13 de ago. de 2011

Quando quero me encontrar...

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...Eu olho para as minhas coisas, meu quarto, minhas roupas, meu guarda roupa. Tem de tudo: ursinhos que ganhei e não me desfaço, almofadas coloridas, banquinhos cor de rosa e sapatos de salto, muito salto, muito altos, do tamanho que quero chegar. Encontro a seriedade de não me perder de mim, só porque me formei, ou porque trabalho, ou porque querem que eu seja de tal forma. Às vezes me perco por pensar, mas me encontro ao me olhar. Por isso é bom se ter sempre por perto, para lembrar de quem se é, quando houver inconstâncias sociais e pessoais. Minha bolsa é rosa, a outra é azul, a outra lilás, tem uma marrom, outra cinza e outras mais, só para me certificar de que sou muitas, várias e essa é minha essência flexível. E eu gosto agora porque estou entendendo melhor. Quando compro, estou adquirindo algo para alguma de tantas em mim, aí aquela que usa o carimbo profissional acha bobagem, tira onda, mas respeita, e a outra segue feliz com a revista Gloss que comprou, para saber das tendências e relaxar a consciência. E por eu ser assim agora, não perca seu tempo comigo, só para ver o tempo passar. Eu não sou um corpo sem memória ou uma mulher sem sentimentos. Não sou metade da laranja de ninguém, sou fruta inteira e lá do alto da árvore. Sou caminho, sou cor de rosa, sou sorrisos, lágrimas, pensamentos, sonhos, realidade, promessas, verdade. Sou fiel a todas em mim quando quero me encontrar.

[Mayara Almeida]

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