5 de fev. de 2011

Tarefinha social.

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A bisavô teve, vovó teve, mamãe teve, a filhinha tem que ter. Pois é: "assim caminha a humanidade". Porém não concordo com essa forma de respeito às gerações. Sobre o casamento aprendemos que deve ser realizar entre dois seres humanos e, de sexos opostos. Alimentamos essa expectativa, de uma forma voraz e crescemos destinados a realizaresse desejo, que muitas vezes não é nosso, mas foi internalizado em nós. Feito escola, nos entregam essa tarefinha social: "você tem que casar menina". Ahhhh, e eu quero, mesmo! Mas por favor, alguém me deixa escolher quando? Primeiro eu quero entender por que fazem isso com a gente: por exemplo, você tem seis anos de idade, está brincando na rua e se machuca, depois de correr e cair. Algum adulto prontamente se aproxima e em meio ao seu choro desesperador, surge o consolo em palavras: "ohhh lindinha, quando casar sara". Absurso. E você segue, feliz, na maioria das vezes, acreditando naquele desabafo pessoal. Vinte, trinta anos com um machucado abstrato. E se não casar? Quem entende esses conselhos, alienantes em potencial...
Eu só sei que o mundo é bem diferente de quando eu era criança (talvez porque quando eu era criança, nem ligasse para o mundo), e é nesse lugar novo que eu sigo vivendo.

[Mayara Almeida]

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