24 de fev. de 2013

O que pediu não era o que queria

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Ela já chegou cansada. Cansada de outras análises que “não me ajudaram em nada e não sei se aqui vai ser diferente, não sei”. E neste momento, as lágrimas começaram a cair. Não quis usar o lenço para limpá-las, e o pranto aumentou por alguns minutos. Parecia que não se permitia chora há tempos; estava realmente exausta. Relatou sobre a sua dificuldade em permanecer fiel ás amizades que tinha... Tinha, pois já não contava mais com elas. Disse que queria virar nuvem, observar tudo do alto e ser quase que intocável. E falou por trinta minutos sem parar, exceto pelas interrupções de choro que vez ou outra, em meio às palavras, visitavam seu discurso “eu disse que queria ficar só, eu pedi isso, quase implorei, mas na verdade não era o que queria”. Este fato estava fazendo morada dentro dela, enraizando tudo que não deveria. Parecia bem difícil ter que assumir a ideia de viver uma relação estável e segura, parecia ter uma vontade que não sabia como se fazer real.
E fomos pelo caminho mais difícil, porque era o único naquele momento, passando por cima de dores, ao lado de desamores até chegar ao lugar que realmente desejava e poderia suportar. Ela estava, enfim, descansando de suas próprias angústias.

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