20 de out. de 2016

[Entrevista] Mudança de Mente diante da Crise *

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Jornal Correio: Uma pessoa pode mudar a mente após passar por uma crise, seja ela por causa de um divórcio, morte, etc? Se sim, como é esta mudança? É parecida com a sensação de um luto?
Psicóloga Mayara Almeida: Podemos falar em tomada de consciência e/ou mudança de comportamento, aspectos relacionados às experiências de vida e emoções sentidas. A situação de luto é um caso específico dentro do traumático, pois encontra barreiras relacionadas a continuidade da vida.

Jornal Correio: Todos que passam por momentos deste tipo, podem mudar a mente ou é uma coisa de depende do psicológico de cada um?

Psicóloga Mayara Almeida: Não é possível determinar uma única forma ou consequência, pois até um mesmo acontecimento, pode causar diferentes reações nos envolvidos. Isto se dá porque cada indivíduo dispõe de defesas que podem circular entre manifestas ou latentes e influenciar as reações. 

Jornal Correio: Há fatos trágicos que são mais '"fáceis" de mudar a mente da pessoa ou isto não tem nada a ver?
Psicóloga Mayara Almeida: Tomemos conhecimento de que existem sim, situações que, pela própria intensidade que, por si só, conseguem provocar, causam a possibilidade de trauma ainda mais profundo e se vinculado a um estilo de vida que não dispõe de suporte emocional, pode sim, configurar-se num trauma real e mais delicado. A própria sociedade, de tempos, em tempos, "elege", de forma, muitas vezes, inconsciente, as situações que ocupam lugar de dor e desafetos.

Jornal Correio: Há aquelas história de que homens são mais propícios a mudar a mente diante de crises ou vice-versa? 

Psicóloga Mayara Almeida: A mudança independe de gênero. Está diretamente relacionada às experiência de vida e estrutura de personalidade que o sujeito apresenta.

Jornal Correio: Há tratamento? O que fazer? A família tem um papel importante para ajudar?
Psicóloga Mayara Almeida: A família e afetos próximos, possuem uma força de influência social que contribui na melhora de diversos quadros de saúde emocional prejudicada. Uma base que ajuda a circular na vida e saber para onde retornar. A psicoterapia também é um meio de apoio e equilíbrio diante de situações que causem algum tipo de desacordo com a própria consciência.

* Matéria publicada originalmente no Jornal Correio - Julho/2016

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19 de out. de 2016

[Entrevista] A internet e a mudança de hábito das pessoas

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O computador e a internet são meios de comunicação cada vez mais utilizados pela população, tendo diversas finalidades, sendo uma delas a interação virtual. Entretanto, a tecnologia das redes sociais pode ser aliada, por ser facilitadora da comunicação, mas também pode trazer prejuízos, quando traz um distanciamento das relações reais. Tantos de nós têm estado mais tempo nas redes sociais do que na vida real! Mas o que seduz tanto quem utiliza estas redes? Vaidade? Busca de socialização? Tem sido muito cômodo, aceitar amigos com um click, bloquear pessoas sem ter que lidar com o frente a frente. Mas esquecem das consequências: redução das nossas habilidades sociais, aumento da introspecção e fantasias extremistas e/ou negativas sobre as relações humanas. Os usuários das internet tem a oportunidade de interagir com outros usuários, aprender novas informações, manter contato, manifestar pensamentos e sentimentos, enfim, as opções são variadas.

Como consequência negativa pode existir algum grau de uma fragilidade do ego. O sujeito faz de tudo para demonstrar o oposto da sua vida real, porque é com a aprovação do outro que este sujeito ameniza sua insegurança: demonstra situações felizes, sorrisos, viagens perfeitas etc. Por trás desta cortina imaginária, há um hipermodernismo que reivindica: "estou aqui", por vezes, numa compulsão à exposição; uma espécie de Narciso* atual, numa ditadura da autoafirmação.

Um dos maiores desafios da atualidade pode ser a relação entre o que é representado nas redes sociais e o que existe fora dela, na vida real, pelo fato de poder ocasionar repercussões na subjetividade do indivíduo contemporâneo. O espaço individual precisa ser preservado: lugar para intimidade. Talvez possamos pensar em “menos curtidas” e mais possibilidades de curtir de fato, o fato!

Na mitologia grega, o mito do Narciso dá origem ao termo narcisista. Narciso, uma criança linda, pela qual sua mãe nutria muito amor e admiração. Por causa da beleza excessiva do filho, a mãe, preocupada, levou-o até um sábio. Foi então revelado que Narciso só teria uma vida longa se nunca enxergasse a sua própria imagem. Durante um longo período foi o que aconteceu; os pais esconderam todos os espelhos da redondeza para que Narciso crescesse sem jamais enxergar seu reflexo no espelho. Até que, certa vez, ele se aproximou do rio e viu uma imagem pela qual se apaixonou: Narciso estava apaixonado por si mesmo.

* Matéria publicada originalmente no Jornal Correio - Maio/2016
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18 de out. de 2016

[Entrevista] O brincar na Infância

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13 de out. de 2016

O tempo é uma criança brincando

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☆ Cena 1
- "Não tem problema não. Eu vou consertar". Diz o garotinho diante dos blocos que, ao cair, desmontaram o avião. 
- Ah, que ótimo! Muito obrigada. 
- Eu conserto tuuudo, sabia?

☆ Cena 2
- Tiiia! Ela colocou a xícara dentro do meu carrinho! Diz ele, muito bravo.
- Foi que caiu tia! Ela se defende.
- Sabe que eu tive uma ideia? Vamos fazer um chá pra todos! Estacionem os carros, tragam os bonecos, as bonecas e vamos preparar. Cada um ajuda um pouco, combinado? Agora é hora de provar! Hummm! Que cheirinho delicioso. Prova aqui! Oferecendo ao dono do carrinho, um gole imaginário do chá. Quem quer mais? 
- Eeeu! Várias vozes que se conectaram através da brincadeira mediada e transformada para o bem do grupo.

E assim é! Como o título deste texto, que é uma fala de Heráclito, filósofo  pré - socrático, considerando os aspectos semelhantes entre o tempo e uma criança brincando: não volta atrás, não espera e não se julga por isto. Brincar serve, como nas cenas acima, para experimentar e resolver; para equilibrar a emoção e a razão.

Se possível - e desejo que seja - ajude à criança para que diminua, sabiamente, o uso de objetos de pilha e bateria. Eles fazem o que nós poderíamos inventar e acomodam a criatividade necessária para a vida. A melhor energia, é aquela que a criança já dispõe, mesmo porque, brincar é simples: mais presença e menos presente. Elas precisam do nosso tempo, exemplo, abraços e histórias sobre quando éramos pequenos. Um pouco, todos os dias do ano!

Mayara Almeida
Psicóloga - CRP 13/5938
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