12 de abr. de 2013

O silêncio que fala.

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Ela chegou em silêncio na sala. E em silêncio permaneceu pelos 40 minutos que seguiram.. Nem ao menos balançava  a cabeça para discordar do que eu falava. Sinceramente, fiquei incomodada internamente, os minutos não passavam.
Percebi então, que ele não calava-se por vergonha ou desconforto, era um silêncio que encarava o meu discurso, como se dissesse: não importa o que fale, não vou me abrir pra você...
Então mudei os planos e disse que poderíamos finalizar a sessão e ele não seria obrigado a voltar, era uma decisão pessoal, individual, embora eu a considerasse importante.
"- Estou ouvindo, pode continuar..."
E foi assim que iniciamos: com o seu silêncio intenso e um comportamento que demonstrava exatamente o contrário do que realmente queria.

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Eu era apenas um divã.
Eu era apenas mais um divã.
Até que comecei a guardar soluços e segredos de pessoas que se apoiaram em mim.
Eu não era apenas um divã.
Eu fui o lugar secreto daqueles sofrimentos.

- Por Mayara Almeida -

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