte. Eu estive lá, pisei naquele chão, senti
toda a emoção e portanto, sou uma nova sobrevivente.
* Da viagem que fiz à Bahia - com ótimas companhias e reflexões.
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