22 de jun. de 2012

Conexão outra.

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Há pessoas que me veem diariamente, me abraçam, conversam comigo, me escutam, me calam, enfim, interagem diretamente. Com estes, tenho uma conexão natural de quem está por perto. Mas este texto para você que me lê mas não me vê. É sim, pra você que encontrou nesse mundo vasto que é a internet. Olha, eu afirmo que nós temos um laço, construído através das palavras e emoções. Uma conexão outra e tão especial quanto àquela citada inicialmente. Em meio às molduras que crio aqui, tem vocês que me observam feito exposição da tela de Monalisa, sem saber ao certo o que a expressão significa. E assim é. Um mistério escancarado de mim vai sendo descrito e modelado, encoberto e desvendado... E seja qual for o momento, o agradecimento aqui ficará sempre registrado, pra você, que me lê, mas não me vê.

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27 de mai. de 2012

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Texto inspirado em : "O Voo da Guará Vermelha" - da escritora Maria Valéria Rezende

Ela, na cidade grande, só enxergava o cinza do cimento, via apenas aquilo que desejava ver. Cobrava pelo amor doado e... Doado? Mas se é doação não devia haver cobrança... As pedras não estavam apenas no caminho, mas nos bolsos do rapaz também. Amor de qualquer forma dado, de qualquer forma será pago. Será que a dureza que residia naquela vida era tão forte e arraigada que tinha de ser levada aonde quer que aquele homem fosse? Ele nascera sem nome, não sabia ler nem escrever e o que tinha para contar sobre a própria história eram fatos de abandono e amor que falta. O fato que a gente sempre acha quem queira escutar as nossas dores, e que bom. Contava e recontava para ela a sua história. Falar reorganiza e escrever também. Ele queria aprender a escrever, a se organizar por dentro. Assim, eles continuavam tendo um ao outro, mas contato de almas. Ele adormeceu escutando-a contar uma história e a segurou quando ela precisou de amparo; não estavam mais sozinhos. Até que ponto precisamos do outro ao nosso lado? Satisfazer-se e ir embora? E se houver algo maior que não permite ser possível impedir a despedida? Assim, ela se foi, satisfeita, feito quem fez o que devia fazer. Ele, feito gente que satisfaz, foi em busca de tudo aquilo que é capaz.



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19 de mai. de 2012

Sobre Ela, que me gerou.

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Ela é o sol. Quando está por perto ilumina qualquer escuridão, e aquece o meu coração. Ela é a fortaleza. Elimina qualquer ruído que não me deixa dormir à noite, ou que impede a minha paz na madrugada.  É a voz que motiva as minhas palavras a continuarem existindo. Primavera da minha vida, não importa qual seja a estação que atua lá fora. Sabe de mim de um jeito que ninguém mais sabe, porque só ela consegue ver. Uma espécie de canção que toca aqui dentro, poesia que só meu coração entende. Coisas dela e coisas minhas se misturam entre o cotidiano e, o amor é grande, mesmo que às vezes, desconcertado. Ela foi minha primeira paisagem e é o lugar mais lindo que já me permitiram estar. Minha maior fã e meu melhor agrado. Detetive particular de mim, descobre os meus disfarces e minhas variações. Especialista em meu jeito de ser e na metereologia da minha vida: se ela diz “não saia porque vai chover”, realmente chove, e eu me molho, porque discordei da informação. Às vezes, engana-se também, por falha técnica ou uso excessivo do ato de sofrer antecipadamente. Minha professora particular e assessora para assuntos escolares, tipo: encapar cadernos e nomear os materiais, até altas horas da noite; às vezes eu ia dormir, e ela ficava acordada, até terminar. Ensinou-se a rezar de mãozinhas juntas, pedindo ao meu anjo da guarda proteção e sabedoria, ao deitar e ao levantar. Acostumou-me a comer as besteiras deliciosas da época, que eu tanto adorava: cremogema de chocolate, pirulito com açúcar, entre outras. E ensinou-me a escrever bonito assim, antes de tudo, pra ela: em todas as datas comemorativas eu escrevia algo e crescia na minha relação com as palavras. Assim, concluo: às vezes é preciso que a gente passe por certas situações não agradáveis para que seja possível enxergar os fatos de uma maneira mais doce, mais amorosa. Mãe, não te troco por nenhum pai do mundo! Você é suficientemente boa.
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11 de mai. de 2012

Ser Mãe: uma forma de Amar.

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Para uma boa reflexão neste Dia das Mães
Para quem é mãe e para quem deseja ser!

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No início você pensava: ser mãe é uma coisa que só os adultos devem saber, um aprendizado para depois. Enganava-se, porque o aprendizado para ser mãe não tem começo, nem é privilégio reservado às mulheres adultas.

Você cresceu, foi mãe e hoje em dia, não dorme quase nada, porque o bebê chora a cada duas horas, não se sabe bem por que, mas mesmo assim você oferece o peito, a mamadeira, o carinho, a presença, o olhar, o contato... E você não desiste, até cochila na cadeira, acordando 2 segundos após, mas continua lá, na busca de descobrir o que é. E descobre, mas não por muito tempo, ele logo, logo, chora de novo. Então ele cresce e que ótimo, você vai descansar melhor, ficará mais tranquila. Não mesmo. Agora ele tem energia demais, pesadelos e não consegue dormir, se machuca facilmente, adora correr, pular, fazer barulho, e tudo aquilo que movimente, não importa muito se é dia ou noite. Ele cresce um pouco mais e começa a ter interesses adultos, e agora é que você não dorme, só mesmo depois que ele chegar daquela festa. E que festa sem fim. Mas ele chega, e sabe o que vai fazer? Assistir TV. E você pensa: essa criatura nunca dorme? Mas tudo bem, já está a salvo em casa, agora é o seu descanso. Uma olhada no relógio: 5h:30 da manhã. Você tem que estar no trabalho às 7:00, não vai dar para dormir. Ele adormeceu no sofá, provavelmente sonhando com a festa, e você acordada, sonhando em estar em seu lugar. A idade do seu filho avança rapidamente, e, incrível, a sua também. Ele resolve sair de casa, para fins produtivos, é claro: casar, estudar em outra cidade, aprender outro idioma, enfrentar um emprego que vale a pena, etc. E você, vai suportar? Nada de choro por perto, ou pesadelos a acalmar, ou ainda festas noturnas a esperar. É, você sobreviverá, mas ele tem que ligar praticamente a cada respiração, ou então, de novo, você não dorme.

Durante todos esses acontecimentos, é importante lembrar que você não deixou de ser mulher, de ir ao supermercado, de estudar, de trabalhar, de ir às reuniões, de organizar as finanças, de procurar as amigas, de usar maquiagem, de dizer não, de tentar um pouco mais. Você permaneceu “super”, no melhor sentido da palavra, com sabor de raridade, porque, mesmo que a realidade provoque o contrário, ser mãe não é algo comum, é uma forma de amar que implica grande quantidade de afeto investido.

Chego à conclusão de que ser mãe é realmente uma atividade interminável, um eterno aprendizado. Concluo também que ser mãe soma ser mulher e ser artista, discretamente perfeita, e a arte das artes é o filho, a arte final. Precisa de inspiração? Olhe um segundo para uma mãe. Nela o amor se recicla e nunca é desperdiçado: ela vê o filho feliz e instantaneamente fica feliz também. É perfeito. Por isso, e por tantos outros motivos, em tempos em que quase ninguém se olha nos olhos, em que a maioria das pessoas pouco se interessa pelo que não lhe diz respeito, só mesmo agradecendo àquelas que perdoam nossas irritações, indecisões, medos, e ainda gastam muito da sua energia conosco, insistindo, ensinando a acreditar, a não desistir, a amar, a receber amor. 

Ter mãe é a sorte de possuir o maior presente de todos. Ser mãe é teoria e prática do amor.
Mães, Obrigada!

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