7 de mar. de 2024

A frustração restaura a capacidade de pensar e aprender .

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A maioria das famílias, avalia a sua competência de uma maneira muito direta. Quando os filhos são felizes, cooperativos, amorosos e educados, se orgulham da forma de educar e, consequentemente, se orgulham deles. Quando os filhos estão mergulhados em emoções desconfortáveis, se sobrecarregam de culpas ou sobrecarregam os filhos.

Isto acontece, porque é amplamente compartilhada, a suposição de que as emoções das crianças são absolutamente ruins.

Em particular, a frustração, é um problema comum que aflige qualquer um, que esteja aprendendo novas habilidades. E todas as habilidades só crescem por meio do processo confuso de tentativa e erro. 

Sentimentos de frustração, são um obstáculo diário no processo de aprendizagem, um resultado natural do choque entre o que as crianças esperam e, o que elas são capazes de fazer. Sugestões de um adulto bem intencionado não vão ajudar, porque os sentimentos da criança sobrecarregam sua capacidade de pensar.

Conflitos são cheios de barulho e movimento. É o lado do trovão e do relâmpago do sistema meteorológico interno de uma criança. Um momento onde luta com forças invisíveis buscando se recuperar do “absurdo” de não poder fazer suas próprias ideias funcionarem (você, já adulto, conhece bem o sentimento!).

Nestas situações, deixe a criança se mexer. Você será o gerente da segurança, evitando que ele não se machuque. Às vezes, a parte inicial de escutar uma criança envolve decidir não acalmar ou distrair sua chateação. Se estiver num local público, comunique-se ao redor: “- Dificuldades técnicas acontecendo”. Mas não se preocupe muito com os outros. A maioria dos espectadores, já enfrentou a mesma situação e só quer descobrir se você tem alguma pista infalível, sobre como lidar.

As crianças não escolhem momentos e lugares fáceis para expressar sua indignação, por isso não espere que sua boa escuta resulte em uma criança perfeitamente educada. Na infância, a criança poderá se desorganizar sempre que precisar se curar de uma aventura interna que sobrecarrega sua confiança.

Geralmente, funciona assim: quando uma criança frustrada se sente segura, inicia uma birra, que é o processo de recuperação, que expulsa a frustração. As birras são a maneira como enfrentam essa frustração, se livram dela e retornam à uma vida satisfatória.

A maioria de nós, não percebe que uma birra restaura a capacidade de pensar e aprender de uma criança, porque estamos cercados por pessoas que intimidam, ficam muito bravas ou ameaçam, quando as crianças demonstram seus sentimentos. Então, venho aqui lembrar:

1. As crianças são naturalmente descontraídas, amorosas, cooperativas e desejam aprender.

2 A perturbação de uma criança, geralmente indica a necessidade de alguma escuta.

3. A atenção gentil dos cuidadores responsáveis encoraja a criança a sentir a dor completamente, até que libere os sentimentos do momento.

4. Quando as crianças estão tristes, assustadas, frustradas, envergonhadas, ou quando se sentem sozinhas ou não apreciadas, sua natureza boa pode ser obscurecida. Essas tensões fazem com que o comportamento da criança fique fora da linha, e afastam a confiança, a cooperação e o entusiasmo dela.

5. Os sentimentos de mágoa confinam a criança a comportamentos sem amor, repletos de medo ou inflexibilidade.

Vale ainda, refletir:

Quem você gosta de obedecer? Quais são as ordens que você gosta de seguir? Não estou falando de "ter que", mas de acreditar que vale a pena. Geralmente, gostamos de obedecer ordens boas, razoáveis, que não são cruéis com ninguém. Quando as crianças nascem, não têm autonomia e nós escolhemos tudo por elas. Por volta dos três anos isso já mudou, e a obediência da criança precisa ser conquistada e merecida pelo adulto. 

É claro que as crianças podem obedecer por medo. Se ameaçarmos, castigarmos ou violentarmos o suficiente, qualquer criança obedece. Mas isso destrói suas personalidades, e elas não crescerão de forma saudável, nem equilibrada. A obediência é saudável quando aparece porque a criança admira os adultos. Sugiro, para começar: 

1. Ajuste o ambiente para a ação da criança. Às vezes, isso quer dizer organizar as coisas de maneira mais fácil ou mudar a altura dos objetos;

2. Converse com a criança lembrando que ela é gente - com o mesmo respeito que você dedicaria a um amigo querido, ouvindo com tenção, falando com gentileza. O cérebro das crianças ainda está se formando, é bom falar devagar e repetir algumas coisas, com calma;

3. Repare no que é bom nas crianças - é muito fácil perceber somente os erros e aquilo que precisa ser corrigido. Ao longo do dia, separe alguns minutos para perceber as qualidades e habilidades da criança ou mesmo adolescente, e faça uma lista mensal (não apenas menta: escreva para lembrar depois, se for preciso - geralmente é), contendo um ou dois itens por dia. Parece bobo, mas você vai reparar na mudança que isso provoca e, em menos de uma semana.

Ao abordar a frustração ou conflito com empatia e compreensão, você pode transformar estes momento tensos em oportunidades de conexão e crescimento.

Experimente estas opções de comunicação, na próxima vez que um conflito estiver acontecendo. São formas de dizer à criança que ela tem sua atenção que a expressão dos seus sentimentos é reconhecida e respeitada e que ela pode se sentir segura:

- "Entendo que isso é difícil para você".

- "Eu me importo com os seus sentimentos". 

- "Não há problema em sentir raiva".

- "Estou aqui por você".

- "Eu ficarei com você".

- "Mesmo quando você tem emoções difíceis, eu te amo".

Lembre-se que as explosões emocionais das crianças, são um processo natural de recuperação que restaura sua capacidade de relaxar, amar e aprender. As crianças, cujos sentimentos profundos são escutados, desenvolvem confiança em sua própria força e inteligência, assim como confiança no amor, dos adultos responsáveis.

Mayara Almeida

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